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DESTINAÇÃO INDEVIDA

Usina de reciclagem no Parque Industrial Jorge Lanner acumula resíduos da enchente em Canoas

Espaço possui montanhas de entulhos das enchente, mas recicla apenas materiais da construção civil; Prefeitura de Canoas promete ações no local

Publicado em: 08/01/2025 às 17h:17 Última atualização: 08/01/2025 às 17h:17
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Montanhas de entulhos das enchentes que estão sem destinação. Este é o cenário na usina de reciclagem de resíduos da construção civil que funciona no Parque Industrial Jorge Lanner, no bairro Niterói. O espaço, que transforma restos de obras e de construções em outras matérias-primas, agora acumula galhos, sofás, madeiras, plásticos e pneus entre outros recolhidos nas ruas.

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Parque Industrial Jorge Lanner, no bairro Niterói, acumula resíduos da enchente



Parque Industrial Jorge Lanner, no bairro Niterói, acumula resíduos da enchente

Foto: Nicole Goulart/Especial

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De acordo com a Prefeitura de Canoas, são entre 400 a 500 m³ de resíduos acumulados. O temor é com o risco de pegar fogo, como já aconteceu mais recentemente em 2023 e 2020. A situação foi averiguada em uma visita do prefeito em exercício de Canoas, Rodrigo Busato, e sua equipe nesta quarta-feira (8). Segundo a nova gestão, que assumiu o governo há uma semana, medidas a curto, médio e longo prazo devem ser tomadas para resolver a situação.

“A curto prazo nós precisamos da destinação correta para esse resíduo da enchente. É fazer o cálculo volumétrico para dar uma destinação final. As secretarias de Meio Ambiente e de Serviços Urbano vão trabalhar em conjunto para se livrar desse passivo porque tem contaminantes e não é o resíduo processado aqui na usina”, explica a administração.

A médio e longo prazo também estão previstos a estruturação da concessão para que outros materiais possam ser beneficiados (reciclados) na usina. “Esse material tem um potencial econômico para fazer uma receita que ajude a custear a operação. O da enchente é mais urgente e a vegetação, que está há anos, também precisamos resolver”, completa a Prefeitura. As ações não possuem prazo de início e finalização.

Os entulhos das enchentes foram depositados pela antiga gestão, conforme informado pela nova administração. Atualmente, o local transforma os resíduos da construção civil em areia, pedra e brita que são usados em obras da própria administração municipal. 

Planos para o futuro

Para Rodrigo Busato, a usina atua em três eixos: econômico, social e ambiental – com a geração de materiais para a Prefeitura, de empregos e ações educativas. “Todo aquele projeto de educação ambiental, da Usina do Saber, de trazer os estudantes das escolas aqui para que eles aprendam desde cedo a separar o lixo, da coleta, desse impacto ambiental. Se tem uma coisa que temos que aprender com essa calamidade é cuidar do meio ambiente”

Além de solucionar o acúmulo dos entulhos, o secretário de Meio Ambiente, Guilherme Haygert, acredita que os materiais podem ser utilizados em novos empreendimentos. “A ideia, que estamos estudando a possibilidade, é a instalação possivelmente de uma usina para geração de energia, com a queima de madeira. Isso gera crédito de carbono e empregos. Mas, principalmente, essa destinação ambientalmente correta e economicamente interessante”, declara.

A forma como os resíduos de construção são descartados na cidade é uma preocupação do secretário de Zeladoria e Serviços Urbanos, Sérgio Giugno. “Hoje, muitas vezes, as pessoas e até prédios comerciais têm colocado esses resíduos na frente da casa, do prédio. E isso está sendo recolhido. Isso necessita de uma educação ambiental porque a pessoa é responsável pelo seu próprio descarte”, afirma.

Parque Industrial é referência 

Em funcionamento desde 2020, a empresa SBR Reciclagem é responsável pela coleta, triagem e beneficiamento dos materiais oriundos de obras da construção civil em Canoas. Junto com as operações na usina, cinco ecopontos para o recolhimento de caliça (resto de obra), madeira, móveis, galhos, resíduos de poda, papel, papelão, plástico, eletroeletrônicos e vidro estão espalhados pela cidade.

O contrato foi firmado em 2019, com vigência de 60 meses (5 anos). Em outubro de 2024, a gestão anterior da Prefeitura de Canoas prorrogou o serviço até 01º de abril de 2025. O local é referência no Estado no modelo de destinação destes resíduos. Atualmente, cerca de 100 pessoas trabalham na usina, segundo o secretário de Meio Ambiente, Guilherme Haygert.

Agenda

O vice-prefeito também cumpriu com outras agendas durante o dia. Nesta quarta-feira, Rodrigo Busato visitou a Secretaria de Educação, Associação Canoense de Deficientes Físicos (Acadef), Casa de Bombas 6, Secretaria de Segurança e o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). O vice assumiu como prefeito em exercício em razão da viagem do prefeito Airton Souza para Brasília.

“Esse pedido que ele me fez, que continuássemos enquanto ele está fazendo essa missão lá em Brasília. É nesse sentido de continuar as agendas que o prefeito Airton está fazendo. É muita coisa que em menos de uma semana estamos verificando para dar soluções rápidas”, comenta. 

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