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NOVO HAMBURGO

CORPUS CHRISTI: Celebração católica é marcada pela solidariedade em Novo Hamburgo

Paróquias da Diocese de Novo Hamburgo se mobilizaram para arrecadar doações aos atingidos pela enchente

Laura Rolim
Publicado em: 30/05/2024 às 16h:40 Última atualização: 30/05/2024 às 16h:41
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 O dia de Corpus Christi, celebrado nesta quinta-feira (30), foi marcado por solidariedade e mensagens de fé. A data, que é uma das mais importantes para a Igreja Católica, e a enchente histórica que atingiu a região, fizeram com que algumas paróquias de Novo Hamburgo trocassem os tradicionais tapetes feitos de serragem por doação de alimentos, itens de higiene e cobertores.

Dia de Corpus Christi é marcado pela solidariedade em Novo Hamburgo | abc+



Dia de Corpus Christi é marcado pela solidariedade em Novo Hamburgo

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Na Paróquia Nossa Senhora da Piedade, no bairro Hamburgo Velho, um corredor solidário se formou dentro da Igreja. Para reunir doações aos afetados pela cheia do Rio dos Sinos, os fiéis foram convidados a levar um item de limpeza, alimentos ou cobertores. Após a celebração, uma procissão percorreu o entorno da paróquia.



A aposentada Ana Vanice Scheern, 70 anos, estava há um tempo sem conseguir frequentar a missa, por conta de problemas de saúde do marido. Nesta quinta, fez questão de ir até a celebração com itens de doação.

“Quando posso eu estou aqui. É muito importante, pois é uma benção para o povo do Rio Grande do Sul, que tanto está necessitando. Para o povo ter força de continuar essa luta”, resumiu. Sobre a mobilização da comunidade, ela diz ser fundamental ajudar o próximo. “Eu trouxe produtos de limpeza, pois o povo vai precisar muito. Todas as religiões têm que se unir. Agora é o momento de pegarmos todos juntos”, defende.

Para o pároco da Igreja, o padre Everson Lino Rodrigues, os tradicionais tapetes feitos pela comunidade deram lugar para a caridade este ano. “Jesus Cristo é o modelo do homem, e nos ensinou a amar o próximo. Por isso quisemos concretizar isso. A eucaristia é a presença do Senhor, então, seremos a presença com o irmão através da caridade e o acolhimento, com essa distribuição de produtos”, afirma.

Já na Catedral São Luiz Gonzaga, no Centro, que também confecciona os tapetes coloridos todos os anos, neste, mobilizou a comunidade através das doações. Depois da missa, os fiéis percorreram o entorno do santuário carregando em mãos os alimentos, em uma procissão para marcar a fé e a solidariedade. O Bispo Dom João Francisco Salm conduziu o momento.

A mãe Eliana Schumacher, 58, e a filha Julia Schumacher, 22, participam todos os anos da celebração de Corpus Christi. “A igreja se solidarizou e, ao invés de destinar recursos para os tapetes, destinou para doações. É um momento importante, em que contemplamos o corpo de Cristo. Também é um gesto de nos doarmos aos outros”, comenta Julia.

Julia e Eliana levaram doações | abc+



Julia e Eliana levaram doações

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

“Era injusto fazer tapete e não fazer essas doações. Tanta gente que precisa, por isso é importante reverter essa atitude. As pessoas estão precisando agora”, completa Eliana.

Durante a missa, o pároco da Catedral São Luiz Gonzaga, o Padre Marco Antonio Leal, falou sobre a importância das doações para os afetados pela enchente. “Todos os recursos que nós usaríamos para os tapetes, revertemos para os irmãos que estão precisando de ajuda. Mais importante que os tapetes, é a nossa manifestação pública do nosso amor a Jesus”, resumiu.



Tapetes coloriram a frente da Paróquia Nossa Senhora das Graças

No bairro Rondônia, as manifestações da fé puderam ser presenciadas em frente a Paróquia Nossa Senhora das Graças. Duas horas antes da celebração, dezenas de fiéis se reuniram para confeccionar os tapetes com ferragens.



A professora Gabriela Rocha, 41, que todos os anos acompanha o filho Giuliano Rocha, 12, na confecção dos tapetes, comenta que é uma das celebrações mais importantes para a comunidade. “Faço questão de trazer ele para ter essa noção de participação em comunidade, de ajuda coletiva”, afirma.

Os jovens do Curso de Liderança Juvenil (CLJ) da paróquia também se empenharam na produção dos tapetes. Nicolas Chagas, 23, marca presença na celebração todos os anos. “É uma tradição da igreja, uma coisa muito divertida. Para nós é uma felicidade fazer esses tapetes, pois une bastante o grupo. É um momento de encontro”, considera.

 

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