A chuva deu uma trégua e o sol voltou a aparecer em Novo Hamburgo nesta terça-feira (14). Com isso, moradores do bairro Santo Afonso aproveitaram para continuar a limpeza das casas atingidas pela enchente.
Na frente das residências, o que mais se vê são móveis e objetos espalhados pelas calçadas. Já nos pátios, o que não falta são roupas estendidas no varal. Para quem já não tem mais espaço, vale até encontrar alternativas para a secagem.
Foi o que fez a auxiliar de limpeza Rosemeri Rodrigues, 51, que estendeu as roupas da família na cerca de casa para aproveitar bem o espaço. “Tem roupa de três famílias aqui. Com tanta chuva, a gente lava e não seca. Fomos obrigados a estender aqui mesmo”, afirma.
Sem poder voltar para casa por conta da água que voltou a subir na região, ela conta que não vê a hora de retornar ao lar. “Ontem estava seco e agora encheu de água de novo”, diz. Apesar de tudo, ela agradece por estar em segurança. “Agradeço a Deus pela vida. É triste, porque suamos para conseguir o que tínhamos. Mas Deus dá, e ele também tira”, lamenta Rosemeri.
A vinda do sol também animou a aposentada Jurema Steyer, 78, que perdeu tudo com a enchente e agora tenta se organizar para limpar tudo. “A gente não sabe nem por onde começar. Já lavei máquinas e máquinas de roupa. Ainda bem que tenho saúde”, diz. Com a possibilidade da volta da chuva, ela pede: “bem que podia continuar esse sol”.
Água volta a alagar ruas
No bairro, a influência do repique da cheia do Sinos já pode ser vista. Mesmo sem chover, diversos pontos que já estavam secos voltaram a ficar alagados, como a Rua Laz Paz e Avenida Montevideo.
O nível do Rio dos Sinos atingiu os 8,01 metros às 13 horas desta terça-feira (14). A medição mais alta foi registrada no dia 4 de maio, quando o rio atingiu 9,73 metros.
Os novos alagamentos deixaram o morador do bairro Santo Afonso Waldomiro Kuhn, 70, e a esposa, Olívia Kuhn, 67, preocupados. Já são 11 dias fora de casa e uma ansiedade que só aumenta. “A gente vem todos os dias, umas duas vezes, para acompanhar as águas. Estamos torcendo para que o pessoal termine de fechar o dique”, diz Kuhn.
A água chegou até o telhado da residência do casal e até agora não foi possível acessá-la. “Estamos ansiosos para voltar para casa e voltar a trabalhar. Não vemos a hora”, reforça Olívia.
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