Morador de um condomínio no bairro Fátima, em Canoas, o aposentado Evaristo Nunes, 69 anos, tem o sono leve e acorda por qualquer barulho externo ao quarto. Ele diz que já cansou de ser acordado pelos caças da Força Aérea Brasileira (FAB).
“Eu não vejo razão para os caras ficarem voando às três da madrugada”, reclama. “Outro dia mesmo era três e meia e aquilo passou zunindo. A gente logo pensa que tem algo grave acontecendo, mas no outro dia descobre que não aconteceu nada”, completa.
A reclamação do Evaristo não é isolada e muito menos nova. Afinal de contas, quem vive em Canoas está acostumado a ouvir os bicudos jatos rasgando o céu, seja durante o dia ou durante a noite.
Durante uma celebração dos 77 anos do Esquadrão Pampa, organizada na manhã da última sexta-feira (22) na Base Aérea de Canoas, foram reunidos pilotos e técnicos em operação hoje e também profissionais que fizeram parte do passado da Base Aérea.
Presente no evento, o veterano Jorge Arlindo, 78 anos, fazia parte da equipe que cuidava dos antigos aviões tucanos ainda na década de 70. Ele afirma que faz tempo que os canoenses reclamam dos voos noturnos.
“As pessoas em Canoas sempre se incomodaram e nunca entenderam que a defesa aérea do espaço inclui voos noturnos”, frisa. “A gente ouvia reclamação desde os anos 70, mas os pilotos precisam cumprir as horas à noite assim como de dia”.
Por meio de nota, a Força Aérea Brasileira informou que os voos noturnos fazem parte da rotina da aeronáutica em qualquer parte do Brasil, como parte do programa que visa manter a soberania brasileira no ar.
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