NOVO HAMBURGO
CATÁSTROFE NO RS: Moradores da Vila Palmeira ainda não conseguiram assimilar que vai demorar a volta para casa
Moradores seguem atônitos com a possibilidade de não poderem retornar às suas casas mesmo após Vila Palmeira secar
Última atualização: 08/05/2024 15:52
A notícia de que irá demorar para que os habitantes da Vila Palmeira, no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, possam retornar às suas casas ainda não foi absorvida pelos moradores. O rompimento parcial do dique, a destruição da Casa de Bombas e a falta em um plano a curto e médio prazo para bombear a água do Arroio Gauchinho para o Rio dos Sinos indica que parte da vila permanecerá submersa por um longo período até que uma solução seja encontrada pelo poder público.
Os moradores da Vila Palmeira fazem vigília pelas esquinas da Santo Afonso na esperança de conseguir chegar às suas casas o mais breve possível. Nesta quarta-feira (8), a cada metro que a água recuava na esquina da Rua La Paz com a Avenida Montevidéu, o pedreiro Fábio Soares, 39 anos, dava um passo à frente.
O acompanhamento do recuo da enchente traduz a ansiedade de Soares em ver o que sobrou da residência. “Não acredito nessas notícias de que não vamos poder voltar para nossas casas. Ainda tenho esperanças de voltar”, afirma o morador que reside há 12 anos no Beco da Harmonia na Vila Palmeira.
Soares se mostra perplexo com a situação. “Falta um esclarecimento melhor por parte da Prefeitura. A forma como anunciam as coisas, só aumenta nossa angústia. Não temos prazo para voltar para casa, mas também não vemos ações concretas para resolver o problema. Só ouço falar que falta verba”, lamenta. Atualmente, o pedreiro e a família estão morando de favor na casa do compadre, que abrigou outras cinco famílias de parentes e amigos.
"Olha, meu filho, a vida é dura"
Vitor Mendes Ferreira, 54, também voltou ao bairro Santo Afonso nesta quarta-feira para ver se conseguiria chegar à sua casa na Vila Palmeira. Encontrou uma imensidão de água e a notícia de que o recuo ocorre lentamente. Ali, o ferreiro agrícola também soube da informação de que poderá demorar para poder voltar para casa. “Esse papo me deixa aflito. O que vão fazer com a gente?”, questiona.
Ferreira mora na Palmeira há sete anos com a esposa, que enfrenta um câncer. Os cinco filhos do casal também residem na vila, próximo à Casa de Bombas e do Arroio Gauchinho. “Olha, meu filho, a vida é dura, mas espero que encontrem uma solução para essa questão da vila”, afirma.