ENCHENTE

CATÁSTROFE NO RS: Com quatro bombas em operação, Novo Hamburgo atua para a retirada de água da Vila Palmeira

Moradores aguardam com ansiedade pelo fim da enchente, mas secagem ainda deve demorar

Publicado em: 29/05/2024 18:18
Última atualização: 29/05/2024 21:22

Entrou em operação no início desta quarta-feira (29) a última bomba que atua em Novo Hamburgo para a retirada da água da Vila Palmeira, no bairro Santo Afonso. A bomba em questão pertence à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e foi emprestada sem custos ao Município.

No dia anterior, outras duas bombas anfíbias, cedidas por arrozeiros, foram ligadas, juntando-se à bomba locada pela Prefeitura que iniciou os trabalhos no domingo (26).


Bombas dos arrozeiros junto à bomba da Sabesp Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

Conforme a secretária de Obras de Novo Hamburgo, Greyce da Luz, que acompanhou o início da operação nesta quarta, a bomba da Sabesp demorou mais do que o previsto para começar a drenar porque dependia dos próprios técnicos para a montagem.

“Hoje terminamos a instalação da quarta e última bomba. Ela veio de São Paulo desmontada e os técnicos da Sabesp são os responsáveis por essa montagem. A bomba chegou na quarta, mas estes técnicos estavam em trabalho em Porto Alegre e Canoas e só ficaram livres para essa montagem na segunda-feira”, explica.

Com o funcionamento das quatro bombas, estima-se que mais de 500 mil litros de água são retirados da Vila Palmeira por minuto. Contudo, não é feita uma estimativa para a secagem total do bairro.

“Não temos como afirmar ainda porque dependemos também das condições climáticas. Precisamos de um tempo para acompanhar o andamento e fazer essa avaliação. Num cenário otimista, sem chuva, com as bombas sem sofrer nenhum problema, talvez a gente consiga secar em 10 dias, mas não tenho como afirmar”, acrescenta.

Água passa por tubulações até o Rio dos SinosDário Gonçalves/GES-Especial
Equipe da Sabesp após liberação da última bombaDário Gonçalves/GES-Especial
Vazão de água para o Rio dos SinosDário Gonçalves/GES-Especial
Vazão de água para o Rio dos SinosDário Gonçalves/GES-Especial

Mesmo com chuva, o que pode elevar o volume de água, as bombas continuam a trabalhar 24 horas por dia. Até o final de semana, conforme a secretária, devem estar funcionando os painéis elétricos da Casa de Bombas, contudo, os motores ainda estão passando por processo de secagem e só devem ser trazidos de volta na próxima semana.

Mudança de cenário

A bacia onde foram alocadas as bombas dos arrozeiros e da Sabesp foi aberta na última quinta-feira (23). Naquele dia, quando ainda não havia drenagem, exceto o que saía por gravidade pelos flaps da Casa de Bombas, a água estava na altura da Rua Eldorado. Uma semana depois, é possível ver que a água baixou, no local, de um a um metro e meio de altura.

Casas há quase um mês dentro d'água já se desmanchamDário Gonçalves/GES-Especial
Casas há quase um mês dentro d'água já se desmanchamDário Gonçalves/GES-Especial
Casas há quase um mês dentro d'água já se desmanchamDário Gonçalves/GES-Especial
Rua Hugo Erni Feltes também estava em baixo d'águaDário Gonçalves/GES-Especial
Moradores caminham sobre área que estava alagadaDário Gonçalves/GES-Especial
Na última semana água estava sobre a ruaDário Gonçalves/GES-Especial

O que pode parecer muito, num cenário macro as diferenças ainda são pequenas. Morador da Rua Dique da Amizade, Edson Roque, 51 anos, conta que a água cobriu 2,5 metros de sua casa. Ao saber que as bombas haviam sido ligadas, ele resolveu ir à Casa de Bombas para ver com os próprios olhos.

“Disseram que estava sendo retirado mais de 8 mil litros por segundo de água, mas lá em casa parece que não muda nada. Aqui, vendo a quantidade de água que está sendo tirada, é que a gente tem noção de que é muita coisa mesmo para tirar e que ainda vai demorar”, afirma.

Por toda a extensão do dique era possível encontrar moradores que também queriam ver de perto o trabalho sendo realizado. Com a diminuição da água no início da Rua Eldorado, que fica próxima ao dique, muitas pessoas faziam as limpezas das casas e retiradas dos móveis estragados. “Esperamos que isso acabe o mais rápido possível”, comentou Marta Costa Pereira.

Nesta tarde, a água ainda estava na altura da Rua Boa Vista, no bairro Santo Afonso, a mais de um quilômetro da Casa de Bombas.


Água na rua Boa Vista, há mais de um quilômetro da Casa de Bombas Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

 

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