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Novo Hamburgo

CATÁSTROFE NO RS: Além dos entulhos, lama também impede retorno dos moradores às suas casas

Travessa Vera Cruz recebeu muitos sedimentos que haviam sido colocados para segurar o dique antes da inundação

Dário Gonçalves
Publicado em: 31/05/2024 às 20h:18 Última atualização: 31/05/2024 às 20h:26
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Quem passa pelas ruas do bairro Santo Afonso se depara com entulhos por todas as partes, resultado da maior enchente da história que fez com que milhares de famílias perdessem tudo o que tinham. Na Travessa Vera Cruz, não é diferente. Porém, lá o cenário é ainda mais desafiador porque não são somente os restos de móveis que ocupam a via, mas também cerca de 30 a 40 centímetros de lama e terra sobre toda a extensão da rua.

Extensão da lama percorre toda a travessa | abc+



Extensão da lama percorre toda a travessa

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

O dique que passa ao fim da rua começou a se romper no início de maio e, para tentar impedir, a Prefeitura depositou cargas de terra na estrutura. O rompimento aconteceu assim mesmo e, ao longo da enchente, todo o sedimento se espalhou pela rua e casas dos moradores fazendo com que toda a terra impeça o retorno das pessoas aos seus lares.

Leonardo Francisco de Almeida, 38 anos, a esposa Franciele Bento Martins, 34, e os filhos Evelyn Kauane Martins de Almeida, 17, e Gusttavo Raphael Martins de Almeida, 10, assim como a vizinha Lucimari da Silva, 53, e o marido Luis Claudio dos Santos, 61, saíram de casa no dia 3 de maio e passaram as últimas duas semanas fazendo a limpeza de suas casas. Contudo, não sabem quando poderão voltar porque a rua está completamente inacessível.

Nesta sexta-feira (31), os moradores foram à Prefeitura pedir a retirada dos entulhos e da lama, uma vez que com a volta de uma chuva, tudo começa a escorrer novamente para dentro das casas. “Hoje nós não temos como voltar, porque não há passagem. Mesmo sem os restos de móveis, não temos como passar de carro por conta de toda essa terra. Se comprarmos alguma coisa, não poderemos trazer até a casa”, comenta Lucimari.



Leonardo e a família contam que a Prefeitura disse que realizaria a retirada dos entulhos, mas não da lama. “Nós estamos até pensando em alugar em outro lugar porque não sabemos quando poderemos retornar”, afirma Leonardo. Hoje, eles estão abrigados na casa da irmã de Leonardo, no bairro Rondônia, mas chegaram a ficar em locais diferentes. Por conta disso, os filhos não estão indo para a escola. “O Gusttavo é especial, frequenta a Apae, mas por estarmos longe de casa, ele não está podendo ir”, acrescenta a mãe.

Início da retirada

Após o pedido dos moradores, máquinas começaram a trabalhar na remoção dos entulhos na tarde desta sexta-feira (31). No local, esteve o Assessor Comunitário, vinculado ao gabinete da prefeita Fátima Daudt, Fábio Oliveira. “Eu peguei essa responsabilidade de fazer este serviço. A retirada destes entulhos deve durar até este sábado (1°), e depois vamos ver o que fazer para retirar toda essa lama. É um trabalho difícil, principalmente por estar muito próximo às casas, mas toda a lama será retirada”, confirmou.



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