DE NOVO HAMBURGO
Dona Maria Emília recebe título de Imortal pela Academia Luso-Brasileira de Letras
Maria Emília de Mendonça é considerada pela academia como um ‘caso extraordinário e raro'; ela é a primeira escritora centenária a receber o título
Última atualização: 22/12/2023 11:23
Um fato inédito aconteceu em Novo Hamburgo na tarde desta quarta-feira (6), na Galeria Scheffel. Há quase um mês de ter completado 106 anos, Maria Emília de Mendonça recebeu homenagem e título de Imortal pela Academia Luso-Brasileira de Letras (ALBL). Dona Maria Emília é considerada pela academia como um ‘caso extraordinário e raro' e é a primeira escritora centenária a receber o título. “Não é sempre que encontramos uma escritora e leitora com a idade dela, isso é fora de comum e nos sentimos honrados de conhece-la”, ressalta o presidente da ALBL, João Riél.
A moradora de Novo Hamburgo, além de ser uma leitora voraz, tem sua história de vida eternizada nas páginas da autobiografia 'Encontro das Águas', lançada em 2019 e escrita por Fabrício Vijales. No mesmo ano, Dona Maria Emília foi convidada para ser patrona da Feira do Livro do Município e se tornou integrante da Academia Literária do Vale do Sinos (Alvales). “Eu nunca imaginei escrever um livro, mas minha filha me incentivou. Eu estudei até a quarta série, sou filha de pais analfabetos, mas deram estudos para os filhos. Sempre gostei de ler e hoje recebo esta homenagem que mostra que nunca é tarde para fazer o que se gosta”, declarou.
O escritor Fabrício Vijales, que também se fez presente na cerimônia de homenagem, destacou que nunca conheceu uma pessoa com a ética de dona Maria Emília. “Foi um prazer reviver com ela as lembranças de vida, a gente se encontrava toda a semana durante três anos. A maneira como ela vive com a família, vivia com o marido e com todos é diferente, ela ama, tem empatia”, contou. “Após perder o marido ela ficou um pouco perdida, sem saber o que fazer, mas encontrou na leitura a maneira de se reencontrar”, avaliou Vijales.
A cerimônia foi marcada por muito carinho e emoção. “É uma honra que não imaginava receber. Estou grata por todo o amor, me sinto muito feliz por ganhar este presente”, relatou Dona Maria Emília, enquanto recebia o certificado de honra e tirava fotos com o público presente. Para a filha Marli de Oliveira, 70, é um momento de privilégio. “Eu sempre desejei que minha mãe fosse reconhecida no mundo todo pelo amor e caráter dela e esta honraria só confirma o quão especial ela é para todos”, disse.
Lição e exemplo de vida
De acordo com Marli, o segredo da vida longa de sua mãe é o amor. “Ela ama todos, nunca vi ela falando mal de alguém, não gosta de fofoca, sempre recebeu todos na casa dela com muito carinho e respeito. Ela tem empatia pelo próximo e isso faz dela uma pessoa eterna e tem sua vida eternizada nas folhas de um livro. O que é uma honra para mim como filha”, acrescentou.
Ainda segundo Marli, a mãe é neta de escravizada e filha de agricultores, pais que sempre lutaram para dar mais aos filhos, sendo o estudo até a quarta série o que podiam oferecer na época. Após sair da escola, dona Maria Emília começou a trabalhar para ajudar em casa, mas nunca deixou de lado o amor pelos livros.
Esposa de João da Gaita, o seu João Manoel Marcelino de Mendonça, já falecido, a centenária é mãe de sete filhas (quatro já falecidas), tem nove netos, 12 bisnetos e cinco tataranetos. Sua alegria e caráter bondoso são parte da história narrada no livro de 129 páginas, por Vijales.
Um fato inédito aconteceu em Novo Hamburgo na tarde desta quarta-feira (6), na Galeria Scheffel. Há quase um mês de ter completado 106 anos, Maria Emília de Mendonça recebeu homenagem e título de Imortal pela Academia Luso-Brasileira de Letras (ALBL). Dona Maria Emília é considerada pela academia como um ‘caso extraordinário e raro' e é a primeira escritora centenária a receber o título. “Não é sempre que encontramos uma escritora e leitora com a idade dela, isso é fora de comum e nos sentimos honrados de conhece-la”, ressalta o presidente da ALBL, João Riél.
A moradora de Novo Hamburgo, além de ser uma leitora voraz, tem sua história de vida eternizada nas páginas da autobiografia 'Encontro das Águas', lançada em 2019 e escrita por Fabrício Vijales. No mesmo ano, Dona Maria Emília foi convidada para ser patrona da Feira do Livro do Município e se tornou integrante da Academia Literária do Vale do Sinos (Alvales). “Eu nunca imaginei escrever um livro, mas minha filha me incentivou. Eu estudei até a quarta série, sou filha de pais analfabetos, mas deram estudos para os filhos. Sempre gostei de ler e hoje recebo esta homenagem que mostra que nunca é tarde para fazer o que se gosta”, declarou.
O escritor Fabrício Vijales, que também se fez presente na cerimônia de homenagem, destacou que nunca conheceu uma pessoa com a ética de dona Maria Emília. “Foi um prazer reviver com ela as lembranças de vida, a gente se encontrava toda a semana durante três anos. A maneira como ela vive com a família, vivia com o marido e com todos é diferente, ela ama, tem empatia”, contou. “Após perder o marido ela ficou um pouco perdida, sem saber o que fazer, mas encontrou na leitura a maneira de se reencontrar”, avaliou Vijales.
A cerimônia foi marcada por muito carinho e emoção. “É uma honra que não imaginava receber. Estou grata por todo o amor, me sinto muito feliz por ganhar este presente”, relatou Dona Maria Emília, enquanto recebia o certificado de honra e tirava fotos com o público presente. Para a filha Marli de Oliveira, 70, é um momento de privilégio. “Eu sempre desejei que minha mãe fosse reconhecida no mundo todo pelo amor e caráter dela e esta honraria só confirma o quão especial ela é para todos”, disse.
Lição e exemplo de vida
De acordo com Marli, o segredo da vida longa de sua mãe é o amor. “Ela ama todos, nunca vi ela falando mal de alguém, não gosta de fofoca, sempre recebeu todos na casa dela com muito carinho e respeito. Ela tem empatia pelo próximo e isso faz dela uma pessoa eterna e tem sua vida eternizada nas folhas de um livro. O que é uma honra para mim como filha”, acrescentou.
Ainda segundo Marli, a mãe é neta de escravizada e filha de agricultores, pais que sempre lutaram para dar mais aos filhos, sendo o estudo até a quarta série o que podiam oferecer na época. Após sair da escola, dona Maria Emília começou a trabalhar para ajudar em casa, mas nunca deixou de lado o amor pelos livros.
Esposa de João da Gaita, o seu João Manoel Marcelino de Mendonça, já falecido, a centenária é mãe de sete filhas (quatro já falecidas), tem nove netos, 12 bisnetos e cinco tataranetos. Sua alegria e caráter bondoso são parte da história narrada no livro de 129 páginas, por Vijales.
A moradora de Novo Hamburgo, além de ser uma leitora voraz, tem sua história de vida eternizada nas páginas da autobiografia 'Encontro das Águas', lançada em 2019 e escrita por Fabrício Vijales. No mesmo ano, Dona Maria Emília foi convidada para ser patrona da Feira do Livro do Município e se tornou integrante da Academia Literária do Vale do Sinos (Alvales). “Eu nunca imaginei escrever um livro, mas minha filha me incentivou. Eu estudei até a quarta série, sou filha de pais analfabetos, mas deram estudos para os filhos. Sempre gostei de ler e hoje recebo esta homenagem que mostra que nunca é tarde para fazer o que se gosta”, declarou.
O escritor Fabrício Vijales, que também se fez presente na cerimônia de homenagem, destacou que nunca conheceu uma pessoa com a ética de dona Maria Emília. “Foi um prazer reviver com ela as lembranças de vida, a gente se encontrava toda a semana durante três anos. A maneira como ela vive com a família, vivia com o marido e com todos é diferente, ela ama, tem empatia”, contou. “Após perder o marido ela ficou um pouco perdida, sem saber o que fazer, mas encontrou na leitura a maneira de se reencontrar”, avaliou Vijales.