Desde o início da enchente, o grupo de voluntários do bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, formado por moradores, ainda não descansou. Neste fim de semana, o grupo trabalhou no recolhimento da Rua México, corredor utilizado pelas embarcações para o resgate e transporte de mantimentos e moradores. O receio é que os barcos tenham necessidade de circular com mais intensidade e fiquem presos aos entulhos que se acumulam nas calçadas, por isso o grupo fez a limpeza das “linhas” de navegação.
SIGA O ABCMAIS NO GOOGLE NOTÍCIAS!
Neste ponto, da tarde de domingo (12) até próximo ao meio-dia desta segunda-feira (13), a enchente já havia avançado mais de uma quadra. Dentre os líderes do grupo estão o empresário Marcos Rodrigues da Silva (Marquinhos), 40 anos, e o presidente da Associação dos Moradores da Vila Palmeira, Gilvanio Panchio, 36.
Os moradores utilizam três caminhões próprios no serviço. Um para levar mantimentos, outro para retirar móveis de moradores que já retornaram para casa e agora estão saindo novamente por conta do aumento da cheia e um terceiro para o recolhimento de entulhos.
Inclusive, Marquinhos conta que os veículos tiveram problemas mecânicos por conta do transporte dentro d’água, problema que foi resolvido por mecânicos da comunidade. Além disso, o grupo conta com cinco barcos e uma lancha, sendo que um barco com reboque foi doado por um empresário.
Outro serviço que os voluntários prestam é no monitoramento das vias, já que não permitem a circulação de barcos a partir de determinados horários, a fim de zelar pela segurança dos imóveis. Inclusive, nesta manhã, os moradores auxiliarem uma equipe da RGE a chegar em um endereço.
“Enquanto tiver água aí no bairro, a gente vai continuar trabalhando pelas pessoas. São os moradores que cuidam uns dos outros aqui”, disse Marquinhos.
Médica veterinária e integrante do time de voluntários, Natana Nunes, 31, caminhou no meio da enchente para buscar roupas para familiares abrigados em outros locais da cidade. Neta de Manoel Nunes, proprietário de um mercado no bairro há 45 anos, conta que o avô trabalhou até o momento em que a enchente devastou o estabelecimento. “Eu também perdi tudo. Mas estou aí para ajudar o pessoal”, diz.
LEIA TAMBÉM