A noite do dia 8 de fevereiro, data em que a hamburguense Penélope Daniela Gonçalves completaria 17 anos, foi marcada pela fundação da Associação Acolha Penélope, em Lomba Grande, que tem o objetivo de atuar na prevenção e combate à violência sexual de crianças e adolescentes em Novo Hamburgo. Na ocasião, também foi eleita e empossada a diretoria 2024/2028, com Graziela Gonçalves, mãe de Penélope, na presidência.
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Penélope foi abusada sexualmente em 2020, quando tinha 13 anos e só conseguiu denunciar o crime à família após seis meses, por conta das ameaças que sofria do agressor. “Quando ela ainda tinha 13 anos, eu falei que tínhamos que ir ao ginecologista, e ela ficou muito nervosa com a situação, porque acabaríamos descobrindo o que havia acontecido. Então ela procurou o padrasto dela, que era muito seu parceiro, para me contar o que tinha acontecido e falou da violência e das ameaças”, relatou a mãe.
A jovem aguardava ser chamada para atendimento no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Novo Hamburgo, quando faleceu em um acidente de trânsito, aos 14 anos, já em 2021. Onze dias após sua morte, a mãe, Graziela, recebeu uma ligação informando sobre o encaminhamento para o atendimento. “A minha filha perdeu a dignidade muito antes de morrer, e é por isso que a gente tá aqui. Para que os órgãos de proteção à criança e adolescente se atentem e não deixem as Penélopes da vida, sete meses sem receber atendimento, sem escuta e acompanhamento, porque foi o que aconteceu com ela. Isso me causou uma extrema revolta e um sentimento de injustiça, então, deste luto, senti que isso tinha que se transformar em uma luta”, complementa.
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Próximos passos
Emocionada, Graziela disse em seu discurso que, apesar de ser a data do aniversário da filha, ela não estava triste, mas feliz por tornar a Associação, uma forma concreta de luta. “É difícil lidar com a morte, mas eu queria que vocês lembrassem desse momento pela importância que ele tem. Para nós e para pessoas que nem aqui estão. Saudade é normal, mas temos que seguir em frente e é isso que ela iria querer”, destacou.
A presidente explicou que a partir de agora, a Acolha Penélope terá reuniões entre a diretoria e a comissão de honra (composta por adolescentes, ainda menores de idade, amigos da menina) para nortear os projetos a serem elaborados. “Todos eles, com certeza, para a promoção da garantia de direitos das crianças e dos adolescentes e trabalhar na prevenção de violências sexuais. Vamos trabalhar muito junto com parcerias, uma delas é a ABEFI – Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial, que já atua também com crianças e adolescentes e vai ser nossa parceira na execução de projetos também”.
O trabalho será realizado de forma itinerante, com campanhas e ações desenvolvidas por meio de parcerias. As pessoas poderão contatar com a Associação pelo (51) 99969-7860 e perfis das redes sociais Instagram e Facebook, Movimento Acolha Penélope.
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