Está longe do fim o litígio entre o vereador Ito Luciano (PTB) e o magistério hamburguense. Em discurso no plenário o vereador afirmou que “professoras, das quais tenho maior carinho e o maior respeito, (mas) que não têm educação. Lamentavelmente, é por isso que as crianças estão matando e assaltando. Talvez seja pelo nível de educação”.
Por mais que o parlamentar tenha pedido desculpa e enviado nota de retratação, após a confusão que ocorreu ainda na segunda-feira passada, a atitude não foi o suficiente para a categoria.
O Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo (SindProf-NH) protocolou na tarde de quarta-feira representação junto ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara representação contra Ito.
Segundo a presidente Luciana Martins, as palavras do vereador se configuram “transgressão grave à ética parlamentar” e “tendo em vista que o atual presidente do Conselho é o senhor vereador acusado, constou pedido preliminar para que ele seja afastado e substituído”, pontuou o SindProf-NH.
Daqui para a frente
O primeiro pleito dos educadores será atendido. A confirmação veio por meio da assessoria de imprensa da Casa. O regimento do Conselho estabelece a medida em casos nos quais membros são envolvidos em denúncias desta natureza.
O Legislativo ainda está analisando os ritos necessários para a substituição de Ito Luciano do cargo de presidente do órgão. Por outro lado, ele mantém normalmente as demais atividades do mandato sem nenhum tipo de prejuízo.
A representação será lida na próxima sessão, marcada para segunda-feira (24), e enviada diretamente ao colegiado. Não há possibilidade de o pedido ser arquivado por parte da Mesa Diretora da Câmara.
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Explicações do vereador
Procurado pela reportagem para se pronunciar sobre o caso, o vereador não retornou à reportagem até o fechamento desta matéria. No dia seguinte à confusão, por meio de nota, Ito deu sua versão a respeito do acontecido.
“O vereador usava a Tribuna para se posicionar sobre o projeto de mudança de data de comemoração religiosa na cidade de autoria de uma colega vereadora, quando foi interrompido por gritos de alguns professores presentes na sessão. Ele pediu que fosse respeitado seu direito de manifestação. No calor do momento, acabou se excedendo na forma de fazer valer seu direito de expressão”, diz.
Além disso, “reitera que jamais se referiu à categoria dos professores e ao contexto de ataques a escolas”, completou no comunicado enviado à imprensa.