SOBRA DE VAGAS
Dificuldades com rotativo digital afastam motoristas do Centro de Novo Hamburgo
Condutores têm relatado obstáculos e comerciantes confirmam o que se vê: pouco carro estacionado. Um turista recebeu informação errada e teve carro guinchado
Última atualização: 22/01/2024 09:51
Está bem mais tranquilo encontrar uma vaga de estacionamento no Centro de Novo Hamburgo. Por volta do meio-dia de quarta-feira (25), por exemplo, na Rua Joaquim Nabuco, entre a Avenida Pedro Adams Filho e a Rua Bento Gonçalves, havia 11 vagas disponíveis. Situação semelhante nos arredores da Praça 20 de Setembro, região de serviços bancários, e em outros pontos. Quem frequenta a área central já percebeu que, desde a ativação do rotativo digital no final do ano passado, estacionar não tem sido mais problema.Agora, conseguir pagar pelo uso da vaga é tarefa que nem todos os motoristas têm conseguido realizar. Os mais insatisfeitos são os idosos que costumam não conseguir operar o aplicativo no celular. Também existem relatos de dificuldades em localizar agentes da Companhia Municipal de Urbanismo (Comur) para comprar créditos. Além disso, há quem reclame que o tempo de tolerância de dez minutos não tem sido respeitado pela fiscalização.A insatisfação dos usuários com o novo sistema chegou aos vereadores. Gustavo Finck protocolou na Câmara pedido de cancelamento imediato das cobranças das taxas de estacionamento por um período de 90 dias. Ele sugere a realização de estudo para corrigir as falhas no sistema e a implantação de totens para que os usuários possam efetuar os pagamentos.
Já os parlamentares Ricardo Ritter (Ica) e Gerson Peteffi protocolaram requirimento para que Maurício Saul, diretor-geral da Comur, compareça ao Legislativo para prestar esclarecimentos no dia 6 de fevereiro.
Comur e Prefeitura reforçam que há tempo de tolerância
A Comur e a Prefeitura divulgaram nota oficial em suas redes sociais, assinada pelo diretor-geral Maurício Saul, com explicações sobre a tolerância de dez minutos no rotativo, tempo em que não pode haver cobrança pelo uso da vaga.
De acordo com o texto, o monitoramento das vagas deve ser sempre realizado em duas etapas, sendo que a primeira verificação constata a presença do veículo e início do tempo de tolerância, sem emissão de tarifa de pós-utilização (TPU). A tarifa, segundo a Comur, só "é emitida nos casos em que, ultrapassado o período de tolerância de dez minutos, o veículo permanecer estacionado em situação irregular".
Mas motoristas relatam que na prática o sistema operaria de maneira diferente. Um condutor de 56 anos, que prefere não se identificar, deixou o veículo no rotativo digital por sete minutos na terça-feira. Quando retornava para o carro, estava sendo notificado pelo fiscal da Comur. "Ele me orientou então a pagar pelo uso de meia hora para não precisar pagar os R$ 24, mesmo que já estivesse indo embora", diz.
Na nota, a Comur garante que o usuário que estacionar seu veículo e retirá-lo da vaga em até dez minutos não estará sujeito ao pagamento da tarifa do Rotativo Digital. "Eventuais veículos flagrados pelo monitoramento dentro do tempo de tolerância de dez minutos não estão sujeitos ao envio dos dados para emissão de multa de trânsito", ainda informa o texto.
Comerciantes reclamam de queda no movimento
Comerciantes relatam que as reclamações dos clientes são diárias quando o assunto é o rotativo digital. Inclusive, alguns comentam que houve queda no movimento porque as pessoas não querem "se estressar" com o estacionamento.
A farmacêutica Carla Costa, 50 anos, não esconde o descontentamento quando questionada sobre o assunto. "Os clientes reclamam muito. A fiscalização não tem tolerância, eles não encontram os azuizinhos e nem onde comprar tíquete", diz. Carla também é usuária do rotativo digital e reclama da falta de informação no Centro sobre os pontos de vendas de créditos e da dificuldade de encontrar os monitores.
Atendentes em uma padaria, Vitória Paloma Kaefer, 28, e Larissa Silva, 21, contam que diariamente entram pessoas no estabelecimento em busca de informações sobre o pagamento do rotativo. "Os mais velhos são os que mais sofrem. Eles não conseguem mexer no aplicativo", descreve.
Pesquisa vai medir impacto em lojistas
Conforme o executivo do Sindicato do Comércio Varejistas (Sindilojas), Rafael Silva, a entidade recebeu apenas duas reclamações sobre o rotativo digital. Apesar disso, teve início na terça-feira e segue até hoje uma pesquisa que vai ouvir de 30 a 40 lojistas. "Para saber se o sistema teve algum reflexo no movimento", explica. O levantamento é presencial e por telefone. Cada entrevistado deve responder nove perguntas, que foram elaboradas em parceria com a Comur.
Já a diretora de Marketing da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Janaína Giovenardi, aponta que a dificuldade maior é a operação do aplicativo, em especial, para pessoas que não têm familiaridade com a tecnologia. Para a dirigente, o que falta é mais divulgação e pontos de venda. "Também seria importante pensar em uma forma de ajudar os idosos e visitantes de outras cidades que vêm comprar em Novo Hamburgo."
Turista recebeu informação errada e teve carro guinchado
No entanto, como contou o casal, deixaram o carro estacionado na via e receberam a informação que um fiscal deixaria um cupom para ser pago posteriormente. "É uma pena que nos informaram errado. Infelizmente isso acontece", disse o turista, enquanto aguardava a condução para ir ao depósito.
Pontos físicos de venda
Quem tem dificuldades para baixar e mexer no aplicativo Rotativo Digital NH, pode comprar créditos em lojas físicas. Confira a lista:
- Bazar 5 de Abril (Rua Cinco de Abril, 531)
- Casa das Chaves (Rua Joaquim Pedro Soares, 702)
- Chocoffee (Rua Bento Gonçalves, 2.343)
- Cia. das Lâmpadas (Rua Bento Gonçalves, 2.517)
- Cia. da Costura e Reforma (Avenida Primeiro de Março, 85)
- Farmellis (Rua Lima e Silva, 136)
- H Urbano Básico (Rua Mariano de Matos, 39 - sala 2)
- Informatize - Unidade Novo Hamburgo (Rua Marcílio Dias, 925)
- Instituto da Visão (Rua Gomes Portinho, 40)
- LGV Farmácias (Rua Dr. Magalhães Calvet, 49 - loja 4)
- Livraria Simusinos (Rua Joaquim Nabuco, 543)
- Mundo dos Plásticos (Rua Joaquim Nabuco, 456)
- Noia Bazar (Avenida Primeiro de Março, 189)
- Ótica Aliannça (Avenida Pedro Adams Filho, 5.649)
- Óticas Justin - Illuminare Brasil (Rua Corte Real, 115)
- Sabbor por Inteiro Sorveteria (Rua Bento Gonçalves, 2.564)
- Salão Beto Klein (Rua Mariano de Matos, 124)
- Sindilojas (Rua Lima e Silva, 123)
- Smart Service NH (Rua Júlio de Castilhos, 10 - loja 3)
- Sorveteria Luna (Rua Dr. Magalhães Calvet, 26)
- Tartine Boulangerie (Rua Silveira Martins, 717)
- Tecnolar (Rua Joaquim Nabuco, 488)
- Tecnostore Telefonia (Rua Gomes Portinho, 170)
- VIP Tabacaria (Av. Pedro Adams Filho, 5.112 - loja 4)
Fonte: Comur
Está bem mais tranquilo encontrar uma vaga de estacionamento no Centro de Novo Hamburgo. Por volta do meio-dia de quarta-feira (25), por exemplo, na Rua Joaquim Nabuco, entre a Avenida Pedro Adams Filho e a Rua Bento Gonçalves, havia 11 vagas disponíveis. Situação semelhante nos arredores da Praça 20 de Setembro, região de serviços bancários, e em outros pontos. Quem frequenta a área central já percebeu que, desde a ativação do rotativo digital no final do ano passado, estacionar não tem sido mais problema.Agora, conseguir pagar pelo uso da vaga é tarefa que nem todos os motoristas têm conseguido realizar. Os mais insatisfeitos são os idosos que costumam não conseguir operar o aplicativo no celular. Também existem relatos de dificuldades em localizar agentes da Companhia Municipal de Urbanismo (Comur) para comprar créditos. Além disso, há quem reclame que o tempo de tolerância de dez minutos não tem sido respeitado pela fiscalização.A insatisfação dos usuários com o novo sistema chegou aos vereadores. Gustavo Finck protocolou na Câmara pedido de cancelamento imediato das cobranças das taxas de estacionamento por um período de 90 dias. Ele sugere a realização de estudo para corrigir as falhas no sistema e a implantação de totens para que os usuários possam efetuar os pagamentos.
Já os parlamentares Ricardo Ritter (Ica) e Gerson Peteffi protocolaram requirimento para que Maurício Saul, diretor-geral da Comur, compareça ao Legislativo para prestar esclarecimentos no dia 6 de fevereiro.
Comur e Prefeitura reforçam que há tempo de tolerância
A Comur e a Prefeitura divulgaram nota oficial em suas redes sociais, assinada pelo diretor-geral Maurício Saul, com explicações sobre a tolerância de dez minutos no rotativo, tempo em que não pode haver cobrança pelo uso da vaga.
De acordo com o texto, o monitoramento das vagas deve ser sempre realizado em duas etapas, sendo que a primeira verificação constata a presença do veículo e início do tempo de tolerância, sem emissão de tarifa de pós-utilização (TPU). A tarifa, segundo a Comur, só "é emitida nos casos em que, ultrapassado o período de tolerância de dez minutos, o veículo permanecer estacionado em situação irregular".
Mas motoristas relatam que na prática o sistema operaria de maneira diferente. Um condutor de 56 anos, que prefere não se identificar, deixou o veículo no rotativo digital por sete minutos na terça-feira. Quando retornava para o carro, estava sendo notificado pelo fiscal da Comur. "Ele me orientou então a pagar pelo uso de meia hora para não precisar pagar os R$ 24, mesmo que já estivesse indo embora", diz.
Na nota, a Comur garante que o usuário que estacionar seu veículo e retirá-lo da vaga em até dez minutos não estará sujeito ao pagamento da tarifa do Rotativo Digital. "Eventuais veículos flagrados pelo monitoramento dentro do tempo de tolerância de dez minutos não estão sujeitos ao envio dos dados para emissão de multa de trânsito", ainda informa o texto.
Comerciantes reclamam de queda no movimento
Comerciantes relatam que as reclamações dos clientes são diárias quando o assunto é o rotativo digital. Inclusive, alguns comentam que houve queda no movimento porque as pessoas não querem "se estressar" com o estacionamento.
A farmacêutica Carla Costa, 50 anos, não esconde o descontentamento quando questionada sobre o assunto. "Os clientes reclamam muito. A fiscalização não tem tolerância, eles não encontram os azuizinhos e nem onde comprar tíquete", diz. Carla também é usuária do rotativo digital e reclama da falta de informação no Centro sobre os pontos de vendas de créditos e da dificuldade de encontrar os monitores.
Atendentes em uma padaria, Vitória Paloma Kaefer, 28, e Larissa Silva, 21, contam que diariamente entram pessoas no estabelecimento em busca de informações sobre o pagamento do rotativo. "Os mais velhos são os que mais sofrem. Eles não conseguem mexer no aplicativo", descreve.
Pesquisa vai medir impacto em lojistas
Conforme o executivo do Sindicato do Comércio Varejistas (Sindilojas), Rafael Silva, a entidade recebeu apenas duas reclamações sobre o rotativo digital. Apesar disso, teve início na terça-feira e segue até hoje uma pesquisa que vai ouvir de 30 a 40 lojistas. "Para saber se o sistema teve algum reflexo no movimento", explica. O levantamento é presencial e por telefone. Cada entrevistado deve responder nove perguntas, que foram elaboradas em parceria com a Comur.
Já a diretora de Marketing da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Janaína Giovenardi, aponta que a dificuldade maior é a operação do aplicativo, em especial, para pessoas que não têm familiaridade com a tecnologia. Para a dirigente, o que falta é mais divulgação e pontos de venda. "Também seria importante pensar em uma forma de ajudar os idosos e visitantes de outras cidades que vêm comprar em Novo Hamburgo."
Turista recebeu informação errada e teve carro guinchado
No entanto, como contou o casal, deixaram o carro estacionado na via e receberam a informação que um fiscal deixaria um cupom para ser pago posteriormente. "É uma pena que nos informaram errado. Infelizmente isso acontece", disse o turista, enquanto aguardava a condução para ir ao depósito.
Pontos físicos de venda
Quem tem dificuldades para baixar e mexer no aplicativo Rotativo Digital NH, pode comprar créditos em lojas físicas. Confira a lista:
- Bazar 5 de Abril (Rua Cinco de Abril, 531)
- Casa das Chaves (Rua Joaquim Pedro Soares, 702)
- Chocoffee (Rua Bento Gonçalves, 2.343)
- Cia. das Lâmpadas (Rua Bento Gonçalves, 2.517)
- Cia. da Costura e Reforma (Avenida Primeiro de Março, 85)
- Farmellis (Rua Lima e Silva, 136)
- H Urbano Básico (Rua Mariano de Matos, 39 - sala 2)
- Informatize - Unidade Novo Hamburgo (Rua Marcílio Dias, 925)
- Instituto da Visão (Rua Gomes Portinho, 40)
- LGV Farmácias (Rua Dr. Magalhães Calvet, 49 - loja 4)
- Livraria Simusinos (Rua Joaquim Nabuco, 543)
- Mundo dos Plásticos (Rua Joaquim Nabuco, 456)
- Noia Bazar (Avenida Primeiro de Março, 189)
- Ótica Aliannça (Avenida Pedro Adams Filho, 5.649)
- Óticas Justin - Illuminare Brasil (Rua Corte Real, 115)
- Sabbor por Inteiro Sorveteria (Rua Bento Gonçalves, 2.564)
- Salão Beto Klein (Rua Mariano de Matos, 124)
- Sindilojas (Rua Lima e Silva, 123)
- Smart Service NH (Rua Júlio de Castilhos, 10 - loja 3)
- Sorveteria Luna (Rua Dr. Magalhães Calvet, 26)
- Tartine Boulangerie (Rua Silveira Martins, 717)
- Tecnolar (Rua Joaquim Nabuco, 488)
- Tecnostore Telefonia (Rua Gomes Portinho, 170)
- VIP Tabacaria (Av. Pedro Adams Filho, 5.112 - loja 4)
Fonte: Comur
Já os parlamentares Ricardo Ritter (Ica) e Gerson Peteffi protocolaram requirimento para que Maurício Saul, diretor-geral da Comur, compareça ao Legislativo para prestar esclarecimentos no dia 6 de fevereiro.