AÇÃO DE PREVENÇÃO

Exército auxilia equipes na conscientização contra a dengue em Novo Hamburgo

Agentes e militares farão visita às residências no bairro Santo Afonso durante esta semana

Publicado em: 02/04/2024 18:12
Última atualização: 02/04/2024 18:14

Para intensificar e contribuir com a conscientização sobre o mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir a dengue e outras doenças, o Exército Brasileiro, acompanhado de agentes do Projeto de Prevenção e Combate à Dengue, desenvolvido pela Feevale e Prefeitura, está fazendo visitas aos bairros de Novo Hamburgo com mais casos da doença. Nesta terça-feira (2), as equipes percorreram o bairro Santo Afonso, onde orientaram sobre os pontos com água parada dentro dos pátios das residências.


Militares auxiliam equipes do Projeto de Prevenção e Combate à Dengue Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Para o coordenador do projeto de Prevenção e Combate à Dengue, Tiago Filipe Steffen, a atenção com a permanência da água parada nos imóveis do município, seja no local de trabalho ou residência, precisa ser constante e habitual.

“É nessa água parada que o mosquito transmissor da dengue e de outras doenças se desenvolve. A colaboração do Exército é importante em um momento que o município apresenta muitos casos de dengue”, afirma.

O auxílio das equipes tem o objetivo de aumentar o poder de ação. “Atingimos uma parcela ainda maior da comunidade. Conseguimos realizar um maior número de tratamento de depósitos com larvas e mais moradores recebem informações sobre os cuidados necessários”, considera Steffen.

As visitas são feitas para orientar a população sobre o risco e os cuidados para evitar a proliferação do mosquito. Durante esta semana, o cronograma de visitas será somente no bairro Santo Afonso. Nesta quarta-feira (3), as equipes passarão pelas ruas México e Bogotá. 

Segundo o estudante de biomedicina e integrante do projeto Eduardo Nantal, 22, as inspeções costumam ser feitas de casa em casa. No entanto, muitas vezes, por conta do horário, os moradores não são encontrados nas residências ou evitam atender as equipes.

Com a ajuda dos militares, conforme observa Nantal, a população acaba sendo mais flexível. “Foi bem eficaz, o pessoal acabou abrindo mais as casas para verificarmos”, comenta. Em relação ao que as equipes encontram nos pátios, Nantal considera que muitas pessoas ainda relaxam nos cuidados.

“Nós orientamos sobre a água parada, principalmente em recipientes pequenos, sobre o uso de repelente e também sobre o acúmulo de lixo. O pessoal acaba reclamando bastante sobre matos em terrenos baldios na vizinhança”, diz.

Maiane Lumertz, estudante de biomedicina e integrante do projeto mostra a presença de larvas para o morador Cairo SaldanhaLaura Rolim/GES-Especial
Militares auxiliam equipes do Projeto de Prevenção e Combate à DengueLaura Rolim/GES-Especial
Militares auxiliam equipes do Projeto de Prevenção e Combate à Dengue. Eduardo NantalLaura Rolim/GES-Especial

Conscientização

O morador Cairo Saldanha recebeu a visita das equipes durante a manhã desta terça. Segundo ele, os cuidados com a residência têm sido frequentes. Mesmo assim, ele e a esposa contraíram a doença há 15 dias atrás. “Todo mundo aqui da rua pegou. Minha mulher chegou a ir duas vezes na UPA. Muita dor no corpo, enjoo, indisposição. A dengue te derruba mesmo. Ainda não estou bem”, relata. Sobre o auxílio dos militares nas visitas, ele comenta: “É um bem que estão fazendo para a população”. 

Na residência de Armando Mello, 60, e Guilherme Mello, 24, a fiscalização de água parada também é uma preocupação da família. “Cuidamos muito do pátio. Dentro de casa, a única água que fica parada é a do gato, e todo dia procuramos fazer a troca de água”, afirma Guilherme. Além disso, o repelente tem sido um aliado da família.

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Casos estão concentrados nos limites de cidades vizinha

Novo Hamburgo é a segunda cidade do Estado com mais confirmações da doença. Até a tarde desta terça, o município já havia registrado mais de 4,8 mil casos de dengue e 5 vítimas fatais desde o mês de janeiro. O mapa de casos divulgado na terça-feira (2) pelo Grupo Sinos, mostra que os principais focos estão nos limites de Novo Hamburgo com as vizinhas São Leopoldo, Estância Velha, Dois Irmãos e Campo Bom, onde estão localizados, pela ordem, os bairros Santo Afonso (sul), Boa Saúde (oeste), Vila Diehl e São José (norte) e Canudos (leste).

Em São Leopoldo, segundo a assessoria de imprensa, o trabalho preventivo tem sido realizado em todos os bairros. “As unidades básicas que estão sendo abertas nos finais de semana levam em conta esses números. Mas de modo geral, a conscientização é para toda a população”.

Já em Campo Bom, conforme a assessoria, o trabalho da Vigilância Ambiental é focado nos bairros com maior número de casos. “Alguns destes bairros, realmente, são os que fazem divisa com NH”.

Dois Irmãos tem atuado de forma uniforme em todos os bairros, com foco na eliminação de criadouros, orientação da população e aplicação de inseticida em um raio de 300 metros da residência dos confirmados com dengue. “Os agentes de endemias realizam vistorias periódicas, identificam e eliminam os focos do mosquito transmissor da dengue, e agora contamos com o apoio do inseticida fornecido pelo estado para realizar a aplicação nos bairros”, explica o chefe da Vigilância em Saúde de Dois Irmãos, Ednaloi Monteiro Costa.

Em Estância Velha, segundo a assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal de Saúde está desde o início do ano ampliando a campanha de combate a dengue e as visitas domiciliares (que ocorrem todos os dias). “A estratégia na divisa com Novo Hamburgo, da mesma forma, se ampara com o projeto das ovitrampas (sua maioria fica nos raios e limites com a cidade) e as visitas”.

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