SAÚDE PÚBLICA

Saiba como a Comusa pretende alcançar o índice de 90% no tratamento de esgoto em Novo Hamburgo

São seis propostas que buscam captar quase meio bilhão de reais no PAC 2, ETE do Arroio Pampa é incluída

Publicado em: 16/11/2023 07:53
Última atualização: 16/11/2023 07:55

A Comusa - Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo busca a captação de quase R$ 458 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) do governo federal para custear projetos voltados à melhorias do saneamento do Município. A meta estabelecida é alcançar cerca de 90%, ou mais, de esgoto tratado no Município até o ano de 2033, o que seria um salto no tratamento do esgoto gerado.


Estação de Tratamento de Esgoto Roselândia, no bairro do mesmo nome, já opera Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

"Estamos prestes a passar de 7,5% do esgoto tratado para quase 90% em menos de uma década. Temos que aproveitar essa oportunidade e lutar por esses recursos", defende o vice-prefeito e diretor-geral da Comusa, Márcio Lüders.

Ao todo, foram elaborados seis projetos que totalizam R$ 457.871.564,60, sendo R$ 434.977.986,37 do PAC 2 e R$ 22.893.578,23 de contrapartida do Município. O principal valor, mais de R$ 399 milhões, está previsto para a implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) do Arroio Pampa, que inclui redes coletoras de esgoto, estações de bombeamento, elevatórias, linha de recalque e ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Luiz Rau, que ainda está em fase de licitação e aguarda o início da construção. Com isso, Novo Hamburgo deve alcançar o índice do Marco Regulatório do Saneamento até 2033.

Além do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) do Arroio Pampa, a companhia elaborou outros cinco projetos visando a angariar recursos do PAC 2. Entre essas iniciativas, destaca-se a execução do SES Cerquinha, acompanhada da instalação de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no local, com um orçamento estimado em R$ 25 milhões. Além disso, visa a contratação de serviços de campo e a concepção de projetos para as redes de coleta de esgoto da bacia do Arroio Luiz Rau, totalizando um orçamento superior a R$ 1,8 milhão.


Local onde ficará a ETE Luiz Rau, a maior unidade cidade e que está na fase de licitação Foto: Comusa/Divulgação

Como é e como vai ficar

Atualmente, a cidade conta com nove Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs) - (Mundo Novo - Canudos; Morada dos Eucaliptos - Canudos; Novo Nações Unidas - Santo Afonso; Parque Residencial Novo Hamburgo - Boa Saúde; Jardim da Figueira - Lomba Grande; Chácara Hamburguesa - Canudos; Jardim do Sol - São Jorge; Roselândia - Roselândia; Vila Palmeira - Santo Afonso), que tratam em torno de 7,5% do esgoto de Novo Hamburgo.

Com a conclusão da ETE Luiz Rau, prevista para o fim de 2024 e que tem um investimento de R$ 70 milhões, o tratamento do esgoto gerado deverá passar de 50%.

Uma nova adutora

No âmbito do abastecimento de água, a Comusa submeteu um projeto para a implementação de uma rede adutora de água em Canudos, estimada em R$ 12,4 milhões.

Adicionalmente, foi apresentado um projeto para o Sistema de Tratamento de Lodo da Estação de Tratamento de Água (ETA), com um montante superior a R$ 11,7 milhões, e a construção de um reservatório de água tratada com capacidade para 3 mil metros cúbicos na Avenida Coronel Travassos.

Lüders destaca a importância das novas redes de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) para os residentes, enfatizando a significativa melhoria que proporcionarão. Ele ressalta também a relevância do sistema de tratamento de lodo da ETA, que contribuirá para o descarte apropriado dos resíduos provenientes do tratamento de água.

O novo reservatório, por sua vez, assegurará um maior armazenamento de água tratada, garantindo o abastecimento adequado para toda a cidade.

Oportunidade, diz Márcio Lüders

Se contemplados todos os projetos, a Comusa fará ainda uma ampliação na ETE Luiz Rau e construção do SES Arroio Pampa, alcançando 85% de esgoto tratado. Com a manutenção de fossas e filtros, prevê ultrapassar os 90%.


Novos tanques construídos para a Estação de Tratamento de Àgua Foto: Comusa/Divulgação

O vice-prefeito e diretor-geral da Comusa, Márcio Lüders, destaca que essa é uma oportunidade única para buscar recursos e atingir o Marco do Saneamento com obras necessárias, e que poderiam ser inviabilizadas sem os recursos federais. "É a chance que temos de dar o passo além para a Comusa. Com a ETE Luiz Rau, estamos dando o primeiro passo para tratar nosso esgoto. Mas, com o projeto do Arroio Pampa, estamos falando de acabar com o grosso da poluição e do esgoto a céu aberto a que nos acostumamos ver nos bairros e no Centro", disse.

Lüders se disse otimista na aprovação dos projetos. Se isso acontecer, ele acredita que a liberação seria imediata, ainda em 2024. "Nós tínhamos os projetos pré-prontos, o que nos dá uma vantagem e confiança de que serão aprovados. Fizemos as adequações necessárias. Em dezembro, estou indo a Brasília para novas conversas.", explica.

Companhia costura apoio

Na última segunda-feira (13), Lüders apresentou as propostas cadastradas à deputada federal Any Ortiz (Cidadania), buscando apoio político para viabilizar os recursos.

"Sabemos dos impactos positivos do tratamento de esgoto e os problemas que geram a falta de infraestrutura nessa área. Nossa missão é trabalhar para que os projetos sejam aprovados e os recursos garantidos", afirmou a deputada.

"Com esses projetos, coletaremos o esgoto antes de irem para os arroios e a população poderá ver uma água limpa", finaliza Lüders.

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