Que as flores deixam as cidades mais bonitas e coloridas não há a menor dúvida. Com o fim do inverno e a aproximação da primavera, os Ipês florescem e tornam essa época do ano propícia para fotos, além de embelezarem as ruas e avenidas. É a partir da segunda quinzena de agosto que se vê com mais frequência, mas alguns começam a florescer ainda em junho.
A reportagem Grupo Sinos percorreu nesta semana algumas ruas de Novo Hamburgo para registrar a floração dessas espécies. Nos bairros em que andamos, as mais floridas eram os ipês roxos, que, de acordo com a consultora ambiental e professora de Ciências Biológicas da Universidade Feevale, Natalia Soares, são os que florescem primeiro, em meados de junho ou julho.
“Existe uma convenção no que acontece, de que geralmente o ipê roxo floresce primeiro. Entre julho e agosto, os ipês amarelos; no final de agosto, o ipê rosa; e em setembro o ipê branco ou espécies do ipê amarelo. Isso é uma tendência, mas pode variar, devido a vários fatores, principalmente pela questão das mudanças climáticas, que hoje é um critério que influencia diretamente nisso”, explica Natalia.
A árvore é nativa da Mata Atlântica e é muito comum no Rio Grande do Sul. De acordo com Natalia, os ipês roxos e amarelos podem florescer ao mesmo tempo, e as floradas duram em torno de uma semana, em média. “A variação de água na atmosfera pode influenciar. A floração pode se estender em 10 dias, principalmente do ipê amarelo. É uma árvore linda.”
As chuvas também influenciam no tempo em que permanecem floridas, pois, quando chove, é comum que as flores acabem caindo por conta do “peso”. A bióloga destaca que o Rio Grande do Sul passou os últimos anos sob o efeito do La Niña, agora, com a chegada do El Niño, o regime de chuvas é influenciado, refletindo na florada dos ipês e de tantas outras espécies.
Os ipês são muito utilizados na arborização urbana, por conta do potencial paisagista. “Em nível de floresta, é considerada uma espécie de vegetação secundária. Encontramos bastante nas cidades e também nos campos”, afirma Natalia.
A bióloga ainda chama a atenção para os cuidados que se deve ter na hora de plantar a espécie, já que algumas pessoas reclamam das árvores não florescerem. “Tem que se atentar para a disponibilidade de luz, água, adubo, a idade da planta, pois, quanto mais madura, mais flores ela vai produzir. A planta precisa de nutrientes para poder formar as flores e as folhas. Quando temos seca e pouca adubação, isso tudo repercute na saúde dessas plantas. São fatores que favorecem o bem-estar e consequentemente a floração”, destaca.
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