ENCHENTE
CATÁSTROFE NO RS: Solidariedade de outros estados apoia abrigo em Novo Hamburgo
Conheça histórias de voluntários que vieram de todo o Brasil
Última atualização: 06/06/2024 15:17
Em meio à tristeza e ao caos provocados pelas enchentes que assolam o Rio Grande do Sul, o abrigo da Fenac em Novo Hamburgo se tornou um espaço de solidariedade e esperança. Voluntários de várias regiões se uniram para proporcionar alívio e conforto às pessoas afetadas pela tragédia.
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Entre os olhares tristes e a preocupação de quem quer voltar para casa, emergem ações humanitárias que trazem um pouco de alegria aos desabrigados, como cortes de cabelo gratuitos e atividades recreativas para crianças.
Assistência Humanitária
Roberto Gonçalves, gestor financeiro da Associação Evangelista de uma igreja de Santa Catarina, detalha a atuação do grupo desde o início da crise. "Estamos aqui desde o dia 2, realizando diversas ações como a distribuição de cestas básicas, roupas e kits de higiene", explica Gonçalves.
Ele menciona que a associação já atuou no Rio Grande do Sul em ocasiões anteriores, mas é a primeira vez que estão no abrigo da Fenac. "Nossa equipe de voluntários, cerca de 20 pessoas, está dividida entre Eldorado do Sul e Canoas, além de uma base em Novo Hamburgo," acrescenta.
Gonçalves destaca a importância de trazer um pouco de alegria para as crianças desabrigadas, enfatizando o prazer de ver o sorriso no rosto dos pequenos. "Hoje estamos distribuindo kits de guloseimas e tentando organizar apresentações, brinquedos infláveis" relata.
Desafios e soluções
Leandro Nelson Silveira, administrador de uma em Florianópolis, Santa Catarina, também participou das ações no abrigo. Ele descreve o esforço coletivo dos voluntários, muitos dos quais vieram de longe, incluindo do interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
"Eles não vieram apenas com boas intenções; trouxeram muitas doações de produtos de higiene pessoal e medicamentos," conta Silveira.
No entanto, Silveira ressalta um desafio particular: a administração de medicamentos. "Embora não falte medicamento, falta pessoal qualificado para administrá-los," observa. Outro problema emergente é a manutenção dos pets junto com as famílias desabrigadas, o que inicialmente parecia uma boa ideia, mas agora necessita de soluções de higiene e espaço adequado.
Ele elogia o acolhimento que os voluntários receberam na região, especialmente de moradores locais como Cândida e César, que abriram suas casas para hospedá-los. "O atendimento foi singular. Chegamos aqui e o Maicon, conhecido como Maicon Barqueiro, já tinha resgatado mais de 500 pessoas com seu barco," destaca.
Colaboração e resiliência
O espírito de colaboração entre os voluntários e a comunidade local é palpável. Silveira menciona o Sr. Ari, que se encarrega das refeições noturnas para os voluntários. "Ele não deixa ninguém tocar na comida. Se não sai um bom churrasco, ele não fica satisfeito," comenta, destacando o comprometimento de todos em oferecer o melhor possível.
A presença de equipes médicas também é fundamental. "Hoje, temos 12 médicos e agentes de saúde no local, com mais seis chegando na próxima semana," informa Silveira. A troca de informações e coordenação entre os grupos têm sido essenciais para a eficiência das operações.
O trabalho dos voluntários no abrigo da Fenac é uma gota no oceano, mas cada ato de solidariedade contribui para aliviar o sofrimento das famílias afetadas. "O que estamos fazendo aqui é uma forma de agradecer tudo de bom que temos," reflete Silveira. Ele incentiva outras pessoas a contribuírem como puderem, seja com mantimentos, produtos de higiene ou qualquer outra forma de ajuda.
A tragédia das enchentes trouxe à tona o melhor do espírito humano, com pessoas de todas as partes do país se unindo para oferecer ajuda e consolo. No abrigo da Fenac, a solidariedade e a empatia se manifestam em ações concretas, proporcionando não apenas alívio material, mas também um raio de esperança em um momento de extrema dificuldade.