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"ARBORICÍDIO"

DERRUBADA DE ÁRVORES NO PARCÃO:"É um crime ambiental que foi autorizado pelo próprio poder público", diz ambientalista

Presidente do Movimento Roessler fala em "arboricídio". Prefeitura diz que ação é necessária para conservação

Susete Mello
Publicado em: 19/10/2023 às 03h:00 Última atualização: 19/10/2023 às 15h:14
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O Movimento Roessler considera um crime ambiental a autorização para corte de árvores no Parque Henrique Luiz Roessler, o Parcão. A partir de denúncia, que chegou à entidade ecológica na quarta-feira (11) da semana passada, a presidente da entidade, a bióloga Luana Rosa, questionou a Secretaria do Meio Ambiente, através do Conselho Municipal de Saneamento e Meio Ambiente.

A  bióloga Luana Rosa e Arno Kayser, do Movimento Roessler, no Parcão | Jornal NH



A bióloga Luana Rosa e Arno Kayser, do Movimento Roessler, no Parcão

Foto: Susi Mello/GES-Especial

Nesta quarta (18), uma semana após o corte de árvores, Luana e o tesoureiro do movimento, o ambientalista Arno Kayser, estiveram no local para falar sobre o assunto no espaço de preservação. “A gente percebeu que não dava para deixar dessa forma e resolveu fazer uma denúncia mais ampla e ir atrás dos meios de comunicação para denunciar. É um crime ambiental que foi autorizado pelo próprio poder público”, frisou Luana.

O corte de árvores está próximo de um dos portões de acesso ao Parcão, na Rua Santo Ângelo, esquina com a Rua Tarso Dutra, e segue em direção à Rua Guaíba, no bairro Hamburgo Velho. “A estimativa é que o corte ocorreu em uma área de aproximadamente 250 metros de extensão com três metros de largura, ou seja, 450 metros quadrados”, informa Kayser.

O ambientalista cita algumas espécies, como camboatá, cedro, canjerana. “Pelo tamanho dos troncos tem árvores com mais de 20 anos”, salienta.

“Quem deveria estar protegendo a área está cometendo esse arboricídio. Essa área é de preservação permanente. Ela não deveria sofrer esse tipo de devastação”, argumenta Luana. “Só que ficou muito claro que o interesse do poder público é proteger a cerca. A cerca é para proteger o parque, só que o parque é uma área de preservação, que deveria estar protegida. Estão cortando as árvores para proteger a cerca e não para proteger o parque”, salienta.

Processo é acompanhado pela equipe de arborização, diz nota municipal

A Prefeitura se pronunciou por meio de nota assinada pela diretora de Proteção Ambiental, Maya Ruschel. Segundo ela, a manutenção do Parcão é realizada de forma constante pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam). O número total de árvores que precisarão ser suprimidas ainda não está contabilizado, pois a ação ainda está em andamento.

“Será uma quantidade muito pequena em relação aos 54 hectares de vegetação preservada do Parcão”, diz o texto. O processo ainda está em avaliação e não tem prazo para ser finalizado, pois depende das condições climáticas.

“A ação desta semana faz parte desta série de serviços executados rotineiramente e é necessária para a preservação do patrimônio público, a conservação do ecossistema e a segurança do local. A supressão de algumas árvores ocorre para resguardar o cercamento do Parque, no qual foram investidos R$ 2,5 milhões pela Prefeitura”, diz a diretora.

Além disso, explica a nota, há necessidade de manter faixa de 1 a 1,5 m entre a cerca e a vegetação para facilitar a circulação e permitir a realização de ações, incluindo eventual combate a fogo.

O comunicado acrescenta que algumas das árvores retiradas são invasoras e, se não forem cortadas, prejudicam que a flora e a fauna nativa prosperem no local.

“Todo o processo, tanto de supressão de exemplares invasores como de árvores nativas, é acompanhado pela equipe de arborização, formada por dois engenheiros agrônomos, um biólogo e um técnico florestal, que monitoram constantemente o serviço que está sendo efetuado dentro da mais correta técnica.”

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