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NOVO HAMBURGO

CATÁSTROFE NO RS: "Entrou água por tudo", diz diretora de uma das 11 escolas municipais sem previsão de volta às aulas

Das 91 escolas municipais, 80 devem retornar na próxima semana

Susete Mello
Publicado em: 17/05/2024 às 13h:35 Última atualização: 17/05/2024 às 13h:36
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A sexta-feira (17) é marcada por limpeza na Escola Municipal Harry Roth, no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo. A instituição está entre as 11 escolas atingidas pela enchente e que ainda não tem data anunciada para o retorno das aulas.

Na Santo Afonso, Escola Municipal Harry Roth está em fase de limpeza e diretora Tais não tem previsão de retorno às aulas | abc+



Na Santo Afonso, Escola Municipal Harry Roth está em fase de limpeza e diretora Tais não tem previsão de retorno às aulas

Foto: Susi Mello/GES-Especial

A Secretaria de Educação (SMED) informou que as afetadas seguem sendo avaliadas pela equipe técnica da pasta para levantamento de danos e planejamento de ações para garantir o retorno da comunidade escolar. Ao todo, são 91 escolas municipais, das quais 80 devem retornar na próxima quarta-feira (22), porque não foram inundadas.

A diretora da Harry Roth, Tais Rosa da Silva, explica que a água da enchente atingiu um palmo dos ambientes, aproximadamente 15 centímetros de altura. “A escola, graças a Deus, teve perdas mínimas. Entrou água por tudo, mas como a escola tem uma elevação nas salas de aula, não chegou a atingir móveis”, frisa. Taís explica que há profissionais da escola e da Comur ajudando na limpeza. Há material extra de limpeza, como botas e luvas.

Quanto aos alunos, muitos estão em outros locais, como Fenac. “O momento que a gente tiver um planejamento, tudo limpo, será possível chamar aqueles que estão mais próximos ou os que a família pode sair da Fenac e trazer até aqui. Nosso intuito ainda é deixar bem ‘higienizadinho’, porque é um lodo bem fétido, é um lodo que pode ocasionar doença”, expõe.

 



 

Não tem como prever

“Acho precipitado dar previsão de data para retornar”, declara a titular da Smed, Maristela Guasselli, na manhã desta sexta-feira. Ela salienta que tem feito reuniões com diretores e visitado pessoalmente algumas escolas, porque o momento é de análise e organização. Ela acrescenta que as instituições atingidas estão com equipes de professores e da Smed para verificar a localização dos alunos, muitos deles estão em abrigos.

Na Santo Afonso, Tcharlis do Nascimento Arruda e família observam água na Avenida Montevideo | abc+



Na Santo Afonso, Tcharlis do Nascimento Arruda e família observam água na Avenida Montevideo

Foto: Susi Mello/GES-Especial

Os pais de Tcharlis do Nascimento Arruda, 8, aluno da Harry Roth, voltaram na manhã desta sexta para ver como estava o bairro onde vivem. Não conseguiram chegar na casa deles na Rua Beira Lago, na Vila Palmeira, e ficaram olhando a água que invadia a Avenida Montevidéu. O casal, Carla Ferreira, 26, e Charles de Freitas Arruda, 32, são recicladores e tem mais um filho, o Ravy do Nascimento Arruda, 2, que ainda não vai para a escola. Os quatro estão abrigados na Fenac.

“A Harry Roth não tem como abrir ainda porque estão na limpeza e a maioria das crianças que vão na escola, está na Fenac. Tem muito coleguinha do meu filho lá na Fenac. Como vai reabrir sendo que a maioria vem de lá da Palmeira, e a Palmeira está completamente embaixo da água. Por enquanto não tem como, e a diretora já disse que não tem previsão de voltar”, comenta Carla.

Nas 11 escolas, há 3.308 crianças matriculadas e 234 professores. A secretária declarou que não decidiu se professores das escolas atingidas serão relocados para instituições que iniciam as aulas na próxima quarta-feira.

Quadro funcional menor

Por outro lado, as escolas que retomam as aulas na próxima semana tinham garantidos, conforme levantamento de segunda-feira (13), 1,8 mil professores e funcionários de diferentes áreas, mas em torno de 300 não conseguem chegar por conta de problemas no transporte e impedimentos nas estradas.

“Diretores avaliaram que é possível retomar as aulas com o quadro que temos, e durante a semana esse número modificou-se. É possível fazer um ajuste para realizar as atividades nas escolas. Os professores de projetos extras, por exemplo, vão estar se somando às atividades da escola. É um momento diferente, difícil, extraordinário”, explica Maristela.

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