NOVO HAMBURGO
CATÁSTROFE NO RS: Comusa esclarece que água tratada é própria para beber mesmo após enchentes
Água que não recebe tratamento pode estar contaminada e causar doenças infecciosas. Secretaria Estadual da Saúde reforça cuidados
Última atualização: 12/05/2024 13:48
Nos últimos dias, além da tragédia que vive o Rio Grande do Sul, milhares de pessoas enfrentaram falta de água na região. Nesta semana, as autarquias responsáveis pela captação e abastecimento de água de alguns municípios voltaram a operar. No entanto, circulam nas redes sociais informações sobre os riscos para quem consome água após inundações e enchentes.
Em Novo Hamburgo, conforme a Comusa, a água tratada distribuída aos bairros é própria para beber. Através de uma publicação nas redes sociais, a autarquia reforçou que se trata de um boato.
“A água tratada é potável. Saiba que Comusa, Corsan, Semae e Dmae, e outras autarquias, não distribuem água sem ter certeza da qualidade e de que ela atende todas as portarias do Ministério da Saúde”, reiterou a Comusa.
Conforme explica o Doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental e professor da Universidade Feevale, Marco Alésio Figueiredo Pereira, há padrões de potabilidade seguidos para o tratamento de água.
“No momento que a Comusa ou qualquer outro órgão responsável pelo tratamento de água disponibiliza a água tratada para a população, ou seja, nas torneiras, essa água respeita os padrões de potabilidade. Então, não existe a possibilidade de a água que sai na torneira da população não ser própria para o consumo humano”, destaca.
Sobre as enchentes enfrentadas pelo município e outras cidades, Pereira informa que, mesmo após os alagamentos, quando as estações de tratamento começam a operar, significa que os procedimentos de tratamento seguem sendo os mesmos.
“O que pode acontecer é ter maiores concentrações de sedimentos, por exemplo. Isso irá ocasionar uma maior quantidade de produtos para tratar essa água. Mas no momento que a água é tratada, os padrões de potabilidade são respeitados”, afirma o doutor em recursos hídricos e saneamento ambiental.
Uma publicação da Secretaria Estadual de Saúde explica sobre o consumo de água após enchentes ou alagamentos, e alerta sobre a possibilidade de doenças infecciosas em águas não tratadas, como leptospirose, hepatite A, tétano acidental, cólera, febre tifoide, entre outras.
“Por exemplo, uma pessoa coleta a água da chuva, ou de uma fonte, aí deve-se tomar as medidas recomendadas pela Secretaria Estadual da Saúde”, completa Pereira.
Cuidados recomendados pela Secretaria Estadual de Saúde para águas não tratadas:
- Filtre a água utilizando filtro doméstico. Caso não seja possível, utilize coador de papel ou pano limpo.
- Na impossibilidade de filtrar ou coar, reserve ou coloque a água em um vasilhame limpo e deixe a sujeira decantar (descer até o fundo do vasilhame) até que a água fique transparente. Em seguida, separe com cuidado a água limpa, coloque em outra vasilha limpa e realize a desinfecção com água sanitária (solução de hipoclorito de sódio a 2,5%).
- Coloque duas gotas de água sanitária para um litro de água para inativação/eliminação de microrganismos que causam doenças.
Cuidados que devem ser seguidos com a água para beber:
- Aguarde 30 minutos para beber a água, tempo necessário para o hipoclorito eliminar os microrganismos presentes na água.
- Na falta de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), filtre a água utilizando filtro doméstico, coador de papel ou pano limpo e ferva-a durante 5 minutos. Marque os 5 minutos, após o início da fervura/ebulição.