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NOVO HAMBURGO

Estudantes criam microempresa e aprendem sobre empreendedorismo após turma começar a vender doces em sala de aula

Alunos da Escola Boa Saúde criaram o projeto "Hora da Pizza". Trabalho foi apresentado na Feira Municipal de Iniciação Científica e Tecnológica

Laura Rolim
Publicado em: 09/10/2024 às 08h:00 Última atualização: 09/10/2024 às 08h:01
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Da venda de doces, pulseiras, chaveiros e até cartinhas, nasceu uma microempresa fictícia formada por alunos do 5º ano da Escola Municipal de Educação Básica Boa Saúde, no bairro de mesmo nome, em Novo Hamburgo. Isso porque, após os estudantes passarem a vender mercadorias na porta da escola e em sala de aula, as professoras decidiram desenvolver com os alunos um projeto de pesquisa sobre empreendedorismo, para que entendessem, na prática, como funciona a administração de uma empresa.

Turma aprendeu sobre empreendedorismo  | abc+



Turma aprendeu sobre empreendedorismo

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

O trabalho foi apresentado na feira da escola e também na Feira Municipal de Iniciação Científica e Tecnológica (Femictec 2024), em setembro, e surgiu para, além de tentar resolver um problema que estava acontecendo, trazer perspectivas de futuro para as crianças. Com o título “Somos pequenos visionários! E você, já pensou em empreender?”, os alunos tiveram a missão de pesquisar sobre tudo o que envolve a abertura de uma microempresa.

Grupo responsável por apresentar projeto na Femictec | abc+



Grupo responsável por apresentar projeto na Femictec

Foto: Arquivo pessoal

Para isso, a turma decidiu que iria abrir uma pizzaria em formato de delivery, chamada de “Hora da Pizza”. Conforme o estudante Iago da Rosa, 10 anos, que era um dos que vendia doces na escola, o trabalho da turma iniciou através de uma pesquisa no site do governo federal para entender o que é necessário para se tornar um microempreendedor individual.

“Nossa turma começou a ter uma visão empreendedora. Descobrimos também que as crianças não podem vender coisas e nem ter uma empresa. Mas o MEI seria o que está mais próximo da nossa realidade, por ter mais custo benefício”, explica Iago.

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Ele conta que a maioria das crianças estava vendendo as mercadorias para ser independente. “Queríamos ter nosso próprio dinheiro”, afirma Iago. A colega Eduarda Bitencourt dos Santos, 11 anos, produzia cupcakes todos os dias para vender na escola. “Eu tinha encomenda todos os dias. Fazia para ter dinheiro”, comenta.

De acordo com a professora da turma Leticia Grigoletto, o projeto foi além do que a escola esperava. “Foi bem profundo. Tocou bastante eles. Viram uma possibilidade de futuro e entenderam que crianças não podem trabalhar e nem vender”, diz. Além disso, ela destaca que o projeto contribuiu para combater a evasão escolar. “Muitos queriam encerrar os estudos já e começar a trabalhar. Por isso, trouxemos uma solução que estivesse próxima da realidade deles, para ampliar a visão de mundo”, reforça.

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Projeto contou com experiência prática

Além da pesquisa teórica, os estudantes também puderam entender na prática como seria se a turma abrisse uma pizzaria em formato delivery. Por isso, produziram as pizzas no refeitório da escola e convidaram professores para participarem da “inauguração” do empreendimento. “Eles se organizaram com cardápio, mesas, quem ficaria no caixa, quem seria o proprietário e até o responsável pelo marketing”, explica Letícia.

Estudantes tiveram dia de aprendizado na escola | abc+



Estudantes tiveram dia de aprendizado na escola

Foto: Arquivo pessoal

Aprendizados

Daniel Pedro da Silveira, 11 anos, destaca que o projeto trouxe aprendizados à turma. “Não podemos abandonar a escola tão cedo para trabalhar. Além disso, para criar uma empresa precisamos ter noção de como é. Tivemos sorte de aprender aqui na escola o que é uma MEI e uma empresa”, completa.

Inspiração para o futuro

A partir do trabalho feito em sala de aula, a estudante Djulia Gabrieli, 10 anos, conta que pretende abrir o próprio salão de beleza quando tiver idade para isso. “Minha mãe trabalhou na área de estética e a minha dinda me inspirou muito a querer seguir nessa área também”, comenta. De acordo com ela, a mãe também vende produtos em feiras. “Eu já fui com ela algumas vezes e gosto de ajudar, para aprender com ela e ajudar na vida dela”, diz.

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