Aos 52 anos, Carlos Kasper se esforça para manter o funcionamento do único rim após descobrir um sério problema no órgão ao final de novembro. Natural de Dois Irmãos, o motorista de aplicativo descobriu, há 23 anos, que possuía um rim atrofiado e, agora, luta contra o tempo para juntar R$ 60 mil para a realização de uma cirurgia e impedir que tenha de fazer hemodiálise pelo resto da vida.
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O drama começou quando Carlos sentiu um forte gosto de amônia na boca, um dos principais sintomas relacionados a problemas renais. Após buscar atendimento, o exame de sangue apresentou um índice de creatinina — substância gerada pelos músculos e que é filtrada pelos rins — cinco vezes acima do normal.
Com o resultado em mãos, foi internado e levado para o Hospital São Francisco de Assis, em Parobé. Lá, realizaram exames que não identificaram nada, mas o médico fez uma anotação com a possibilidade de ser uma falha congênita chamada estenose de JUP, onde o rim produz urina em uma velocidade maior do que ela pode ser drenada pelo ureter, aumentando a pressão renal.
“Me trouxeram de ambulância de volta para Dois Irmãos, onde fiquei internado por quatro dias no Hospital São José. […] (Entre uma bolsa e outra de soro), andei pelos corredores e falei com uma senhora que disse ‘estou há 43 dias internada esperando para ser operada devido a pedras no rim e ainda não fui chamada’”. Com este comentário, Carlos decidiu entrar em contato com uma irmã e pediu que ela o ajudasse a encontrar um urologista. Na consulta particular, foi identificada a falha.
Altos custos
Quando o problema foi identificado, os exames adicionais para que a cirurgia fosse realizada começaram. “Tudo é 750, 450, 500 (reais). Aí me falaram ‘arruma R$ 20 mil que amanhã tu vai ser operado no (Hospital) Regina (em Novo Hamburgo)’. Aí juntei o dinheiro que tinha, emprestei e fui para a faca (cirurgia)”, comenta. No procedimento, ele recebeu um “duplo J”, que é um cateter utilizado em pacientes que apresentam obstrução do fluxo urinário entre o rim e a bexiga.
Após a cirurgia, Carlos fez um novo teste de sangue que apontou uma presença de creatinina de 2 mg/dl, sendo o máximo para homens de 1,3 mg/dl. Esse foi um procedimento de emergência, mas um definitivo está agendado para o início de janeiro, no hospital da Unimed. O custo total é de R$ 60 mil e a família luta contra o tempo para arrecadar o valor, por meio de um financiamento coletivo no site Vakinha.
Devido ao procedimento recente, o paciente conta que terá de fazer uma videolaparoscopia, que é uma técnica menos invasiva de realização de cirurgia. “Existem vasos sanguíneos que não podem ser machucados agora. Só que falaram ‘só tem uma coisa… são 60 mil reais, aí tu vai ter que arrumar esse dinheiro’”.
Até a publicação da reportagem, o financiamento tinha recolhido pouco mais de R$ 44 mil, sendo que 7% deste valor fica com a própria plataforma. “Estamos desesperados coletando esse dinheiro para conseguir pagar a cirurgia”, comenta.
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Drama familiar
Liliane Kasper, filha de Carlos, fala que a família está lutando para conseguir o dinheiro que permitirá o pai a seguir vivendo de forma normal, sem a necessidade de hemodiálise. “Como filha, é muito angustiante a gente ver nosso pai, que sempre foi um cara ativo e saudável, precisando de uma quantia tão grande para salvar a vida dele — que até tao pouco tempo não era, nem de longe, uma preocupação nossa”, fala Liliane.
Ela destaca também que a ajuda está vindo, principalmente, de pessoas que a família nem conhecia, como as contribuições na vakinha online. “A gente fica bem chateado quando bate à porta de alguém conhecido e essa pessoa nos ignora ou finge que não está em casa. Em contrapartida, quem nem conhecemos nos estende a mão e nos ajuda, o que nos faz crer de novo na humanidade”, comenta.
Há também uma chave PIX que pode ser usada para doações. É 516.724.720.91, no nome de Carlos Alberto Kasper.
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