O patrimônio histórico de Novo Hamburgo serviu de inspiração para um curso com objetivo ensinar técnicas práticas de conservação e restauro de fachadas históricas. Realizado na Casa de Cultura Dalila Sperb, no coração do bairro Hamburgo Velho, as aulas que vão até o domingo (1º) contam com mais de 20 alunos, a grande maioria arquitetos e urbanistas.
FIQUE POR DENTRO: CHUVA PRETA: Quais as consequências do fenômeno que pode atingir o RS neste fim de semana
Um dos pontos altos do curso foi o início do processo de restauração do Muro Romano nesta sexta-feira (30), no cruzamento entre as avenidas Doutor Maurício Cardoso e General Daltro Filho. Munidos de bisturis e óculos de proteção, os alunos faziam o processo minucioso de decapagem mecânica a seco, que consiste em tirar camadas de pintura e argamassa para revelar a originalidade da estrutura.
O processo completo de restauro leva tempo. Por isso, o plano dos organizadores é encaminhar um projeto arquitetônico e buscar financiamento via editais, patrocínio cultural por leis de incentivo ou doações diretas para recuperar completamente o muro. “Quando temos um ornato ele tem uma volumetria, ou seja, um desenho. Com o passar do tempo, as pessoas vão pintando e passando argamassa em cima, então ele vai se perdendo”, explica a restauradora Flávia Duque-Estrada, uma das organizadoras do curso.
LEIA TAMBÉM: Ruas de Novo Hamburgo terão bloqueios neste fim de semana; confira os locais e horários
As aulas tentam suprir uma lacuna teórica no aprendizado de restauro no Brasil. Segundo o arquiteto Jorge Stocker, também organizador do curso, o intuito é trazer maior conhecimento e sensibilização para a conservação de patrimônios históricos. “Existe uma preocupação muito grande pois temos um centro histórico tombado em Novo Hamburgo e muitas fachadas tem elementos decorativos, que os diferenciam das construções novas”, destaca.
CLIQUE AQUI E INSCREVA-SE NA NOSSA NEWSLETTER
O curso foi financiado pela Lei Paulo Gustavo com o apoio da Secretaria da Cultura de Novo Hamburgo. Além da técnica de decapagem, os alunos também aprendem sobre moldes de ornatos e responsabilidade técnica para a execução de projetos de restauração. Para a arquiteta e urbanista Lorena Fonseca Vieira, de Jaguarão, que atua como fiscal de obra de restauro no Palácio Piratini, as aulas são uma oportunidade para ampliar o conhecimento nesse segmento. “Todo o arquiteto precisa ter essa visão mais detalhada e minimalista das problemáticas que envolvem estruturas”, disse.
LEIA TAMBÉM