ELE VENCEU
Escritor que viveu nas ruas na infância vai contar história em filme
Jorge Luis Martins dormiu pelas ruas de Novo Hamburgo e Porto Alegre depois que a avó morreu. Ele escreveu um livro sobre trajetória, que vai basear roteiro de curta-metragem
Última atualização: 22/01/2024 09:16
A escadaria da Rua Gomes Portinho não é apenas elo entre as ruas Bento Gonçalves e Joaquim Pedro Soares, no Centro. Ela foi lugar para um então morador de rua dormir, matar a fome comendo água com papelão e sonhar com uma vida melhor, o que se concretizou. Agora, essa mesma escadaria será um dos cenários de um curta metragem que contará a história de vida do escritor e empresário Jorge Luis Martins, autor de sete livros, dos quais o primeiro, Meu Nome é Jorge, dará nome à produção cinematográfica.
Aos 65 anos, formado em Administração, com três pós-graduações, MBA e com mestrado em andamento, Jorge ainda se emociona ao relembrar o que passou. Sentado em um dos bancos de madeira, disposto no meio da escadaria, ele não esconde as lágrimas que teimam em cair, enquanto a voz embargada detalha o que passou até chegar onde está."Aqui tinham meus sonhos, havia noites que só as estrelas me acompanhavam. Teve noite que dormi aqui, outras noites dormia na praça, outras vezes era acordado com balde de água, mas isso tudo só serviu para me fortalecer. Não tenho trauma, mas os sentimentos voltam", admite o escritor.
As gravações, informa Jorge, ainda não iniciaram. No entanto, quando começarem, 50% das imagens deverão gravadas em Novo Hamburgo. "O filme deverá ficar pronto neste primeiro semestre", antecipa.
Com a morte da avó, Jorge foi dormir na rua
Filho de uma moradora de rua e de um pai violento, que chegou a ser preso, Jorge nasceu prematuro aos sete meses em um barraco no bairro Hamburgo Velho, onde a avó materna Elvira vivia. Seu "berço" foi uma caixa de sapatos.
A escola foi traumática porque não era bem aceito por suas condições de higiene. "Eu era fedido e ficava no fundo da sala", conta. Ia às aulas para garantir o pão e a canja rala, mas foi expulso porque pegava merenda dos colegas. Resolveu pedir alimento nas ruas e fez a promessa a avó, na noite que ela faleceu, de que seria um homem de bem.
Com a morte a avó acabou indo para a rua aos 11 anos. Até os 13 ficou em Novo Hamburgo, dormindo no Cemitério Municipal, debaixo de marquises, em praças e até em carcaças de carros. "Quando eu fui morador de rua, não queria dinheiro, queria comida. É o mínimo que o ser humano pode ter. Todo o dinheiro que ganhava, sentava nesta escadaria para me alimentar", recorda Jorge, que perambulou pelas ruas de Porto Alegre até os 16 anos, onde chegou a se prostituir. O emprego em um restaurante permitiu que ele mudasse de vida.
Agora, passados quase 50 anos longe das ruas, ele pode contar que sua história já auxiliou muitas pessoas. "Muitos casos se salvaram lendo minha história e o compromisso aumenta. É isso o que queremos deixar num curta-metragem, uma mensagem de superação."
Currículo extenso
Jorge é autor dos livros Meu Nome é Jorge (autobiográfico), O Menino da Caixa de Sapatos (infantojuvenil) e O Menino e o Seu Segredo (infantil), A Amizade Torce por Todos os Times (infantil), Transformação (infantojuvenil), Sentimentos (infantil), O Menino Sapeca e a Lenda do Bicho Papão (infantil).
O escritor é formado em Administração e Letras, ainda possui pós-graduado em Psicopedagogia e Educação Infantil, MBA - Gestão de Pessoas e Liderança de equipes.
Ainda concluiu inglês avançado, cursou Neurociência e Teatro. Como ator, participou de diversos curtas e longas-metragens. Atualmente, ainda atua como empresário no ramo de locações de veículos.
A escadaria da Rua Gomes Portinho não é apenas elo entre as ruas Bento Gonçalves e Joaquim Pedro Soares, no Centro. Ela foi lugar para um então morador de rua dormir, matar a fome comendo água com papelão e sonhar com uma vida melhor, o que se concretizou. Agora, essa mesma escadaria será um dos cenários de um curta metragem que contará a história de vida do escritor e empresário Jorge Luis Martins, autor de sete livros, dos quais o primeiro, Meu Nome é Jorge, dará nome à produção cinematográfica.
Aos 65 anos, formado em Administração, com três pós-graduações, MBA e com mestrado em andamento, Jorge ainda se emociona ao relembrar o que passou. Sentado em um dos bancos de madeira, disposto no meio da escadaria, ele não esconde as lágrimas que teimam em cair, enquanto a voz embargada detalha o que passou até chegar onde está."Aqui tinham meus sonhos, havia noites que só as estrelas me acompanhavam. Teve noite que dormi aqui, outras noites dormia na praça, outras vezes era acordado com balde de água, mas isso tudo só serviu para me fortalecer. Não tenho trauma, mas os sentimentos voltam", admite o escritor.
As gravações, informa Jorge, ainda não iniciaram. No entanto, quando começarem, 50% das imagens deverão gravadas em Novo Hamburgo. "O filme deverá ficar pronto neste primeiro semestre", antecipa.
Com a morte da avó, Jorge foi dormir na rua
Filho de uma moradora de rua e de um pai violento, que chegou a ser preso, Jorge nasceu prematuro aos sete meses em um barraco no bairro Hamburgo Velho, onde a avó materna Elvira vivia. Seu "berço" foi uma caixa de sapatos.
A escola foi traumática porque não era bem aceito por suas condições de higiene. "Eu era fedido e ficava no fundo da sala", conta. Ia às aulas para garantir o pão e a canja rala, mas foi expulso porque pegava merenda dos colegas. Resolveu pedir alimento nas ruas e fez a promessa a avó, na noite que ela faleceu, de que seria um homem de bem.
Com a morte a avó acabou indo para a rua aos 11 anos. Até os 13 ficou em Novo Hamburgo, dormindo no Cemitério Municipal, debaixo de marquises, em praças e até em carcaças de carros. "Quando eu fui morador de rua, não queria dinheiro, queria comida. É o mínimo que o ser humano pode ter. Todo o dinheiro que ganhava, sentava nesta escadaria para me alimentar", recorda Jorge, que perambulou pelas ruas de Porto Alegre até os 16 anos, onde chegou a se prostituir. O emprego em um restaurante permitiu que ele mudasse de vida.
Agora, passados quase 50 anos longe das ruas, ele pode contar que sua história já auxiliou muitas pessoas. "Muitos casos se salvaram lendo minha história e o compromisso aumenta. É isso o que queremos deixar num curta-metragem, uma mensagem de superação."
Currículo extenso
Jorge é autor dos livros Meu Nome é Jorge (autobiográfico), O Menino da Caixa de Sapatos (infantojuvenil) e O Menino e o Seu Segredo (infantil), A Amizade Torce por Todos os Times (infantil), Transformação (infantojuvenil), Sentimentos (infantil), O Menino Sapeca e a Lenda do Bicho Papão (infantil).
O escritor é formado em Administração e Letras, ainda possui pós-graduado em Psicopedagogia e Educação Infantil, MBA - Gestão de Pessoas e Liderança de equipes.
Ainda concluiu inglês avançado, cursou Neurociência e Teatro. Como ator, participou de diversos curtas e longas-metragens. Atualmente, ainda atua como empresário no ramo de locações de veículos.