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Amor tem fim? Marido lê história do casal à esposa doente e mulher morre horas depois: "Um dia estaremos juntos novamente"

Relação de Janete e Antônio comoveu jornalista, que decidiu colocar história no papel

Nadine Funck
Publicado em: 15/09/2023 às 15h:13
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Encontrar o grande amor da sua vida, para alguns, pode parecer coisa de filme. Mas a história de um casal cativou funcionários do Hospital Municipal de Novo Hamburgo (HMNH) e mostrou que o que acontece na ficção pode, sim, ser realidade. Janete Teresinha Rodrigues Fidelis, 45, e Antônio Marcos da Costa Fidelis, 46, estavam juntos há 28 anos. Em 2012, ela recebeu o diagnóstico de neuromielite óptica e o marido largou tudo para se dedicar aos cuidados da esposa.

Antônio e Janete estavam juntos há 28 anos | Jornal NH



Antônio e Janete estavam juntos há 28 anos

Foto: Tatiane Brandão/FSNH

O relacionamento cheio de afeto comoveu a jornalista Tatiana Brandão, que trabalha no local, e decidiu colocar no papel a história do casal. Ela conta que conheceu os dois em agosto, quando Janete ficou 43 dias internada. A paciente teve alta, mas voltou à casa de saúde por conta de uma infecção.

Desta última vez, Janete estava internada há 22 dias no HMNH. Na tarde de terça-feira (12), Antônio escreveu para Tatiana contando que a esposa estava inconsciente há um dia “e que achava que ela não suportaria”. Então, a jornalista enviou o texto para ele. Quando o marido leu o primeiro parágrafo à esposa, ela reagiu com um suspiro. Horas depois, Janete veio a falecer. 

O compartilhamento da história emocionante foi autorizada por Antônio.

Confira na íntegra

Um casal perfeito não é aquele que nunca tem problemas, mas sim aquele que, apesar dos obstáculos, sempre permanece junto. Circulando pelos quartos do Hospital Municipal de Novo Hamburgo conhecemos a história de um casal perfeito. Juntos há 28 anos, pelo menos 11 eles lutaram contra uma doença degenerativa e incurável. Janete Teresinha Rodrigues Fidelis, 45 anos, descobriu ser portadora de neuromielite óptica aos 34 anos, que a deixou paraplégica, quando ainda era telefonista em uma empresa e tinha muitos sonhos ao lado do marido Antônio, 46, que era carreteiro.

Na época, Antônio até tentou seguir no trabalho e cuidar de Janete, mas decidiu largar tudo para dar atenção integral ao grande amor da sua vida. Em casa assumiu todos os deveres do lar e o cuidado como a troca de fraldas, banho, comida e o carinho com o gato Thomas. “Essa é minha vida, cuidar dela. Preciso muito mais dela do que ela de mim.” Da descoberta da doença pra cá, muita luta e idas e vindas ao Hospital Municipal, lugar que Antônio passou a considerar um pouco sua casa. “Só tenho a agradecer todo o carinho que sempre tivemos das equipes de saúde.”

Há algumas semanas, internada na unidade Águia, Janete contava que seu amor foi à primeira vista. Pelo menos pra ela. “Ele nem me olhou (risos). Só fui encontrar de novo em uma danceteria quando ficamos juntos. Eu estava com uma camiseta escrito: se eu fosse você me dava um beijo! E deu certo! Nunca mais nos deixamos.”

Enquanto essa matéria era produzida, Janete teve uma piora no seu quadro e acabou falecendo na noite desta terça-feira. Antônio pediu que a matéria fosse publicada mesmo assim. “Nem todas as histórias têm finais felizes. Minha rainha não voltará comigo para nosso castelo. Voltarei sozinho desta vez. Mas tenho certeza de que ela foi feliz e um dia estaremos juntos novamente!”

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