Em Canoas
"Vamos reaproveitar os bancos", diz padre sobre a Paróquia Nossa Senhora da Imaculada
Igreja acolheu a centenas de canoenses no início da tragédia, mas acabou sendo atingida e agora passa por processo de descarte e limpeza
Última atualização: 29/05/2024 14:01
Principal ponto de referência em Canoas quando o assunto é o bairro Rio Branco, a Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição acabou se tornando um dos pontos de acolhimento quando o dique rompeu no dia 2 de maio.
Quem circula pela Rua Ana Nery 1.309 pode observar os bancos e cadeiras da paróquia amontoados em frente a popular “praça da igreja”, onde também podem ser vistas milhares de peças de roupas molhadas.
Com o recuo das águas nos últimos dias, começou o processo de descarte e limpeza da paróquia, explica o padre Rodrigo Rubi, que desde agosto do ano passado coordena as atividades da pastoral.
“Esse material colocado na praça não pode ser utilizado e será encaminhado apenas para descarte”, explica. “Vamos reaproveitar os bancos da igreja, contudo, precisamos esperar ficarem secos para trazer para dentro”.
O padre aponta que as roupas que permanecem no chão fazem parte das doações que seriam destinadas aos atingidos pela cheia. Acabaram, contudo, passando dias boiando na água suja que atingiu a paróquia.
O sacerdote diz não haver nenhuma previsão de reabertura da paróquia, tendo em vista que o local acabou seriamente atingido e precisará de muita limpeza. Além disso, a água permanece em torno de toda a área.
“Vamos limpar completamente a igreja e esse é um trabalho que requer muito cuidado”, esclarece ao apontar para as imagens dos santos que recebem especial atenção ao serem movidas.
O trabalho de descarte do material da paróquia chamou a atenção dos moradores, na manhã desta quarta-feira (29), quando muitos eram vistos se aproximando do local para tirar fotografias com o celular.
“A igreja é mais antiga que o bairro”, afirma a aposentada Maria Luísa Melo. “Perdi tudo que possuía em casa, mas não tem como não se entristecer ao ver um lugar que é sinônimo de segurança para tanta gente desse jeito”, lamentou a ex-professora de 72 anos.