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PARCÃO DE NOVO HAMBURGO

Corte de árvores vai passar a ser comunicado previamente à população, diz Prefeitura

Decisão foi comunicada nesta quinta a representantes do Movimento Roessler após polêmica da derrubada de árvores no Parcão

Susete Mello
Publicado em: 26/10/2023 às 17h:46 Última atualização: 26/10/2023 às 19h:41
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O corte de árvores em um trecho do Parque Henrique Luiz Roessler, o Parcão, em Novo Hamburgo, que gerou polêmica na cidade, teve novo desdobramento nesta quinta-feira (26).

Reunião da Semam com Movimento Roessler sobre a poda e corte de árvores | Jornal NH



Reunião da Semam com Movimento Roessler sobre a poda e corte de árvores

Foto: Susi Mello/GES-Especial

O que seria uma vistoria do Movimento Roessler ao local, conforme acordado com a Prefeitura na semana passada, se transformou em uma reunião entre representantes do movimento e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam).

Após o encontro, o secretário da Semam, Ráfaga Fontoura, reforçou que a comunicação de manutenção será feita para toda sociedade pelos canais da Prefeitura, pelos canais do Meio Ambiente, pelos meios de comunicação e diretamente ao Movimento Roessler.

O secretário também informou que fez um pedido de acompanhamento do caso por parte do Ministério Público. “Porque houve uma comoção por parte da sociedade, do Movimento Roessler. Trouxemos para demonstrar a transparência, pois o MP é o fiscal da lei. Queremos apresentar para que ele tenha suas conclusões”, salienta.

“Saímos deste encontro sabendo que em toda e qualquer manutenção do parque seremos convidados para participar dessa decisão porque certamente teremos que prestar contas para a população também”, declara a presidente do Movimento Roessler, a bióloga Luana Rosa.

“Somos uma entidade de defesa ambiental. Fomos inaugurados em 1978 para proteção ambiental e viemos fazendo isso há 45 anos. Então queremos estreitar esse laço com a Secretaria do Meio Ambiente para que possamos acompanhar todos os processos seguintes”, salienta a presidente.

DERRUBADA DE ÁRVORES NO PARCÃO: Prefeitura diz que processo é acompanhado por equipe de arborização | Jornal NH



DERRUBADA DE ÁRVORES NO PARCÃO: Prefeitura diz que processo é acompanhado por equipe de arborização

Foto: Prefeitura de Novo Hamburgo

Corte e poda de árvores no Parcão

O gerente de arborização do Parcão, engenheiro agrônomo Fábio Anoni, informou que houve o corte e poda de aproximadamente 60 árvores médias e altas e vegetação baixa. A extensão da manutenção foi de aproximadamente 300 metros, perto de um dos portões de acesso ao Parcão, na Rua Santo Ângelo, esquina com a Tarso Dutra, e segue em direção à Rua Guaiba, no bairro Hamburgo Velho.



Foi “crime ambiental” e “arboricídio”?

Em entrevista ao Jornal NH na semana passada, a presidente do Movimento Roessler declarou que a ação no Parcão era “arboricídio” e “crime ambiental”. A reprodução de tais expressões na reportagem foi questionada nesta quinta-feira (26) pelo secretário Ráfaga Fontoura.

Questionado sobre o assunto, ele assegurou que “não houve crime ambiental. Um crime ambiental é um crime ambiental”. E acrescentou que “o que há é um manejo dentro da lei municipal, dentro das leis estaduais e dentro das leis federais. Há sim permissão, a anuência do poder público, tanto que esse manejo está sendo acompanhado pelo poder público, pedido pela secretaria. Não há crime ambiental ou qualquer ilícito”.

Ideia foi aproveitar a equipe de poda

Por meio de técnicos, a Semam informou que houve o manejo acima de 1,5 metro de largura. A explicação foi que a ideia era aproveitar a equipe de poda, que atende demandas da cidade, para realizar o corte preventivo e não precisar voltar a fazer de novo o trabalho no local em um prazo mais curto.

Para a presidente do Movimento, a Semam ultrapassou a faixa de 1,5 metro, o que é o permitido legalmente. “Então aí há uma irregularidade, mas como o secretário falou que não partimos de um ato jurídico, abrindo um processo sobre a questão, essa questão é à parte” , frisou, acrescentando que entende que a partir do momento que não se cumpre a legislação, existe uma irregularidade. “Isso é notável”, acrescentou.

Para o movimento, faltou comunicação

A bióloga Luana Rosa disse que o Movimento fez “esse barulho” por conta das denúncias recebidas justamente porque teria havidouma irregularidade.

“Se existisse essa comunicação prévia de que haveria corte naquela região e que seria ultrapassado o limite legal de 1,5 metro, que seria feita a compensação, não entenderíamos como irregularidade, como crime ambiental, porque houve uma justificativa prévia. Nesse sentido, que esse episódio tenha acontecido para deixar claro que a comunicação é fundamental”, defendeu.

A reunião também teve a participação do engenheiro agrônomo Décio Marques, do biólogo Diego Seewald e da diretora de Proteção Ambiental Maya Ruschel. Pelo Movimento Roessler estiveram os integrantes Cláudio Santos, Rejane Dreher e Cátia Cylene Silva.

Ação necessária, diz técnico da Semam

Por meio de um relise distribuído pela assessoria de comunicação da Prefeitura, o engenheiro agrônomo Fábio Anoni disse que esta é a terceira vez que ações deste tipo são realizadas no Parcão em sete anos.

“É necessária porque estava havendo um conflito entre a arborização e a cerca, para proteger a vida das pessoas, uma vez que as árvores estavam ligando a rede elétrica à cerca, e para estabelecer uma faixa de segurança no parque, permitindo a realização de ações”, explicou Anoni, que também é gerente de Arborização da Semam.

O também agrônomo Décio Marques acrescentou que a vegetação a ser removida representa menos 0,1% da vegetação do Parcão. “Se trata de uma ação necessária, com impacto muito baixo”, enfatizou. O total de árvores atingidas é de cerca de 60, entre corte e poda, em uma extensão em torno de 280 metros.

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