A Secretaria Estadual de Segurança Pública divulgou os indicadores criminais referentes ao primeiro trimestre do ano e os números, mesmo que não possam ser comemorados, apontam para a diminuição da violência em Canoas em todos os segmentos.
Foto: PAULO PIRES/GES
A maior redução entre os indicadores apresentados está ligada aos roubos e furtos de veículos. Os roubos tiveram uma redução de 40%. Foram 48 crimes em 2024 contra os 80 anotados durante o período homólogo em 2023.
Já os furtos registraram uma diminuição percentual de 39% neste início de ano. Foram 76 crimes no comparativo com os 126 veículos que acabaram sendo furtados durante o mesmo período de três meses no ano passado.
A redução em Canoas segue um movimento de diminuição da violência observado em todo Estado. Enquanto no ano passado mais de mil veículos haviam sido roubados, no primeiro trimestre foram registrados 759 casos, uma queda de 37%.
Conforme o comando do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM), a redução dos crimes está ligada ao trabalho planejado e executado na cidade desde o início do ano.
À frente do 15º BPM, o tenente-coronel Clóvis Ivan Alves aponta o número de 6 mil abordagens durante o período como fator fundamental para garantir a sensação de segurança para a população.
“Mapeamos os locais e horários em que aconteciam os crimes e, a partir deste estudo, elaboramos um plano objetivo de posicionamento do efetivo em pontos estratégicos”, explica.
A elaboração da estratégica incidiu igualmente no número de prisões. Foram 30 somente no último mês de criminosos ligados furtos, arrombamentos e roubos, além foragidos do sistema penal.
“Se aumenta o número de abordagens, existe o consequente aumento no número de prisões, que foi exatamente o que aconteceu neste primeiro trimestre”, frisa. “É um recorde positivo por significar menos criminosos soltos”.
Crimes contra a vida
Embora com um início de ano em que os chamados crimes contra a vida tiveram lugar de destaque, houve uma redução percentual de 5% no indicador, já que os homicídios caíram de 34, em 2023, para 32 crimes em 2024.
Segundo o delegado Arthur Hermes Reguse, que responde pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas, a Polícia Civil está empenhada na resolução dos crimes como solução contra a impunidade.
“Em um mundo perfeito, não haveria assassinatos, mas como isso é uma utopia, trabalhamos em cima dos crimes para deixar claro que, caso o crime seja cometido, a Polícia Civil vai atrás dos responsáveis e vai prendê-los”, reforça.
Sobre a diminuição, Reguse salienta que houve um trabalho integrado com a Brigada Militar que garantiu prisões pontuais de criminosos que não apenas estavam matando, mas, também, mandando matar em Canoas.
Mais de 90% das vítimas de homicídio em Canoas em 2024 estavam ligadas, direta ou indiretamente, ao tráfico de drogas e entorpecentes, conforme apontamento da Homicídios.
“Organizamos operações em parceria com a Brigada Militar que resultaram em prisões de algumas lideranças ligadas ao tráfico de drogas, o que colaborou para frear a violência vista logo no início do ano”, diz.
Roubos a pedestres
Outro crime que causa impacto direto na população é o roubo a pedestre, que atingiu em março a marca histórica de 56 crimes, número nunca visto na cidade, segundo a Brigada Militar.
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Para se ter uma ideia do significado da redução, até 2019, havia uma média de, no mínimo, quatro pessoas roubadas por dia em Canoas, segundo apontamento do 15º Batalhão da Polícia Militar.
“Recebemos importantes reforços do CPM [Comando do Policiamento Metropolitano], de batalhões vizinhos, como o 33º e 34º de Sapucaia do Sul e Esteio, além do Batalhão de Choque. Somado a isso, deslocamos nosso pessoal do administrativo para patrulhas e ações pontuais. Tudo isso contribuiu para a redução que consideramos histórica”, avalia o comandante Clóvis.
Trabalho qualificado
Diretor responsável pela 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM), o delegado Cristiano Reschke avalia que as operações mirando grupos especializados que agiam na cidade também contribuíram para a redução de crimes, principalmente, os classificados como patrimoniais, como os roubos e furtos de veículos. Reschke também destaca que nunca foram presos tanto agressores ou pedófilos em Canoas. Foram 40 agressores e 15 pedófilos levados à cadeia.
“Executamos grandes operações, além de estar organizados ações que serão lançadas ao longo do ano. Avaliamos como positiva a redução e estamos trabalhando para que os números continuem caindo significativamente”, avalia. “Houve um reforço no trabalho contra a violência doméstica e a pedofilia em Canoas. Nunca foram presos tantos agressores ou pedófilos na cidade”.
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