ESPERANÇA

Condomínio Esperança: uma construção feita de papelão e coragem no abrigo da Fenac

Pedreiro de Novo Hamburgo que perdeu tudo na enchente cria condomínio que serve como um refúgio de esperança

Publicado em: 15/05/2024 11:44
Última atualização: 15/05/2024 11:45

No pavilhão da Fenac, em Novo Hamburgo, com mais de 2 mil pessoas abrigadas, uma construção diferente surgiu: o Condomínio Esperança. Feito inteiramente de papelão, o espaço tem muro, postes, campainha e fica localizado no número 100000.


Moradores do Condomínio Esperança Foto: Giordanna Vallejos/GES-Especial

No lado de fora do condomínio, mensagens motivacionais como “Sabe o que a chuva te trouxe? Recomeço”, “Hey, desce dai e me dá a mão” e “Doa-se coragem”, enfeitam o lar de mais de sete famílias que perderam tudo na enchente.


Condomínio Esperança Foto: Giordanna Vallejos/GES-Especial

O construtor do Condomínio Esperança é o pedreiro Gelson Pinto de Oliveira, morador da Santo Afonso, de 47 anos. Ele explica que usou os materiais que tinha a disposição para criar algo positivo em meio a tragédia.

“Veio a ideia ao natural, começou como uma brincadeira, com a ociosidade do momento, começamos a fazer o muro. Depois fiz a campainha e assim fomos fazendo. O pessoal adorou a ideia, se sentiram seguros por estarem em um condomínio fechado”, explica ele, em meio a sorrisos.


Moradores do Condomínio Esperança Foto: Giordanna Vallejos/GES-Especial

O pedreiro conta que criar esse espaço, com as frases motivacionais, foi a forma que encontrou de ajudar. “Está todo mundo doando alguma coisa, eu perdi tudo, então tinha que doar alguma coisa. Estou doando o que tenho, que é coragem. Então escrevi doa-se coragem no papelão”.


Moradores do Condomínio Esperança Foto: Giordanna Vallejos/GES-Especial

Gelson conta que as sete famílias que moram no Condomínio Esperança não se conheciam antes da enchente. “Aqui somos todos síndicos, a água veio e não existe mais eu e tu, agora é tudo no plural, somos nós. Temos até estrangeiros da Venezuela no Condomínio Esperança. Nós não nos conhecíamos, mas agora somos todos parentes, no flagelo”, explica ele.

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