O número de pessoas contaminadas com o vírus da dengue continua crescendo em Novo Hamburgo. Dados atualizados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) nesta segunda-feira (29), apontam 164 notificações desde o dia 1º de janeiro no município. Destas, 97 foram confirmadas como casos positivos para a doença.
Conforme o coordenador do projeto de Combate e Prevenção à Dengue da Universidade Feevale, Tiago Filipe Steffen, quanto mais mosquitos, maior a probabilidade das pessoas serem infectadas pelo vírus. O clima chuvoso e quente, intensificado pelo fenômeno El Niño, acaba favorecendo a quantidade de Aedes aegypti no ambiente, tendo em vista que a reprodução acaba sendo mais rápido. “Em sete dias um ovo já se transforma em adulto”, explica.
Para Steffen, a reprodução rápida e o descuido da população, mesmo que sem a intenção, podem explicar o grande número de pessoas infectadas em Novo Hamburgo. “A comunidade em geral, que algumas vezes não percebe o risco em deixar pratinhos em vasos de flor, baldes com água da chuva estocados, calhas com acúmulo de água ou pequenas piscinas plásticas sem qualquer tipo de manutenção.”
Segundo o coordenador, dados municipais indicam que 80% dos recipientes com a presença de larvas do Aedes aegypti estão localizados nos pátios das residências. “Ou seja, próximos das pessoas. O cuidado com o acúmulo de água parada precisa ser constante, uma vez por semana é necessário fazer uma inspeção no pátio e observar se existem depósitos.”
Esforço coletivo
Atualmente, três bairros representam o maior número de casos confirmados para dengue no município: Diehl, Boa Saúde e Santo Afonso. O destaque negativo fica por conta do bairro Diehl. “Cerca de 50% dos casos estão concentrados lá”, comenta Steffen.
Conforme o coordenador, a única maneira de combater a dengue e o Aedes aegypti, será o esforço coletivo. “A dengue é uma doença que exige um esforço da coletividade, caso uma residência em determinada quadra, apresentar local propício para a proliferação de mosquitos, toda a região do entorno sofrerá com as consequências”, completa.
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