A sexta-feira (17) é marcada por limpeza na Escola Municipal Harry Roth, no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo. A instituição está entre as 11 escolas atingidas pela enchente e que ainda não tem data anunciada para o retorno das aulas.
A Secretaria de Educação (SMED) informou que as afetadas seguem sendo avaliadas pela equipe técnica da pasta para levantamento de danos e planejamento de ações para garantir o retorno da comunidade escolar. Ao todo, são 91 escolas municipais, das quais 80 devem retornar na próxima quarta-feira (22), porque não foram inundadas.
A diretora da Harry Roth, Tais Rosa da Silva, explica que a água da enchente atingiu um palmo dos ambientes, aproximadamente 15 centímetros de altura. “A escola, graças a Deus, teve perdas mínimas. Entrou água por tudo, mas como a escola tem uma elevação nas salas de aula, não chegou a atingir móveis”, frisa. Taís explica que há profissionais da escola e da Comur ajudando na limpeza. Há material extra de limpeza, como botas e luvas.
Quanto aos alunos, muitos estão em outros locais, como Fenac. “O momento que a gente tiver um planejamento, tudo limpo, será possível chamar aqueles que estão mais próximos ou os que a família pode sair da Fenac e trazer até aqui. Nosso intuito ainda é deixar bem ‘higienizadinho’, porque é um lodo bem fétido, é um lodo que pode ocasionar doença”, expõe.
Não tem como prever
“Acho precipitado dar previsão de data para retornar”, declara a titular da Smed, Maristela Guasselli, na manhã desta sexta-feira. Ela salienta que tem feito reuniões com diretores e visitado pessoalmente algumas escolas, porque o momento é de análise e organização. Ela acrescenta que as instituições atingidas estão com equipes de professores e da Smed para verificar a localização dos alunos, muitos deles estão em abrigos.
Os pais de Tcharlis do Nascimento Arruda, 8, aluno da Harry Roth, voltaram na manhã desta sexta para ver como estava o bairro onde vivem. Não conseguiram chegar na casa deles na Rua Beira Lago, na Vila Palmeira, e ficaram olhando a água que invadia a Avenida Montevidéu. O casal, Carla Ferreira, 26, e Charles de Freitas Arruda, 32, são recicladores e tem mais um filho, o Ravy do Nascimento Arruda, 2, que ainda não vai para a escola. Os quatro estão abrigados na Fenac.
“A Harry Roth não tem como abrir ainda porque estão na limpeza e a maioria das crianças que vão na escola, está na Fenac. Tem muito coleguinha do meu filho lá na Fenac. Como vai reabrir sendo que a maioria vem de lá da Palmeira, e a Palmeira está completamente embaixo da água. Por enquanto não tem como, e a diretora já disse que não tem previsão de voltar”, comenta Carla.
Nas 11 escolas, há 3.308 crianças matriculadas e 234 professores. A secretária declarou que não decidiu se professores das escolas atingidas serão relocados para instituições que iniciam as aulas na próxima quarta-feira.
Quadro funcional menor
Por outro lado, as escolas que retomam as aulas na próxima semana tinham garantidos, conforme levantamento de segunda-feira (13), 1,8 mil professores e funcionários de diferentes áreas, mas em torno de 300 não conseguem chegar por conta de problemas no transporte e impedimentos nas estradas.
“Diretores avaliaram que é possível retomar as aulas com o quadro que temos, e durante a semana esse número modificou-se. É possível fazer um ajuste para realizar as atividades nas escolas. Os professores de projetos extras, por exemplo, vão estar se somando às atividades da escola. É um momento diferente, difícil, extraordinário”, explica Maristela.
LEIA TAMBÉM