Prejuízo

"Só resta a esperança", diz morador do bairro Mathias Velho que encontrou a casa destruída

Água baixou e movimentação é intensa de pessoas na Rua Florianópolis desde o início da manhã deste sábado (25)

Publicado em: 25/05/2024 14:19
Última atualização: 25/05/2024 14:25

A água baixou até a altura do joelho e Diogo Rosa calçou um par de galochas e conseguiu chegar até a casa que havia abandonado três semanas antes, quando o dique do bairro Mathias Velho rompeu. Acabou encontrando a pequena residência destruída.

Movimentação é grande neste sábado (25) desde o início da manhã no bairro Mathias Velho Foto: PAULO PIRES/GES

“Agora só resta a esperança”, lamentou. “Quando a água desaparecer, a gente limpa o terreno e vê o que faz, mas por enquanto a história da minha vida inteira está perdida”, acrescentou o aposentado de 60 anos.

Diogo está entre os milhares de moradores do Mathias Velho que, diante do recuo das águas, encararam o frio da manhã deste sábado (25) para tentar chegar em casa após semanas de isolamento por conta do volume de água acumulado no bairro.

Uma das vias mais movimentadas do Mathias, a Rua Florianópolis tinha intensa movimentação, com homens e mulheres vestindo roupas pesadas e botas para entrar na água. Havia, contudo, quem ignorou o frio e bateu a canela limpa na água.

Moradora da Florianópolis, a manicure Carla Souza, 29 anos, relata que a vontade de voltar para casa é grande o suficiente para encarar os perigos da água suja que inundou o Mathias Velho.

“São muitos dias angustiada sem saber se a minha casa está de pé ou não”, disse a trabalhadora usando apenas um chinelo de dedos e com as calças levantadas até a altura do joelho. “Agora que dá, só quero chegar lá e ver se está de pé. Depois, dou um jeito no resto”.

Retorno na Rua Florianópolis é marcado pelo prejuízo de casas destruídas pela água Foto: PAULO PIRES/GES

O movimento de moradores a pé não excluiu também o uso de embarcações nas imediações da Florianópolis. Havia barcos entrando e saindo de partes consideradas ainda inacessíveis sem o veículo.

“Tem gente que só quer buscar alguma coisa e sair de vez”, explicou o barqueiro André Luiz Lorine. “A gente continua ajudando, porque entende ser perigoso se arriscar mesmo com a água mais baixa em vários pontos”, reforçou o trabalhador de 46 anos.

Conforme última atualização da Prefeitura de Canoas, o bairro Mathias Velho foi reforçado com a entrada em operação da Casa de Bombas 8. Há dois motores fixos bombeando 5 mil litros de água.

Com a entrada em operação de outras bombas móveis, instaladas pela administração na quinta-feira (24), o bairro teve garantido o bombeamento de até 14 mil litros de água.

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