Publicado em: 12/10/2023 às 07h:00
Última atualização: 18/10/2023 às 00h:06
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Quem mora nas regiões mais remotas de Novo Hamburgo reclama da falta de assistência do poder público na manutenção das estradas que dão acesso às suas propriedades rurais. Moradores das localidades de Santa Maria do Butiá e São João do Deserto, no bairro rural Lomba Grande, estão entre os que cobram atenção da Prefeitura para solucionar o problema, que irrita quem precisa circular diariamente pelos locais e potencializa o desgaste dos veículos.
Delci afirma que em algumas estradas só é possível passar a pé
Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial
Além disso, recentemente, as condições precárias das ruas impactaram a coleta de lixo, após um caminhão precisar ser rebocado por uma retroescavadeira para deixar a localidade, e impediram que alunos fossem à aula por dois dias, já que ônibus escolar não conseguia transitar pelas estradas.
As valetas que atravessam as vias e a sequência de buracos são um desafio cotidiano para o morador Micael Marchi, que reside na Estrada Francisco Waldemar Bohrer, em São João do Deserto. “Sem exagero, há crateras com meio metro de profundidade na estrada e não adianta pedir ‘socorro’ para a Prefeitura”, afirma.Marchi relata que os problemas não são recentes, por consequência das chuvas. Há registros dele suplicando a manutenção da estrada do começo do ano. Segundo o morador, a última vez que a Secretaria de Obras patrolou a via foi em fevereiro, mas a melhoria durou uma semana. Depois disso, afirma que nunca mais a equipe voltou e os moradores seguem cobrando ações mais duradouras. Os protocolos abertos não são respondidos, tampouco atendidos. “São mais de 13 e-mails e nada de retorno. Que loucura isso, não entendo como pode”, lamenta Marchi.
Abaixo-assinado será levado ao MP
Situação semelhante vivem os moradores do outro extremo do bairro Lomba Grande. Na Estrada Porto Satiro, em Santa Maria do Butiá, os pedidos de melhorias são mais recentes, de agosto, mas ainda assim anteriores às chuvas de setembro. Com as inundações recentes, os problemas se agravaram.
O morador Celso Inácio Steffen afirma que a kombi escolar não passa em alguns trechos da via de aproximadamente 3 quilômetros. Cansados de esperar, os moradores vão levar o caso ao Ministério Público (MP). Para dar peso à reclamação, um abaixo-assinado começou a circular nesta semana e espera reunir a assinatura de moradores das 18 famílias da localidade.
“Nos pedem paciência, mais paciência que já temos? Alegam que estão priorizando a manutenção de outras vias do bairro por onde passam ônibus e caminhões. O problema é que a reclamação é geral por aqui, o que alimenta a dúvida se estão fazendo algo ou só dando desculpas”, avalia Celso Inácio Steffen.
O abaixo-assinado chegou à casa do servidor público aposentado Delci Santos na quarta-feira (11). Ele e a esposa assinaram. “Sinceramente, não fazem nada aqui porque são acomodados. Mesmo que seja uma obra complexa, é preciso que comecem”, pontua.
Crateras profundas na Estrada Francisco Waldemar Bohrer dificultam a circulação de veículos
Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial
O que diz a Prefeitura
Questionada, a Prefeitura coloca a culpa no volume de chuva do último mês, embora tenha sido informada que os problemas apontados pelos moradores são anteriores. Ainda, em nota, informa que Secretaria de Obras realiza periodicamente a vistoria e manutenção das estradas rurais do bairro Lomba Grande e que, em breve, irá verificar a situação das estradas. “Em caso de real necessidade, realizará os consertos necessários e pontuais”.
