O coordenador estadual de Varejo do Sebrae RS, Fabiano Zortéa, coordenou o painel “O que vi na NRF e preciso te contar”, apresentado a empresários na noite de terça-feira (5), no Hotel Swan Tower, em Novo Hamburgo. A noite foi pensada para compartilhar o que foi destaque na NRF Retail Big Show, em Nova York, maior feira do mundo no segmento varejista, por quem esteve presencialmente nos Estados Unidos.
Além de Zortéa, também falaram ao público o presidente da Federação Varejista do RS, Ivonei Pioner, e a jornalista e colunista do Minuto Varejo do Jornal do Comércio, Patrícia Comunello. A realização foi da Federação Varejista com apoio das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Novo Hamburgo, Estância Velha/Ivoti, Campo Bom, Sapiranga e São Leopoldo.
O presidente da Federação esteve em 26 palestras, nove visitas técnicas em empresas e, entre os cases que lhe chamaram a atenção, destacou a Móveis Florense, de Flores da Cunha, além de enfatizar o marketing “boca a boca”.
Em sua fala, Pioner compartilhou cinco tópicos que mais o impactaram durante a NRF: dados; cinco gerações atendendo e consumindo ao mesmo tempo; omnicanalidade; Inteligência Artificial Generativa; e ter atitude com aquilo que aprende. “Não se faz gestão sem dados. Então temos que conhecer nosso público para que a gente saiba o que ofertar a ele. Como gerir as cinco gerações que temos hoje no mercado? Como conversar entre elas? Esse é o grande desafio, entender o que cada uma quer”, disse.
Relação entre cliente e marca
Para Comunello, o destaque foi para a forma como o público se sente ao entrar no varejo, como a Geração Z (jovens entre 14 e 29 anos) se comporta em relação ao trabalho; deep fakes; sustentabilidade e digitalização acelerada.
“A loja física é o lugar mais especial da relação entre o cliente e a marca. E ela não vai morrer, como já ouvimos muitas vezes. Depois da pandemia, nós voltamos para a rua, mas a rua não é mais a mesma. Não é necessário ter diversas lojas numa mesma cidade, nós podemos ter um online bastante diversificado e uma loja física bem estruturada para receber os clientes”, afirma.
Entendendo o público
Durante a feira, Zortéa liderou os lojistas gaúchos em visitas técnicas a diversos estabelecimentos nova-iorquinos para mostrar como grandes marcas norte-americanas adaptam-se aos novos tempos de consumo e podem inspirar o restante do mundo do varejo.
“Para mim, o resumo da NRF 2024 é: o cliente não precisa mais ir à loja. Ele tem que querer ir. Apesar de 63% dos consumidores norte-americanos preferirem comprar online, eles ainda vão à loja para testar, retirar, devolver, e conferir promoções. O varejo olho no olho nunca sai de moda”, destacou.
Zortéa também mostrou que, para investir em atendimento, não é necessário grande poder financeiro. “O que precisa, é o varejista entender seu público. Se ele vende tênis, por exemplo, ele pode organizar uma corrida de rua, reunindo pessoas do segmento e, ao mesmo tempo, mostrar sua marca. E nesse quesito, um pequeno negócio até sai na frente, porque quando a estrutura é menor, ele tem mais agilidade para testar”, pontua.
Inteligência Artificial
Outro assunto abordado e debatido na feira foi o uso da Inteligência Artificial (IA). Segundo Zortéa, pesquisas mostram que 42% dos especialistas em Inteligência Artificial estão empolgados, mas também preocupados com os impactos nos seres humanos. Até 2026, 80% dos varejistas usarão a IA para potencializar seus negócios.
“Dados assustam, mas a IA pode se tornar uma aliada. Quem vende bem no presencial precisa estar bem treinado no digital. A maior oportunidade de personalização está no atendimento”, explicou Zortéa, que usou o WhatsApp como ferramenta de vendas.
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