EDUCAÇÃO
Aulas iniciam com quadro incompleto de professores na rede estadual de ensino de Novo Hamburgo
Escolas aguardam retorno da Seduc para completar quadro de docentes
Última atualização: 25/01/2024 09:33
Esta quinta-feira (23) marcou o primeiro dia de volta as aulas na rede estadual de ensino, que se inicia com quadro incompleto de professores em algumas instituições em Novo Hamburgo. Direções, entrevistadas pelo Jornal NH nesta manhã, anteciparam que já realizaram pedidos e aguardam retorno da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) para os próximos dias.
A pasta anunciou na véspera do retorno que não faltariam professores, mas que podem ter casos pontuais no início das aulas por conta de aposentadorias, licenças e convocações para regime de 40 horas nos municípios.
Nesta quinta, a Seduc informa que, em relação aos professores, as solicitações são atendidas imediatamente por meio de novas contratações emergenciais e pela ampliação de carga horária dos docentes. Em janeiro, explica a pasta, foi lançado o edital do Banco de Cadastro Temporário para professores e profissionais da área da Educação. A seleção, realizada no mês de janeiro, é válida por três anos. "Os docentes estão sendo chamados conforme as necessidades de cada escola", esclarece a Seduc.
Conforme o CPERS, no dia 16 de fevereiro foi lançado um formulário para as escolas relatarem a real situação da rede estadual de ensino, e os resultados parciais já indicam a falta. Das 158 escolas que já responderam ao chamado do CPERS, foi registrada a falta de quase 300 educadores, entre eles, 88 professores, 128 funcionários de escola e 80 especialistas. A Seduc não confirma esse número.
O 1º vice-presidente do CPERS, Alex Saratt, salienta que a amostragem chega a menos de 10%, e nesse pequeno percentual já verifica a necessidade de pelo menos 300 educadores. "É preciso que haja agilidade do governo. O CPERS continuará denunciando a falta de educadores e de estrutura adequada nas escolas, bem como cobrando e pressionando por soluções urgentes a esse cenário de descaso", sustenta.
No dia 1º de março, continua Saratt, terá uma audiência com a secretária de educação, Raquel Teixeira. "Na ocasião, vamos expor os dados do nosso questionário para que a Secretaria Estadual de Educação tenha ciência e tome as providências necessárias com a maior celeridade possível, pois o acesso a uma educação pública de qualidade é um direito constitucional", acrescenta.
Alunos torcem para não faltar
Em Novo Hamburgo, alunos da rede estadual esperam que não tenham que enfrentar a falta de docentes. A expectativa é até para quem trocou de escola.
Aluno novo na Escola Vila Becker, Arthur Moren, 16, acredita que este ano faltará. Em 2022, no 9º ano na Escola Pedro Adams Filho, as disciplinas de matemática, geografia e inglês tiveram faltas. O "gás" para aprender as matérias ocorreu no segundo semestre. "Aí a gente recebeu mais conteúdo para aprender o que faltou nos meses anteriores", sustentou o estudante durante a aula do professor de Língua Portuguesa, Alessandro Godoi.
Outro estudante que torce para não faltar professores é João Eduardo dos Santos, 17. Na aula com a professora de Linguagem Corporal Cristiane Silva Salgado, ele lembrou que no ano passado houve falta em matemática. "O professor apresentou atestado e nesse tempo não teve substituto, mesmo a escola insistindo".
Neste ano, acrescenta, ainda é duvidosa a promessa de que não vai faltar professor. "Se for cumprido será ótimo porque não vamos perder nenhuma matéria", declara.
O que dizem escolas
Na manhã do primeiro dia de volta às aulas na rede estadual, o Jornal NH contatou com instituições de ensino hamburguense para verificar a situação de professores. Confira:
Otávio Rosa
A diretora Andreia Luciana Hoeveler informa que falta professor de inglês. "O pedido está na Seduc (Secretaria da Educação) e acredito que logo virá", aponta. No primeiro dia de aula houve ajuste nos horários das disciplinas por conta dessa falta.
Leopoldo Petry
A diretora Carla Giovana Pereira Menezes aguarda por professor de Educação Física, cuja solicitação já foi feita e está em avaliação pela Seduc. "O pedido foi feito no dia primeiro de fevereiro", informa. No mais, a volta às aulas está bem tranquila e há professores regentes disponíveis para todas as turmas de anos iniciais.
Osvaldo Aranha
O vice-diretor Gustavo Paraboni Cerveira explica que o quadro está "quase completo". O pedido é para preencher a vaga de uma professora que se aposentou, em Educação Física, já foi feito. Ela será direcionada para alunos do ensino médio do turno da manhã.
Além disso, a escola precisa de docente para períodos de "Projeto de Vida" e "Mundo do Trabalho", disciplinas do novo Ensino Médio. "Espero que aconteça na prática o que o Estado falou, de que não faltarão professores", acrescenta. No primeiro dia, algumas turmas ficaram sem aula, o impacto foi menor porque a direção reuniu alunos em alguns momentos para falar sobre as regras da escola. "Nos organizamos para atendê-los nos momentos que o professor não estava na sala", acrescenta.
Vila Becker
A burocracia para completar o quadro de professores é apontado por Bernardete Flamia Fasolo, diretor da escola onde há falta em literatura, inglês e espanhol para noite e e em inglês para a manhã.
"Acredito que a intenção de ter professor é 100% e acho que o que impede isso é a caminhada toda. Às vezes, o professor se inscreve em Campo Bom, Sapiranga e Novo Hamburgo. Ele é chamado [pelo Estado] e aceita, mas se outro chama para o município, ele acaba aceitando esse. Além disso, há exames e consultas para admissão. Então tenta imaginar a quantidade de gente para atender. É uma questão burocrática", explica a diretora, informando que a 2 CRE já está sabendo da falta em sua escola e que, até segunda-feira, colocará a situação no sistema.
Bernardete complementa que ainda não sabe quando virão os professores, mas, provavelmente nos primeiros dias, os alunos serão avisados um dia antes se precisarão chegar mais tarde ou sair mais cedo, ou ficar no pátio por conta da falta dos docentes.
Faltas pontuais
No primeiro dia de aula, informa o diretor geral do 14 Núcleo Cpers, Luiz Henrique Becker, a falta de professores é muito pontual. "Professores se exoneraram, alguns reduziram carga horária, se transferiram para outras regiões. Isso ocasionou essa lacuna de professores no início do ano", salienta.
Além disso, há a solicitação junto ao governo para que envie o quanto antes os professores e que se supra a falta de recursos humanos nos setores de cozinha e limpeza.
Esta quinta-feira (23) marcou o primeiro dia de volta as aulas na rede estadual de ensino, que se inicia com quadro incompleto de professores em algumas instituições em Novo Hamburgo. Direções, entrevistadas pelo Jornal NH nesta manhã, anteciparam que já realizaram pedidos e aguardam retorno da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) para os próximos dias.
A pasta anunciou na véspera do retorno que não faltariam professores, mas que podem ter casos pontuais no início das aulas por conta de aposentadorias, licenças e convocações para regime de 40 horas nos municípios.
Nesta quinta, a Seduc informa que, em relação aos professores, as solicitações são atendidas imediatamente por meio de novas contratações emergenciais e pela ampliação de carga horária dos docentes. Em janeiro, explica a pasta, foi lançado o edital do Banco de Cadastro Temporário para professores e profissionais da área da Educação. A seleção, realizada no mês de janeiro, é válida por três anos. "Os docentes estão sendo chamados conforme as necessidades de cada escola", esclarece a Seduc.
Conforme o CPERS, no dia 16 de fevereiro foi lançado um formulário para as escolas relatarem a real situação da rede estadual de ensino, e os resultados parciais já indicam a falta. Das 158 escolas que já responderam ao chamado do CPERS, foi registrada a falta de quase 300 educadores, entre eles, 88 professores, 128 funcionários de escola e 80 especialistas. A Seduc não confirma esse número.
O 1º vice-presidente do CPERS, Alex Saratt, salienta que a amostragem chega a menos de 10%, e nesse pequeno percentual já verifica a necessidade de pelo menos 300 educadores. "É preciso que haja agilidade do governo. O CPERS continuará denunciando a falta de educadores e de estrutura adequada nas escolas, bem como cobrando e pressionando por soluções urgentes a esse cenário de descaso", sustenta.
No dia 1º de março, continua Saratt, terá uma audiência com a secretária de educação, Raquel Teixeira. "Na ocasião, vamos expor os dados do nosso questionário para que a Secretaria Estadual de Educação tenha ciência e tome as providências necessárias com a maior celeridade possível, pois o acesso a uma educação pública de qualidade é um direito constitucional", acrescenta.
Alunos torcem para não faltar
Em Novo Hamburgo, alunos da rede estadual esperam que não tenham que enfrentar a falta de docentes. A expectativa é até para quem trocou de escola.
Aluno novo na Escola Vila Becker, Arthur Moren, 16, acredita que este ano faltará. Em 2022, no 9º ano na Escola Pedro Adams Filho, as disciplinas de matemática, geografia e inglês tiveram faltas. O "gás" para aprender as matérias ocorreu no segundo semestre. "Aí a gente recebeu mais conteúdo para aprender o que faltou nos meses anteriores", sustentou o estudante durante a aula do professor de Língua Portuguesa, Alessandro Godoi.
Outro estudante que torce para não faltar professores é João Eduardo dos Santos, 17. Na aula com a professora de Linguagem Corporal Cristiane Silva Salgado, ele lembrou que no ano passado houve falta em matemática. "O professor apresentou atestado e nesse tempo não teve substituto, mesmo a escola insistindo".
Neste ano, acrescenta, ainda é duvidosa a promessa de que não vai faltar professor. "Se for cumprido será ótimo porque não vamos perder nenhuma matéria", declara.
O que dizem escolas
Na manhã do primeiro dia de volta às aulas na rede estadual, o Jornal NH contatou com instituições de ensino hamburguense para verificar a situação de professores. Confira:
Otávio Rosa
A diretora Andreia Luciana Hoeveler informa que falta professor de inglês. "O pedido está na Seduc (Secretaria da Educação) e acredito que logo virá", aponta. No primeiro dia de aula houve ajuste nos horários das disciplinas por conta dessa falta.
Leopoldo Petry
A diretora Carla Giovana Pereira Menezes aguarda por professor de Educação Física, cuja solicitação já foi feita e está em avaliação pela Seduc. "O pedido foi feito no dia primeiro de fevereiro", informa. No mais, a volta às aulas está bem tranquila e há professores regentes disponíveis para todas as turmas de anos iniciais.
Osvaldo Aranha
O vice-diretor Gustavo Paraboni Cerveira explica que o quadro está "quase completo". O pedido é para preencher a vaga de uma professora que se aposentou, em Educação Física, já foi feito. Ela será direcionada para alunos do ensino médio do turno da manhã.
Além disso, a escola precisa de docente para períodos de "Projeto de Vida" e "Mundo do Trabalho", disciplinas do novo Ensino Médio. "Espero que aconteça na prática o que o Estado falou, de que não faltarão professores", acrescenta. No primeiro dia, algumas turmas ficaram sem aula, o impacto foi menor porque a direção reuniu alunos em alguns momentos para falar sobre as regras da escola. "Nos organizamos para atendê-los nos momentos que o professor não estava na sala", acrescenta.
Vila Becker
A burocracia para completar o quadro de professores é apontado por Bernardete Flamia Fasolo, diretor da escola onde há falta em literatura, inglês e espanhol para noite e e em inglês para a manhã.
"Acredito que a intenção de ter professor é 100% e acho que o que impede isso é a caminhada toda. Às vezes, o professor se inscreve em Campo Bom, Sapiranga e Novo Hamburgo. Ele é chamado [pelo Estado] e aceita, mas se outro chama para o município, ele acaba aceitando esse. Além disso, há exames e consultas para admissão. Então tenta imaginar a quantidade de gente para atender. É uma questão burocrática", explica a diretora, informando que a 2 CRE já está sabendo da falta em sua escola e que, até segunda-feira, colocará a situação no sistema.
Bernardete complementa que ainda não sabe quando virão os professores, mas, provavelmente nos primeiros dias, os alunos serão avisados um dia antes se precisarão chegar mais tarde ou sair mais cedo, ou ficar no pátio por conta da falta dos docentes.
Faltas pontuais
No primeiro dia de aula, informa o diretor geral do 14 Núcleo Cpers, Luiz Henrique Becker, a falta de professores é muito pontual. "Professores se exoneraram, alguns reduziram carga horária, se transferiram para outras regiões. Isso ocasionou essa lacuna de professores no início do ano", salienta.
Além disso, há a solicitação junto ao governo para que envie o quanto antes os professores e que se supra a falta de recursos humanos nos setores de cozinha e limpeza.