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TRABALHO INTENSO

CATÁSTROFE NO RS: Rio dos Sinos segue baixando em Novo Hamburgo e moradores iniciam trabalhos de limpeza

No bairro Canudos, móveis e entulhos já se acumulam pelas ruas em áreas onde a água recuou

Dário Gonçalves
Publicado em: 05/05/2024 às 20h:34 Última atualização: 05/05/2024 às 23h:22
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Por volta das 18 horas deste domingo (5), a água já havia recuado cerca de 200 metros da extensão da rua Bruno Werner Storck, no bairro Canudos, em Novo Hamburgo. Contudo, da Avenida dos Municípios para dentro do bairro, ainda havia em torno de meio quilômetro de água na mesma rua, fazendo com toda esta parte do bairro ainda estivesse debaixo d’água.

Moradores captam água da própria enchente para fazer a limpeza | abc+



Moradores captam água da própria enchente para fazer a limpeza

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

O recuo, porém, permitiu que alguns moradores iniciassem as limpezas de suas casas, como Fabiano de Almeida, 42 anos, que estava fazendo o que podia enquanto ainda havia luz do sol. “Tem lugares com luz, mas na rua de trás já não tem, então não sabemos como vai ser a noite. Nosso medo é que volte a subir essa água”, comentou.

Os primos Leonardo Rossetto, 24, e Marlon Rossetto, 27, foram obrigados a deixarem suas residências nos bairros Santo Afonso, em Novo Hamburgo, e Santos Dumont, em São Leopoldo, respectivamente, para se abrigarem em casas de parentes no bairro Canudos. “Quando saí de casa, a água estava no meu peito”, contou Leonardo. “Nesse momento, minha casa está debaixo d’água, só o telhado aparece. Além da casa, ainda perdi meu trabalho porque tinha um atelier de bolsas e carteiras em casa, que certamente estragou tudo também”, lamenta Marlon.

Pelas ruas, os entulhos já se formavam com o acúmulo de móveis e eletrodomésticos destruídos. Sem abastecimento, a água da própria enchente era captada de baldes para tentar tirar o “grosso” da sujeira que invadiu as residências. “Já joguei fora cama, colchão, sofá, televisão, muitos móveis de madeira. As roupas a gente vai tentar lavar e ver o que ainda poderá ser usado, isso se a máquina de lavar funcionar. Tentamos ligar ela antes, funcionou um pouco e depois parou, vamos dar um tempo pra secar bem, até porque, sem água, não conseguimos fazer muita coisa”, relatou uma moradora.



Muitos moradores ainda eram vistos dentro d’água, com ela quase no pescoço, buscando ainda tentar salvar pertences em suas casas. Ao menos duas embarcações, movidas a remos por moradores, também navegavam pelo bairro auxiliando nos resgates. “Esses resgates estão sendo feitos desde sexta-feira (3) pelos próprios moradores, entrando de barco em todas as ruas e vendo se alguém precisa de ajuda”, finaliza Leonardo.

Santo Afonso

Bairro mais atingido de Novo Hamburgo, a água no Santo Afonso tinha recuado cerca de um quilômetro no início da noite, fato que ainda deixa a maior parte das residências submersas. Um ponto de encontro da Secretaria de Obras e demais equipes da Prefeitura estava montado próximo a Estação do Trensurb Santo Afonso para auxiliar nos resgates de pessoas e animais, mas foi desfeito em torno das 17h30 desta tarde. “Estávamos agindo sob demanda, e os chamados de resgate foram cessando”, explicou a Prefeitura por meio da assessoria de imprensa.

Outro fator complicante nas ações que ocorrem no bairro, é a falta de energia elétrica. Sem luz, muitos motoristas acabavam acessando ruas que, a princípio, estavam liberadas, mas no meio do caminho se deparavam com a enchente. Na rua Pedro Adams Filho, apenas um trecho próximo ao arroio Luiz Rau permanece alagado, mas ainda impede o trânsito. 

Neste momento, há muita movimentação de voluntários no bairro, vieram inclusive de outras cidades para ajudar no que for necessário, incluindo a doação de água e comida.

Conforme a última medição feita pela Comusa – Serviços de Água e Esgoto, o Rio dos Sinos segue baixando e atingiu 9,03 metros às 17 horas. A marca é 70 centímetros mais baixa que no mesmo horário de 24 horas antes, no sábado (4).

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