Em Canoas

"Tinha que ser prioridade", diz morador sobre cão morto que está há uma semana em calçada

Após água baixar, cães e gatos que morreram durante a cheia foram ser vistos no chão ou em telhados das casas

Publicado em: 27/05/2024 16:13
Última atualização: 27/05/2024 16:47

Uma verdadeira força-tarefa deu início à limpeza das vias no bairro Fátima, em Canoas, na manhã desta segunda-feira (27), onde toneladas de entulhos estão acumuladas por moradores que retornaram na semana passada.

Animal permanece desde a semana passada, na calçada da Rua Cairu, em Canoas Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL

Uma das vias centrais de acesso ao bairro, a Rua Rui Barbosa, chegou a ser fechada para que homens e máquinas recolhessem o material deixado pelos moradores em frente as casas atingidas.

Há metros do local onde trabalham os operários, no entanto, um cão permanece há uma semana, morto em uma calçada da Rua Cairu. O animal de grande porte chegou a ser tapado com um pano porque estava apodrecendo no local.

“Está cheirando mal”, reclama Darci Monteiro. “O cachorro era muito grande e ninguém se animou a juntar depois que a água baixou, então os dias foram passando e ele foi ficando ali”, acrescenta o aposentado de 68 anos.

Devido à inundação, cães e gatos que acabaram não sendo resgatados estão entre as vítimas, sendo vistos no asfalto ou em cima de telhados nos bairros Rio Branco e Fátima.

Além da tristeza pela perda dos animais, existe ainda a questão do corpo em decomposição que, na opinião dos moradores, “tem um cheiro” bem diferente de móveis e eletrodomésticos estragados na frente de casa.

“Eu acho que tinha que ser dada prioridade para a remoção dos animais mortos”, dá bronca o mecânico Arlindo Gomes. “Moro no Mato Grande e lá, além de cães e gatos, tem vacas e porcos cheirando muito mal também”, completa o trabalhador de 54 anos.

Também moradora do Fátima, Maristela Antunes, 44 anos, conta que chegou a recolher cãezinhos perdidos no ápice da cheia para que não acabassem afogados, contudo liberou assim que a água baixou.

“Fiquei com seis no segundo piso de casa, mas quando a água baixou eu soltei, porque não tenho condições de manter”, relata. “Sei que pessoas boas resgataram muitos, mas nem todos foram salvos”, lamenta a dona de casa de 56 anos.

Responsável pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, o secretário Lucas Lacerda informa que será providenciada a remoção do animal, que só não foi retirado antes porque a demanda ainda não havia chegado até o setor. 

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