JUNTOS HÁ 14 ANOS

"Ele não media esforços para ajudar ninguém", lembra esposa de socorrista do Samu que morreu após acidente na BR-116

Homem de 38 anos sofreu uma queda de motocicleta na rodovia e faleceu no Hospital Municipal de Novo Hamburgo

Publicado em: 09/08/2023 14:57
Última atualização: 17/10/2023 18:13

Um relacionamento de 14 anos marcado por amor, admiração e uma paixão em comum: o motociclismo.

É assim que Fátima Farias Neumann, de 37 anos, define o seu casamento com Juliano Torma, socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Novo Hamburgo que sofreu um acidente de trânsito na BR-116 na terça-feira (1º) e morreu no Hospital Municipal dois dias depois.

Juliano e Fátima Foto: Arquivo pessoal


"Eu acredito que a missão dele foi cumprida com muito êxito. Ele fez muita coisa", diz a companheira. "Fizemos muitos passeios, muitas amizades e ele, com certeza, deve ter ajudado muita gente fazendo o papel dele de socorrista. Ele não media esforços para ajudar ninguém", acrescenta.

Apaixonado por motos, Torma fundou o clube de motociclistas Legião Livre. Através do grupo, o casal realizava ações sociais. "Moto e ambulância eram tudo pra ele", lembra a mulher.

Torma nasceu em Palmitinho, no Noroeste do Rio Grande do Sul, e se mudou para o Vale do Sinos na adolescência. Atualmente, ele e a mulher moravam em São Leopoldo.

Segundo Fátima, ele teve vários empregos e " batalhou muito" até se tornar socorrista do Samu. Outro desejo dele, era o de unir o motociclismo e a profissão. "O sonho dele, na realidade, era de trabalhar nas motolâncias."

Protetor dos animais

Fátima afirma que o marido era "uma pessoa iluminada", realizado com o trabalho e um protetor dos animais. "Se ele viesse na estrada, na BR ou em qualquer lugar que tivesse um cachorrinho na beirada, ele voltava ou fazia de tudo para que o cachorrinho não ficasse ali em perigo."

Em casa, ele tinha três cachorros. Um deles, morreu um dia antes dele sofrer o acidente.

Legado

A esposa lembra que o marido era um profissional dedicado. "Nas empresas que ele trabalhava, ele honrava muito. Ainda mais quando se tratava em em salvar vidas, em cuidar das pessoas. Esse legado ele deixou. Eu fico muito orgulhosa mesmo disso. Isso me acalenta bastante. Em saber que ele teve até aqui a missão dele cumprida."

Homenagem

Reunidos na Praça do Imigrante, no Centro de Novo Hamburgo, socorristas, policiais militares, bombeiros e guardas municipais fizeram uma homenagem ao colega Juliano Torma na quinta-feira (3).

Juliano Torma foi homenageado por colegas na tarde desta quinta-feira (3), em Novo Hamburgo Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Durante a tarde, profissionais que atuam com resgate fizeram um sirenaço em homenagem ao colega, que também trabalhava na companhia de resgate Viva. 

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