ATO QUE SALVA VIDAS
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: Hospital de Novo Hamburgo faz retirada de pulmão pela primeira vez; entenda por que retirada é rara
Segundo a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo, o Hospital Municipal não tem registro de nenhum outra coleta desse órgão
Última atualização: 26/03/2024 14:06
O Rio Grande do Sul teve mais de 700 órgãos transplantados em 2023, segundo a Secretaria da Saúde do Estado. Do total, apenas 36 foram transplantes de pulmão.
Um dos motivos é que, assim que esse órgão é retirado do corpo do paciente que teve morte cerebral, ele precisa ser transplantado em até quatro horas. O pulmão é diferente de outros órgãos, como fígado, rins e coração, que têm um limite de até 15 horas.
Conforme a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH), o pulmão "é mais raro de estar apto ao transplante porque é o que tem contato com o ambiente externo, por meio da respiração, o que aumenta o risco de infecções".
Nesta terça-feira (26), o Hospital Municipal fez a captação de um pulmão. Essa foi a segunda retirada de órgãos para doação em 15 dias na casa de saúde. A outra doação havia sido feita em 11 de março.
O doador foi um homem de 62 anos que sofreu um mal súbito e morreu na noite de segunda-feira (25). Após autorização da família, nesta manhã, foram retirados pulmões, fígado, rins e córneas.
A captação começou as 6h30 e foi concluída por volta das 9 horas. A equipe da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, que é a responsável por acompanhar casos de mortes encefálicas no Estado, acompanhou a equipe hamburguense e levou os órgãos para Porto Alegre.
Segundo o diretor-presidente da FSNH, Augusto Rafael Lengler Vargas, para que haja o encaminhamento para o receptor, o processo precisa ser ágil. Ele afirma que a família recebe o acolhimento e o acompanhamento necessários para estabelecer uma relação de confiança que possibilita a doação.
"Um gesto que, na maioria das vezes, pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para as pessoas que precisam da doação para continuar vivendo", diz Vargas.
O procedimento desta terça foi o segundo do mês e o terceiro deste ano no hospital. Em 2023, nove pessoas que tiveram morte cerebral tiveram órgãos retirados para doação. Em média, cada um doou três órgãos. A FSNH diz que não há registro de nenhuma outra doação de pulmão na casa de saúde.