SALVAR VIDAS
CATÁSTROFE NO RS: Noite é de busca por animais no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo
Sem luz, voluntários unem forças para resgatar animais que ficaram ilhados
Última atualização: 05/05/2024 21:15
Os pedidos de resgate de pessoas vítimas da maior enchente da história de Novo Hamburgo foram chegando ao fim na tarde deste domingo (5), fato que fez, inclusive, a Prefeitura desfazer o “quartel general” montado próximo à estação de trem Santo Afonso. Contudo, muitos animais sem meios de pedir ajuda estão à deriva em um bairro que ainda ficará por tempo indeterminado embaixo d’água. Voluntários tentam fazer sua parte para salvar vidas deixadas para trás.
A falta de luz aumenta ainda mais as dificuldades de quem tenta realizar qualquer tipo de ação. Na rua México, veículos foram até onde puderam e direcionaram seus faróis para a escuridão, onde outros voluntários, em embarcações, desciam para a água com cachorros nos braços.
“Nós estamos fazendo o que podemos, é uma ação difícil de ser feita porque mesmo quando encontramos algum animal, não conseguimos chegar até eles”, conta um dos homens que auxiliou no resgate. Sem ter para onde levá-los, no entanto, os animais eram deixados na calçada em local seco, voltando a ficarem à própria sorte.
Moradores da rua Eldorado, Celso Guidini, 58 anos, e sua filha Dienifer Guidini, 27, estavam aflitos por terem deixado três cachorros em casa. “Na sexta-feira (3) ainda, eu construí um estaleiro em cima do telhado para eles se abrigarem, mas jamais esperávamos que a água fosse chegar onde chegou”, conta Celso. A filha explica que os animais são de grande porte, inclusive um Labrador, e por isso não conseguiram levá-los até a casa da irmã onde estão abrigados.
“Eu tenho certeza que eles estão a salvo, mas é muito angustiante. Eu gasto R$ 500,00 por mês de ração para eles, e me dói o coração saber que agora eles estão passando fome”, finaliza Celso.
A Prefeitura informou que nos abrigos, estão somente cães dos próprios abrigados, e que não estão sendo feitas buscas por animais porque, neste momento, os esforços estão priorizados nos atendimentos às pessoas.
Por volta das 18 horas, um grupo de voluntários jipeiros, vindos de Sapiranga e Novo Hartz chegou em Novo Hamburgo para auxiliar no que fosse necessário. “Estivemos em Igrejinha, agora chegamos aqui trazendo principalmente água e comida. Vamos ver o que é mais necessário e ajudar”, disse um voluntário.