Fechada desde 2019, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Niterói, reinaugurada nesta segunda-feira (20), terá uma equipe composta por 110 profissionais e pretende atender 300 pessoas por dia. Para desafogar as Unidades de Saúde sobrecarregadas, o local oferecerá clínico e pediatra para toda a população de Canoas.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Mauro Sparta, a retomada das atividades representa um recomeço, visto que a cidade perdeu duas UPAs, o Hospital de Pronto Socorro de Canoas, farmácias básicas e Centro de Referência de Assistência Social. “Também tivemos a perda de 17 Unidades de Saúde.
No momento, apenas dez estão operando. O atendimento da UPA abrange média complexidade, ou seja, pessoas que estão doentes ou com sintomas. A consulta será feita e, dependendo do caso, a pessoa será encaminhada para exames ou para o hospital”, explica
“Até a semana passada, a UPA Guajuviras estava concentrando todos os atendimentos das UPAS atingidas [Mathias Velho e Rio Branco], que somadas totalizam 17 mil atendimentos mensais. A ideia é desafogar as portas dos serviços da UPA e das unidades.”
As obras de revitalização do espaço começaram originalmente em dezembro de 2021. A estrutura passou modernização, que incluiu a substituição do telhado, a construção de banheiros adaptados e rampas, a substituição da rede elétrica, pintura interna e externa, além da renovação das salas de recepção, triagem, medicação e estabilização, salas amarela e vermelha, consultórios e leitos.
Luiz José da Silva, 74 anos, foi um dos primeiros pacientes atendidos na UPA Niterói. O aposentado foi em busca de uma consulta para avaliar a situação de saúde após ter entrado em contato com as águas da enchente. “Quero que eles me examinem. Acho que estou com algum problema na bexiga. Sou morador do bairro [Niterói] há quase 50 anos. Lembro de lamentar quando ela foi fechada. Agora, espero que os atendimentos sigam sem interrupções”, salienta.
O movimento durante a manhã foi considerado tranquilo pelo secretário de Saúde. Na sala de recepção, até o meio-dia, a circulação de pessoas era baixa. “Acho que muitos ainda não sabiam sobre a reabertura. Sou um exemplo, soube da notícia hoje [segunda-feira]. A região aqui é populosa, acredito que, nos próximos dias, o cenário da recepção será outro”, conclui o aposentado.
José Ricardo Bezners, 71 anos, apresentou sinais de tosse seca e falta de ar após a enchente. Ele procurou a UPA para investigar a atual situação de saúde. “Não entrei em contato com a água, porém, estou há duas semanas me ruim da garganta e da voz. A minha ficha é a terceira, ou seja, logo serei atendido.
Espero que não seja nada grave. Há quatro anos, sofri um ataque cardíaco. Não posso me automedicar em hipótese nenhuma, o risco é muito alto. Trouxe meus exames anteriores e receitas para auxiliar o médico sobre as minhas condições de saúde”, explica.
Após a consulta, Bezners saiu aliviado do consultório. “Estou com bronquite temporária, o médico me receitou tratamento com xarope e remédio em caso de dor. Preciso tomar por cinco dias. Ainda bem que não era nada do que eu estava pensando”, diz.
Unidades de Saúde Niterói e Fernandes
A segunda-feira também marcou a retomada das atividades das Unidades de Saúde Niterói e Fernandes. Os locais ficaram duas semanas fechados devido às enchentes. As unidades não foram afetadas pelas águas, porém, o fechamento seguiu a ordem de evacuação do bairro Niterói.
O casal Giovani, 68 anos, Vaz e Eloísa Vaz, 65 anos, procuraram a Unidade de Saúde Fernandes para atendimento odontológico e clínico geral. “Ficamos esperando a reabertura. Como não eram problemas urgentes, decidimos esperar. Moramos próximo ao posto. Não houve necessidade de deslocamento para outras unidades. As equipes aqui são ótimas”, finaliza o aposentado.
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