JULGAMENTO

ESCRIVÃO ASSASSINADO: Entre choro e acusações, saiba o que disse a ex-mulher de Ruschel acusada do crime no segundo dia de júri

Ré Adriana Guinthner é interrogada nesta terça-feira (31) no Foro de Novo Hamburgo

Publicado em: 31/10/2023 11:44
Última atualização: 31/10/2023 14:05

O júri popular do Caso Ruschel, escrivão judicial morto com três tiros em outubro de 2006, recomeçou nesta terça-feira (31) com o depoimento da ré Adriana Guinthner, ex-mulher de Ruschel acusada de participar do crime.

 

Paulo Ruschel Foto: Arquivo/GES

Adriana iniciou o interrogatório respondendo perguntas da juíza Anna Alice da Rosa Schuh. Falou cronologicamente do caso e chorou ao recordar do dia em que o crime aconteceu.

Ela afirma que ambos estavam dormindo quando foram surpreendidos por um suposto assaltante. "Acordei com uma pessoa me puxando da cama. Me tirou da cama e atirou nele. A pessoa me jogou em cima dele. Na hora senti o cano da arma na minha boca, pensei que fosse morrer", afirmou.

O suposto assaltante, que chegou a dizer que era um assalto, fugiu sem levar nada. Adriana ainda fez acusações contra o promotor Eugênio Paes Amorim e contra o inspetor de Polícia, Jorge Luz dos Santos.

O promotor Eugênio Amorim não está presente no início do segundo dia de julgamento. Conforme colegas do Ministério Público, Amorim está em outro júri popular em Porto Alegre, já o advogado Jader Marques, da defesa, alega que o promotor está ausente propositadamente para não relembrar das coisas que, supostamente, teria feito contra a ré.

Ré não aceita responder perguntas do MP

Outro fato relevante do interrogatório da ré Adriana é a negativa dela em responder perguntas do Ministério Público e dos advogados contratados pela família de Ruschel e que atuam na assistência de acusação.

A defesa alegou que a participação do promotor Amorim neste julgamento, sendo ele parte supostamente interessada no caso, pela relação que mantinha com Paulo Ruschel, não coloca o Ministério Público de forma isenta no caso.

Após o interrogatório da ré, está prevista a acareação entre Adriana e o inspetor de Polícia Jorge Luz dos Santos, que atuou no caso. O pedido foi feito pela defesa da ré sob a alegação de que seria para esclarecer contradições entre o que ambos falam.

Nega que tenha interesse na herança de Ruschel

Ao responder um questionamento da juíza, Adriana negou que tivesse interesse na herança do escrivão judicial. A pergunta coloca em evidência uma das teses da acusação de que a ré orquestrou a morte de Ruschel por interesse na herança da vítima. "Nunca pedi nada, não fiquei com nada. Não pedi para ser incluída no processo de inventário", declarou.

Adriana alega que só pediu à Justiça para ser reconhecida como esposa de Paulo Ruschel 10 anos após o crime. "Só pedi porque estava cansada de escutar piadinhas", justifica, acrescentando que pessoas na rua insinuavam que ela uma garota de programa.

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