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RAINHA DAS ÁGUAS

Sem festa de Iemanjá/Navegantes, após chuvas em Canoas

Pelo 4º ano, procissão das águas não ocorrerá em Canoas; Paquetá está pronto para homenagens individuais

Jeison Karnal da Silva
Publicado em: 02/02/2024 às 09h:48 Última atualização: 02/02/2024 às 09h:50
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“Tivemos enchentes em novembro, alagamentos em janeiro, há pessoas lamentando, chorando na beira dos rios”, alerta a mãe Eloá de Oxalá, 74, do bairro Niterói. Eloá comanda o Centro de umbanda Ogum Lanceiro Iemanjá, tombado como patrimônio histórico. “Como que um povo que lutou tanto agora se deixar abater? Onde estão as lideranças para organizar uma festa para Iemanjá?”

Após pandemia, eventos reúnem menos público



Após pandemia, eventos reúnem menos público

Foto: PAULO PIRES/GES

A religiosa se refere à falta de uma programação oficial do município para celebrar a rainha das águas nesta sexta-feira (2), além de certa desmobilização da própria comunidade. O feriadão também atrapalha.

No site da Federação Afro-Umbandista Espiritualista do RS (Fauers), com sede em Canoas, há uma divulgação sobre a carreata Iemanjá Fauers 2024, partindo do bairro Nossa Senhora das Graças, às 8 horas, até Capão da Canoa (pela interpraias).

Conforme alguns religiosos ouvidos, as homenagens ficarão mais fechadas nos terreiros, ainda que grupos se desloquem até o Paquetá para cantigas e pontos de umbanda.

Integração

O DC contatou a Prefeitura, que informou que “a Coordenadoria da Diversidades no momento está sem representantes para dar entrevista”. O colegiado afro-indígena não respondeu aos contatos até o fechamento da edição.

Será o quarto ano sem a procissão das águas, com perfil sincrético, que unia católicos e matriz afro na mesma celebração pelo Sinos.

Nas paróquias do município, haverá missas, mas uma grande celebração de rua não deve ocorrer.

“Em geral, as pessoas estão menos gregárias. Hoje existe a comunicação por aparelhos, antes se fortalecia a comunidade com catequese, grupo de jovens. A pandemia também deu uma pancada forte”, avalia o pároco Francisco Grasseli, da Igreja Matriz.

“Varia de local para local, temos a grande procissão para Navegantes na capital, Guaíba tem a romaria das capelinhas. Em Gravataí, a romaria vocacional com bastante gente”, acrescenta.

Na matriz São Luiz Gonzaga, vai ter missas às 16 horas e às 18h30.

Mobilização não é a mesma

De acordo com a Prefeitura, o município não promove eventos religiosos, mas apoia as iniciativas de entidades e organizações. Sobre homenagens, por enquanto, só houve duas solicitações: de um cidadão que fará uma confraternização religiosa e da Associação de Capoeira Angola Nascente Palmares do Sul, que fará um acampamento na Prainha do Paquetá (será a partir desta quinta até sábado). Não houve solicitação para procissão.

Serviços urbanos limpou local

Conforme o secretário de serviços urbanos de Canoas, Lucas da Silva Garlet, o Paquetá recebeu revitalização de iluminação. “Após o temporal caíram luminárias e fizemos essa revisão e manutenção”, destaca. “Houve pintura de meios-fios e corte de grama.”

No acesso à prainha, nas avenidas República e das Canoas, foram recolhidas 70 toneladas de entulhos. “Em razão do temporal caíram árvores e fizemos toda uma ação para deixar adequado para o pessoal acessar. Foram 14 cargas de caminhão.”

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