NOVO HAMBURGO

Cachorrinha salva dono que teve AVC e ficou cinco dias caído em chão de apartamento

Latidos de Lua foram ouvidos pelo síndico, que chamou um chaveiro e encontrou Roberto Daniel Kircher inconsciente. Reencontro dos melhores amigos emocionou a família

Publicado em: 23/10/2023 17:29
Última atualização: 23/10/2023 17:29

A amizade e o companheirismo de Roberto Daniel Kircher, 64 anos, e a sua cachorrinha Shih-tzu, de 13 anos, foram fundamentais para salvar a vida do morador de Novo Hamburgo. Afinal, foi graças a Lua que, após cinco dias caído no chão de seu apartamento, o síndico ouviu os constantes latidos da cachorrinha e encontrou Kircher desacordado.


Roberto Daniel Kircher, 64 anos, e sua cachorrinha Lua, de 13 anos Foto: Laura Rolim/GES-Especial

No sábado à noite do dia 23 de setembro, o corretor de imóveis saía do banho quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e caiu na sala do apartamento onde morava, no bairro Vila Rosa. “Ele não era de responder na hora. E como era final de semana, não ficávamos o tempo todo em contato”, relembra a sobrinha, Brenda Finotti, 29.

Conforme os dias foram passando, os vizinhos viam as luzes do apartamento acesas, mas não viam mais Kircher passeando com Lua pelos arredores do prédio. Apesar de alguns latidos, também imaginaram que a cachorrinha pudesse estar sozinha. No entanto, já no quinto dia vendo seu dono no chão, a cachorrinha passou a latir incansavelmente. O síndico, então, chamou um chaveiro e os dois encontraram Kircher inconsciente e Lua ao lado dele.

A atitude da cachorrinha foi primordial para a recuperação de Kircher, que ficou 11 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Novo Hamburgo (HMNH). “Os médicos falam que foi um milagre ele estar aqui com a gente hoje. E ela também, pois já é velha, tem problemas renais e ficou esse tempo todo sem comer e beber”, comenta a irmã de Kircher, Jacqueline Kircher, 59.

O hamburguense, que é chamado carinhosamente de Peu pela família, não tem filhos e morava sozinho. A sua companhia diária sempre foi Lua, com quem criou uma relação de amor e afeto mútuo. “Os dois estão sempre juntos. Onde o Peu vai, ele leva a Lua junto. Nunca se separaram e ele faz tudo por ela. É como se ela fosse filha dele”, conta Brenda.

Nos dias em que Kircher ficou internado, a cachorrinha não escondeu a saudade do dono. De acordo com a família, Lua ficava na porta da casa de Brenda esperando pela chegada de Peu. “Ela estava em depressão, e estranhou bastante em ficar com a gente. Dava para ver que estava sentindo a falta do meu tio”, lembra a sobrinha.

Reencontro emocionou a família

O reencontro dos melhores amigos aconteceu no mesmo dia em que Kircher deu alta do hospital, no dia 7 de outubro, e é claro, a emoção tomou conta do momento. A Shih-tzu aproveitou para receber carinho de Kircher, e ele, para matar a saudade da companheira.

Kircher, que sempre foi uma pessoa ativa, hoje, precisa de cuidados, já que o lado direito do corpo ficou paralisado por conta do AVC. Por enquanto, os encontros com Lua acontecem uma vez ao dia, mas são suficientes para ajudar na progressão do quadro. “Ele já apresentou uma melhora muito boa. Já consegue até pegar a Lua no colo. É uma coisa que acaba motivando. E por ela, com certeza não iria embora”, afirma Brenda.

Duas grandes paixões

O tio, que sempre gostou de pedalar e tinha um “jeitão livre”, conforme descreve a sobrinha, teve sequelas que atingiram a expressão facial e a fala. Mas há duas coisas que fazem com que Peu se emocione: a Lua e o Inter. “No Gre-Nal em que assistimos juntos, ele se emocionou, chorou com meu marido ao comemorar o gol”, diz Brenda.

Agora, a expectativa da família é que ele siga apresentando boa recuperação. Mas uma coisa é certa: a visita da cachorrinha vai seguir sendo o momento favorito de Kircher enquanto estiver longe da companheira. Além de, claro, a presença das irmãs e sobrinhas, que fazem questão de encher a casa de repouso onde Kircher se recupera.

Shiz Tzu de 13 anos, Lua, cachorrinha de Roberto Daniel Kircher, 64 anosLaura Rolim/GES-Especial
Roberto Daniel Kircher, 64 anosLaura Rolim/GES-Especial
Família de Roberto Daniel Kircher, 64 anosLaura Rolim/GES-Especial

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