NOVO HAMBURGO
Dique com rebaixamento e valeta aberta no bairro Santo Afonso preocupa moradores
Segundo a Prefeitura, terreno só será recomposto quando trabalhos de sondagens do solo forem concluídos
Última atualização: 23/10/2024 22:10
Três semanas depois de iniciados os estudos de sondagem do dique do bairro Santo Afonso, tem moradora reclamando de buracos abertos na crista da estrutrura que ainda não foram fechados por conta dos trabalhos técnicos. Foi em 1º de outubro que a Prefeitura de Novo Hamburgo deu início à coleta de material do dique, realizada em seis pontos da estrutura.
Conforme a industriária Isalete de Lima, 53 anos, faz 15 dias que o terreno foi mexido na altura da Travessa Vera Cruz, onde já aconteceu um desmoronamento e o Município precisou realizar obras de manutenção.
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As escavações foram realizadas pelos técnicos da Geoforma Engenharia Ltda, de Joinvile (SC), subcontratada pela vencedora da licitação, a Analysis Consultoria Geotécnica e Civil Limitada de Porto Alegre, para analisar as condições do solo.
“Daí os rapazes que estavam trabalhando disseram pra mim: ‘pode ligar lá e pedir pra eles virem fechar aqui’”, conta Isalete, que mora em frente ao local.
No entanto, ela reclama que, mesmo com os contatos, ninguém da Prefeitura apareceu até agora, o que gera insegurança nos moradores desta região. “E se começar a chover? Precisamos que eles tomem providência, porque já terminaram a análise. Daí vão deixar isso ali aberto e enche de água e tudo”, declara.
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Por enquanto fica assim mesmo
Segundo a Prefeitura, os locais realmente são pontos de sondagens abertos para retirada de amostras.
Através de nota a prefeita Fatima Daudt informa que, como as análises estão em andamento, ainda podem acontecer novas retiradas de amostras, caso algum resultado não seja conclusivo ou alguma amostra esteja avariada por qualquer motivo. Por isso, é preciso aguardar a conclusão dos estudos para reconstituir o terreno, além de manter a zona de sondagem preservada.
“O dique foi recomposto no formato de antes da enchente de maio e o laudo dirá se é possível ampliar a altura com segurança. O laudo serve justamente para avaliar a estrutura interna do dique”, explica a prefeita. O Executivo destaca que a crista do dique é uma via de serviço, devendo ser usada apenas para manutenção e inspeção, e não para circulação de veículos.
Histórico do dique
Em 4 de maio, o Sinos atingiu 9,73 metros em Novo Hamburgo, extravasando o dique e comprometendo parte da estrutura próximo à casa de bombas, no lado de São Leopoldo. A prefeitura leopoldense fez obras emergenciais usando como acesso o dique no lado de Novo Hamburgo, via Rua Manágua.
Essa operação, segundo laudo emitido pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), pode ter comprometido ainda mais a estrutura da contenção no lado hamburguense. A Prefeitura de São Leopoldo não concorda e diz que o tráfego de caminhões não danificou o dique.
Para se certificar das reais condições do dique, Novo Hamburgo contratou o estudo de sondagem por R$ 311.516,80. No início de outubro, a secretária de Obras Públicas, Serviços Urbanos e Viários, Greyce da Luz, declarou que o prazo para conclusão do levantamento é de 45 dias, ou seja, até 15 de novembro.