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CATÁSTROFE NO RS: Moradores da Vila Palmeira temem fechamento de abrigo em Novo Hamburgo

Prazo para que as pessoas arrumem um local é nesta sexta-feira (31), ou então serão transferidas para a Fenac

Publicado em: 30/05/2024 21:14
Última atualização: 30/05/2024 21:15

Cerca de 200 moradores da Vila Palmeira, no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, estão desde o dia 2 de maio abrigados no ginásio do Parque do Trabalhador, no bairro Boa Saúde.

Contando com doações de comida, roupas, colchões e cobertores, os abrigados não têm para onde voltar após quase um mês. Isso porque a água ainda ocupa a maioria das casas e, mais que isso, por serem de madeira, muitas delas já desabaram ou estão prestes a caírem, o que faz com que os moradores não possam voltar para elas.


Cerca de 200 moradores estão no abrigo do Parque do Trabalhador Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

Agora, no entanto, mesmo sem terem para onde ir, terão que buscar uma alternativa até esta sexta-feira (30), ou serão realocados para o abrigo da Fenac. “A Prefeitura veio aqui na noite de terça-feira (28) e nos deu essa notícia. Disseram que querem centralizar tudo em um abrigo, mas essas pessoas não querem ir para a Fenac porque lá não tem condições”, explica o pastor e voluntário Lucio Martins, de 46 anos.

Cristian Moura, 33, pede que, ao menos, a prefeitura estenda o prazo para que tenham tempo de arrumarem um local seguro e buscarem uma solução às suas casas. “Já estamos aqui há um mês, não vai fazer diferença nos deixarem mais duas semanas. As pessoas precisam de tempo, as casas que não estão debaixo d’água estão destruídas. Até para a limpeza demora”, conta.

Cerca de 200 moradores estão no abrigo do Parque do TrabalhadorDário Gonçalves/GES-Especial
Cerca de 200 moradores estão no abrigo do Parque do TrabalhadorDário Gonçalves/GES-Especial
Local conta com crianças e idososDário Gonçalves/GES-Especial
Local conta com crianças e idososDário Gonçalves/GES-Especial
Local conta com crianças e idososDário Gonçalves/GES-Especial

Quem também atua desde o início como voluntário é Anderson Monteiro, de 30 anos. Morador de São Paulo, ele já viveu em Novo Hamburgo e estava na cidade quando tudo começou, e por isso resolveu ficar para ajudar. “Como a Prefeitura veio aqui e colocou medo, pelo menos 50 pessoas resolveram deixar o abrigo entre quarta e quinta. Essas pessoas estão voltando para as suas casas em áreas de risco, em local onde não é possível ficar. Pode desabar, pegarem doenças”, detalha. Monteiro, inclusive, acionou sua advogada para ajudar na ação.

Entre os abrigados, também está Irene Nelci Puhl. Aos 68 anos, ela tem dificuldades de locomoção e precisa de uma cadeira de rodas. No local, ela está aos cuidados de Ivan Sérgio de Melo Alves, 58, que mora em frente à sua casa no bairro Santo Afonso. Fabiano da Silva, 33, morador da rua Alfredo Rui Rheinheimer descobriu hoje que também não tem mais casa para voltar. “Fui verificar a situação para saber como estava, se poderia ter esperança de retornar, mas acabei descobrindo que minha casa desabou”, finaliza.

Abrigo conta até com biblioteca para as criançasDário Gonçalves/GES-Especial
Cantinho para as crianças foi criadoDário Gonçalves/GES-Especial
Cristian Moura e Fabiano da Silva tiveram casas destruídasDário Gonçalves/GES-Especial
Irene Puhl e seu cuidador Ivan SérgioDário Gonçalves/GES-Especial

A reportagem buscou contato com a Prefeitura, mas até o fechamento desta matéria não havia obtido retorno.

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