O promotor Eugênio Paes Amorim conversou com Dudu News e Jeania Romani, no programa Tá na Hora, na Rádio ABC 103.3, na manhã desta quarta-feira (1º). O assunto foi a condenação de Adriana Guinthner após 26 horas de júri no fórum de Novo Hamburgo. Ela foi condenada a 15 anos e oito meses de prisão no regime fechado pela morte do companheiro, o escrivão judicial Paulo Cesar Ruschel.
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“A defesa, no seu direito, estará tentando anular o julgamento, estará tentando um habeas corpus para que a Adriana responda o recurso em liberdade. Na Justiça do Brasil, tudo é possível”, explica o promotor.
Amorim afirma que o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) irá pedir o aumento da pena. “Em termos técnicos, nós vamos pedir um aumento da chamada pena-base daquele primeiro patamar que foi fixado em 13 e meio. Vamos pedir a consideração de mais um agravante, que a juíza desconsiderou, que é que ela [Adriana] coordenou a atividade criminosa.” Assim, ele estima que a pena pode aumentar em quatro anos.
Além disso, falou sobre o perito que deu um “falso testemunho” no júri. A narrativa do perito foi descontruída pelo próprio promotor, durante o julgamento. “Infelizmente, isso virou hábito hoje nos julgamentos do Brasil inteiro. Há advogados que tem ‘peritos de bolso'”. “Foi muito grave o que esse cidadão fez. Muito grave. Eu penso que o Ministério Público vá tomar providências”, destaca.
Sentença
Na sentença do assassinato de 17 anos atrás, que saiu às 20h15 desta terça-feira (31), a juíza Anna Schuh surpreendeu e decretou a prisão imediata da ré. A defesa antecipou, ainda no plenário, que vai tentar a anulação do júri. Sustenta a inocência da cliente.
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Entenda o Caso Ruschel
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Paulo Cesar Ruschel, 48 anos, foi morto com dois tiros na cabeça e um no tórax por volta das 2 horas de 22 outubro de 2006. Ele dormia quando uma pessoa entrou no quarto e disparou.
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O homicídio aconteceu na residência onde o casal morava, na Avenida Pedro Adams Filho, bairro Pátria Nova. Poucos dias depois, policiais civis e peritos fizeram a reconstituição do crime, com a participação da companheira, a principal suspeita, e apontaram contradições dela.
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Adriana Guinthner, na época com 36 anos, foi presa na tarde de 8 de novembro, ao sair da Prefeitura de Novo Hamburgo, onde trabalhava. Seis dias depois, ganhou habeas corpus e passou a responder em liberdade.
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