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RELEMBRAR ENTES QUERIDOS

Celebração pelas memórias marcam o Dia de Finados em Novo Hamburgo

No Jardim da Memória, famílias foram agraciadas com missa de Dom Zeno, chuva de pétalas e revoada de balões

Dário Gonçalves
Publicado em: 02/11/2023 às 15h:58 Última atualização: 02/11/2023 às 15h:59
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A manhã desta quinta-feira (2), em Novo Hamburgo, levou milhares de pessoas aos cemitérios para visitar sepulturas e prestar homenagens a familiares e amigos neste Dia de Finados. Foi um momento onde cada um, de sua forma, relembrou entes queridos que já se foram, mas que deixaram na saudade, a sua memória e uma forma de se manterem vivos dentro dos corações enlutados.

Soltura de balões coloridos também foram uma forma de homenagem | Jornal NH



Soltura de balões coloridos também foram uma forma de homenagem

Foto: Dário Gonçalves-GES-Especial

No Jardim da Memória, que está celebrando 20 anos, a programação de Finados se iniciou às 8 horas. No meio da manhã desta quinta-feira (2), o Bispo Emérito Dom Zeno Hastenteufel celebrou a Missa Especial de Finados e levou uma palavra de paz e conforto a todos os presentes. Junto dele, acompanhou o Coral da Paróquia Nossa Senhora das Graças.



Em seguida, as famílias se encaminharam aos jardins, onde revisitaram aqueles que não se encontram mais aqui. Por toda a parte, havia um misto de emoções, uns choravam pela saudade que há muito tempo existe, outros sentiam a dor de uma partida recente. Mas também podia-se encontrar aqueles que conseguiam sorrir por serem gratos às pessoas que passaram por suas vidas.

O diretor do Jardim da Memória, Fabrício Coutinho, comentou que já são 20 anos acolhendo famílias que se despedem de seus amores, e também falou sobre o lançamento da campanha “Memórias para toda vida”. “O convite é para que façamos uma reflexão sobre as memórias que marcaram as nossas vidas junto daqueles que partiram. A fim de tornar palpável o amor que resiste ao tempo”, destacou.

Uma dessas pessoas que deixou sua mensagem eternizada, foi José Alfredo Orth, de 64 anos. Em 2009, ele perdeu a esposa Ilka Orth, aos 52 anos, com quem teve os filhos Willian, 44, e Gisele. Passados 14 anos, a saudade ainda o faz chorar.

“Eu escrevi ali ‘Ilka, amor eterno’, porque ela é o amor da minha vida, a mãe dos meus filhos. E também deixei uma mensagem para o meu pai e minha mãe. Sempre venho aqui, seja no Dia dos Finados, das Mães ou dos Pais. As famílias acabam se encontrando e é onde todos vamos passar”, disse.



Para o proprietário do Jardim da Memória, Alfredo Bilo, o local é a transformação de um sonho em realidade. “Me sinto muito agradecido a Deus, por ele ter me oportunizado realizar esse sonho e também de permitir que eu e a minha família pudéssemos nos dedicar ao acolhimento das pessoas fragilizadas que passam por um momento de despedida. É importante que estejamos com os corações abertos para este acolhimento, que nos comove, mas também nos dá alegria por fazer o bem ao próximo”, destacou.

Vandalismo e reformas

No Cemitério Luterano, bairro Boa Vista, o início da manhã contou com canto coral e piano, além de acompanhamento e aconselhamento aos familiares. O que era para ser o momento de reflexão, para algumas famílias também foi de decepção. É o caso dos irmãos Sérgio e Flávio Viegas dos Santos, de 74 e 73 anos respectivamente.

Leila, Flávio e Sérgio visitam os túmulos de Eneida e Nilson | Jornal NH



Leila, Flávio e Sérgio visitam os túmulos de Eneida e Nilson

Foto: Dário Gonçalves-GES-Especial

Os dois, juntos com a esposa de Flávio, Leila Gehm, 61, foram visitar o túmulo da irmã Eneida dos Santos Scheffel, que morreu cedo, aos 33 anos em 1976, e do cunhado Nilson Norberto Scheffel, que partiu aos 83 anos, em 2016.

Ao chegarem no local, os familiares descobriram que a sepultura havia sido vandalizada, com todas as letras e até as fotos arrancadas. Ainda assim usaram o dia para relembrar bons momentos vividos com a irmã mais nova. “Ela se foi muito cedo, deixou um filho de 9 anos e outro de 1 ano e 8 meses. Até hoje é um sentimento de muita tristeza pela falta que ela faz à toda a família”, conta Sérgio.

Já no Cemitério Municipal Willy Martin, no bairro Operário, o fim da manhã registrou muitas pessoas fazendo limpezas, reformas, ou simplesmente retocando os cuidados nas lápides. Entre flores, choros e abraços, os familiares aproveitaram o feriado para, de alguma forma, voltar a estar perto daqueles que amam.



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