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MELHOR OU PIOR?

DENGUE: Como estão os índices sobre a presença do mosquito em Novo Hamburgo?

Cidade aparece em primeiro lugar no painel de casos do Estado

Laura Rolim
Publicado em: 18/09/2024 às 17h:05 Última atualização: 18/09/2024 às 17h:05
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Apesar dos casos de dengue terem diminuído na região nas últimas semanas, já que o inverno contribui para que não haja surtos da doença, Novo Hamburgo alcançou a primeira colocação entre os municípios com casos confirmados de dengue, segundo a atualização desta quarta-feira (18) do painel do Estado.

No entanto, o último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), feito em agosto no município, apontou nível satisfatório na cidade, com Índice de Infestação Predial (IPP) de 0,7%.

Projeto de Prevenção e Combate à dengue realizou segundo levantamento em agosto  | abc+



Projeto de Prevenção e Combate à dengue realizou segundo levantamento em agosto

Foto: Andrieli Siqueira/ Universidade Feevale

O número significa que, a cada 140 imóveis visitados, um teve a presença de Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e outras doenças. Esse é o segundo levantamento realizado em Novo Hamburgo no ano, pois o que estava marcado para maio precisou ser cancelado por conta das enchentes. Na comparação com o relatório feito em janeiro, quando o município registrou índice de 4,9%, a cidade reduziu a porcentagem em 4,2%.

Conforme os parâmetros do Ministério da Saúde, que classifica os municípios de acordo com o índice de infestação predial, Novo Hamburgo foi considerada satisfatória, sendo que de 1% a 3,9% é alerta; e superior a 3,9% apresenta risco de surto para iminente perigo à saúde pública.

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Para chegar ao resultado, os Agentes de Combate de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com o Projeto de Prevenção e Combate à Dengue da Feevale, vistoriaram 4020 imóveis entre os dias 12 e 15 de agosto, onde houve 76 coletas de amostras de larvas e/ou pupas para identificação. Com isso, cerca de 38% delas foram positivas para Aedes aegypti.

A metodologia utilizada no LIRAa divide o município em estratos (de 8 a 12 mil imóveis), que levam em consideração os bairros com características socioambientais semelhantes e são agrupadas a fim de facilitar as ações de controle vetorial. Por isso, Novo Hamburgo foi dividida em nove estratos. Destes, apenas dois evidenciaram maior quantidade de mosquitos, que corresponde aos bairros Boa Saúde, Petrópolis e Primavera no estrato 1, e no estrato 2: Rincão, Operário, Vila Rosa, Guarani e Hamburgo Velho.

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De acordo com o biólogo e coordenador do projeto Tiago Filipe Steffen, o resultado do índice foi bastante favorável e indica uma baixa quantidade de mosquitos no município nesse período. “Com essa quantidade, dificilmente a gente teria um surto de dengue na cidade. Os dados são condizentes com a época do ano. No inverno sempre tem uma queda bem expressiva no número de mosquitos. Tanto em função do frio quanto com relação ao metabolismo do mosquito, que acaba sendo diretamente afetado pelo frio”, explica.

O coordenador observa que os depósitos mais comuns onde foram encontradas amostras positivas (45%) para o mosquito são os menores, denominados como tipo B, como pratos de flores, potes de água de animais, brinquedos no pátio e itens esquecidos, como baldes. Outros locais foram ralos, calhas entupidas, pneus e lixo sem descarte adequado.

Reforço nos cuidados

Steffen pontua ainda que esse é o momento ideal para que as ações de prevenção ganhem ainda mais força. “É um momento muito propício para toda a comunidade auxiliar em terminar com os focos. Se nós conseguirmos diminuir os depósitos agora nessa época, que tem menos mosquitos, a gente vai ter uma primavera e um verão com uma menor quantidade de mosquitos, então, o momento para diminuir a quantidade de mosquitos é agora”, reforça o biólogo.

A gerente de vigilância em saúde de Novo Hamburgo, Débora Spessato Bassani, corrobora com a recomendação de Steffen. “Apesar de o resultado do LIRAa ter apontado uma melhora no quadro geral, isso não reduz a necessidade de eliminarmos e permanecermos atentos aos focos do mosquito da dengue”, destaca.

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Débora também reforça a necessidade da população atender as equipes em casa para orientação quanto à eliminação dos focos. “É importante que a comunidade e o poder público continuem os esforços para reduzir ainda mais o índice na cidade. E que a população receba esses agentes nas suas casas, pois agora eles farão parte das equipes de saúde dos bairros e realizarão visitas frequentes nas residências”, recomenda.

Como o verão deve impactar no número de casos de dengue?

Com o fim do inverno e chegada de dias quentes, Steffen explica que a região terá um aumento no número de mosquitos, como já ocorre historicamente. “Funções climáticas, e a própria função da biologia do mosquito, que tende a aproveitar esses momentos mais quentes do ano para se procriar, podem influenciar. Então, haverá uma tendência normal do aumento de mosquitos”, observa.

Por isso a importância da comunidade seguir as recomendações de prevenção. “O que a gente espera é que a comunidade auxilie bastante em razão desse grande surto que teve em 2024, para que não permita que tenham depósitos nos seus pátios, no seu ambiente de trabalho, no seu local de convívio, e dessa forma vamos conseguir diminuir a quantidade de mosquitos, tanto na primavera quanto no verão e outubro”, reforça Steffen.

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Situação da dengue na região

Conforme o mapa de casos, o Rio Grande do Sul já soma mais de 276 mil casos e 281 óbitos pela doença em 2024. Novo Hamburgo é o município com mais confirmações pela doença, somando 15.323 casos.

Logo depois, aparece Santa Rosa, com 15.01 casos de dengue, seguido de São Leopoldo (13.914), Canoas (8.426), Sapucaia do Sul (5.158) e Campo Bom com 5.075 casos. Já em relação ao número de óbitos, São Leopoldo aparece em primeiro no ranking, com 23 vítimas, seguido de Santa Rosa (22) e Novo Hamburgo (20).  

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