Após um início de ano de violência, Canoas respira, se não aliviada, ao menos, mais tranquila, graças a quedas de indicadores criminais que vem sendo registradas desde abril, período que antecedeu as enchentes.
Secretário de Segurança Pública de Canoas, o delegado Guilherme Pacífico aponta que Canoas chegou a ter 220 câmeras, contudo hoje possui somente 90 em operação devido a problemas técnicos, que incluem as recentes cheias.
Diante do quadro, o objetivo é fechar o ano com, pelo menos, 130 câmeras de alta tecnologia posicionadas estrategicamente em pontos considerados cruciais para a cidade. Um acréscimo de 44% ao Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).
“Houve o desenvolvimento de um parque tecnológico, porém o tempo passou e a tecnologia acabou ultrapassada”, explica. “Antigamente, as câmeras apenas registravam a passagem de um carro e hoje fazem até leitura facial”.
Conforme o secretário, a aquisição de novas câmeras faz parte de um ambicioso projeto para renovar a aparelhagem de segurança da cidade, que inclui de alarmes e detectores de presença.
“Com a tecnologia que temos hoje, um gato sobe no telhado de uma escola, o alarme dispara e precisamos encaminhar agentes da Guarda para o local porque existe a suspeita de arrombamento”, esclarece. “Isso é ultrapassado e precisamos mudar”.
Os investimentos previstos em câmeras de alta tecnologias e modernos softwares, no entanto, deve estar amparado por uma força policial combativa e pronta para dar a resposta que a população precisa, salienta o delegado.
“A necessidade de um policial é primordial quando o assunto é segurança”, avalia. “Não há robô que câmera possa acionar para ir atrás do bandido, então é preciso ficar claro que aumentamos e qualificamos o efetivo da Guarda”.
Câmeras inteligentes
As câmeras de 8ª geração a serem adquiridas pela administração fazem parte de um financiamento junto ao Governo Federal e devem contemplar 18 pontos considerados essenciais para a vigilância da cidade.
A aquisição das câmeras garantirá o reconhecimento facial, leitura de placas, alerta inteligente de invasão, identificação de descarte de lixo e até mesmo a medição automática do nível das águas no Rio dos Sinos.
“Vivemos um período de instabilidade climática e para saber se um rio subiu, o cidadão precisa se deslocar com uma régua até a água sempre que quiser uma nova medição, porém câmeras dotadas com Inteligência Artificial (IA) fazem isso em outras partes do mundo”, defende Pacífico.
O investimento de R$ 5 milhões em câmeras e softwares avançados está garantido por meio de financiamento e a tecnologia já está à disposição, contudo a tragédia que atingiu Canoas adiou a implementação do projeto.
“Canoas levou 15 anos para chegar ao número de 220 câmeras instaladas e não será do dia para a noite que vai conseguir repor este montante”, avisa Pacífico. “O trabalho está em progresso e em breve a população perceberá o resultado”.
Menos violência
O planejamento da segurança de Canoas ocorre em um momento de diminuição dos índices de violência da cidade, o que significa ser possível pensar estratégias mirando reduzir mais os indicadores criminais.
“Se não fosse a violência registrada no início do ano, nossos números estariam melhores”, frisa.
LEIA TAMBÉM
“Retomamos o Gabinete de Gestão Integrada e estamos pensando na segurança na totalidade em prol da população”.
- Categorias
- Tags