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Em Canoas

Quatro meses após as cheias, prédios públicos permanecem abandonados e simbolizam tragédia

Sedes da Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e Centro Social Urbano permanecem fechadas no bairro Mathias Velho

Publicado em: 03/09/2024 às 11h:25 Última atualização: 03/09/2024 às 11h:25
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O impacto causado pelas inundações em Canoas perdura nos corações e mentes da população. As marcas da destruição também podem ser vistas e sentidas durante o cotidiano por milhares de canoenses.

Sede da 1ª Cia. do 15º Batalhão continua desativada devido à tragédia em maio



Sede da 1ª Cia. do 15º Batalhão continua desativada devido à tragédia em maio

Foto: PAULO PIRES/GES

Epicentro da tragédia na cidade, o bairro Mathias Velho permanece bastante afetado pelas águas que atingiram casas e prédios durante o período mais crítico das cheias no mês de maio.

Os moradores apontam inclusive símbolos que vistos lado a lado que continuam a lembrar a destruição causada pelas águas na Avenida Rio Grande do Sul, a principal via do bairro mais populoso de Canoas.

Localizado na Rio Grande do Sul 1.830, a unidade do Corpo de Bombeiros segue desativada. O endereço aberto pelo 8º Comando Regional de Bombeiros há exatos 20 anos segue fechado, com vidros quebrados tapumes.

Segundo o comerciante Sidnei Bottene, será preciso um incêndio de grandes proporções para que o Estado se sensibilize da importância que o posto tinha para a população.

“Isso é sempre assim”, desabafa o trabalhador de 50 anos. “Precisa acontecer um incêndio grande para lembrar os caras que o posto não foi instalado no Mathias à toa. Os caras colocaram aqui porque é muito importante”, completa.

Segundo a capitã Júlia Calgaro, o Corpo de Bombeiros está em tratativas com o comando do Estado para a recuperação da unidade. Não há, no entanto, uma definição ainda sobre o assunto.

Na semana passada, chamou a atenção da comunidade um caminhão dos bombeiros sendo rebocado por um guincho. Ela aponta que o veículo estava na unidade atingida pela cheia.

“Era um caminhão que estava estragado no quartel da Mathias e vamos devolver porque não tem mais serventia”.

Unidade do Corpo de Bombeiros também continua fora de operação desde as cheias



Unidade do Corpo de Bombeiros também continua fora de operação desde as cheias

Foto: PAULO PIRES/GES

Referência no policiamento

Também apontado como importantíssima pela população do Mathias Velho, a 1ª Companhia do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM) segue igualmente desativada desde a época das cheias, quando acabou inundada até o telhado.

Quem passa pelo endereço na Avenida Rio Grande do Sul 1.840, pode observar as vidraças quebradas, as telhas soltas e a porta enferrujada devido à água que passou quase um mês acumulada no local.

“Muito assunto de polícia era resolvido no postinho”, afirma o também comerciante Adroaldo Rodrigues. “A gente atravessava a rua e perguntava para o brigadiano isso ou aquilo e hoje não existe mais isso”, lamenta o lojista de 53 anos.

Conforme o comando do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM), o Mathias Velho continua com o mesmo policiamento ostensivo antes de perder o endereço que era referência no bairro.

Os Policiais Militares (PMs), entretanto, estão lotados na 3ª Companhia, no bairro Guajuviras, de onde se deslocam para o Mathias e cumprem as obrigações, confirma o tenente-coronel Clóvis Ivan Alves.

“A 1ª Companhia responde na 3ª somente para fins administrativos”, garante o comandante. “Porque permanece com os mesmos recursos e efetivo empregado na área da 1ª Companhia antes da tragédia”.

Ainda segundo o oficial, já está em fase de contrato um endereço na Avenida Victor Barreto, no Centro.
“Estamos locando um imóvel na Victor Barreto, mas continua em fase de contrato”, avisa.

Esporte e lazer

Outro endereço que chama a atenção para quem circula pela Avenida Rio Grande do Sul é o Centro Social Urbano. Antes uma alternativa de esporte e lazer para os moradores, agora permanece fechado e com estrutura abalada.

“O meu guri praticou artes marciais durante muito tempo no Centro”, lembra Lúcia Braga. “Ficou só a lembrança, porque agora não tem mais nada ali. Sei que eles têm prioridades, então nem dá para imaginar quando vão reabrir”, comenta a fisioterapeuta de 37 anos.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Canoas para saber se existe algum projeto ou planejamento para a recuperação do Centro Social Urbano. Por meio da assessoria de comunicação, acabou informada que o endereço necessita de uma reforma geral e não há previsão para o trabalho.

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