Uma barraca de aproximadamente 3 metros quadrados. Esse tem sido o lar da recicladora Nelice Gomes, de 56 anos, e da filha Neiva, 26, há cerca de um mês. Nelice morava desde 2022 na ocupação às margens da Avenida dos Municípios, no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, e pela segunda vez em menos de um ano passa pela experiência de ter que sair de casa por causa da enchente.
Ela conta que a rodovia foi o local seguro encontrado pela família quando a água começou a subir. Há poucos metros de onde fica o que restou da casa de alvenaria foi montada a tenda de lona que têm servido de abrigo desde o dia 3 de maio.
“De noite era bem frio, mas ganhamos uma barraca de acampar de uma moça que passou por aqui esses dias, e ficou mais quentinho lá dentro. Mas pra dormir é complicado, quando os carros passam rápido parece que vão levar a tenda junto”, relata.
Residência condenada
Mesmo com o recuo do Rio do Sinos elas ainda não voltaram para casa porque as águas danificaram a estrutura da residência que ficou submersa por mais de quinze dias. Depois que as águas baixaram, Neiva revela que o imóvel ficou inclinado e o piso começou a ceder. “O que sobrou tá condenado. O assoalho tá se soltando e gente corre o risco de cair ou desabar junto (com a casa), não têm como voltar pra lá”, conta.
Sem renda por não poder trabalhar na reciclagem, mãe e filha sobrevivem com os R$ 205 do Bolsa Família. Segundo Neiva, doações de roupas e mantimentos estão chegando, mas o que elas precisam no momento é de doação de materiais de construção para reconstruir o imóvel. “Em setembro a água levou tudo. Agora eu estava feliz, com a casa bonitinha de novo daí a chuva voltou e levou de outra vez”, relembra. As toras de madeiras, que servirão de base da residência já foram instaladas, há dois metros do chão. “Agora vamos reconstruir mais alto e mais perto da rodovia”, explica Nelice.
Quem quiser pode ajudar pode entrar em contato pelo telefone (51) 96968657.
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